domingo, 16 de junho de 2013



Manifestantes protestam em frente ao estádio de abertura das Confederações

MÁRCIO FALCÃO
MATHEUS LEITÃO
DE BRASÍLIA

Um grupo de manifestantes conseguiu furar o bloqueio da Polícia Militar e chegar ao estádio Mané Garrincha neste sábado, horas antes do jogo entre Brasil e Japão pela abertura da Copa das Confederações. Houve tumulto e confusão.
Por volta das 14h15 começou um confronto entre os manifestantes e a Polícia Militar. Torcedores ficaram no meio da confusão.

O conflito começou quando um grupo de manifestantes começou a hostilizar e atirar objetos nos torcedores que estavam na fila. A polícia jogou bombas de efeito moral e atirou com balas de borracha. Um manifestante foi ferido com um tiro de borracha na perna, caiu no chão e machucou o rosto.

Os manifestantes correram e a polícia começou a persegui-los. Vários foram presos. Durante a tentativa de fuga, um manifestante chegou a ser atropelado por uma moto da PM.

A manifestação acontece desde a manhã de sábado. Por volta das 12h a polícia jogou bombas de efeito moral e gás de pimenta para tentar contê-los.

Portando cartazes principalmente em protesto contra as obras da Copa e em apoio ao movimento do passe livre em São Paulo, eles conseguiram chegar próximo a um dos portões de entrada do estádio. As únicas bandeiras de partido político era do PSTU.

O comando da Polícia Militar que estava no local informou que eram cerca de 700 pessoas. Em nota, o governo do Distrito Federal falou em 200 integrantes.

Os manifestantes jogaram livros da Constituição ao pé dos policiais e muitos distribuíam flores. Grupos de índios, punks, pessoas pedindo dinheiro para a saúde e de professores reclamando melhores salários chegaram depois para reforçar o protesto.

 Isadora Rodrigues, 22, estudante de artes cênicas da UnB, jogava bolhas de sabão nos policiais. "Essa é a nossa arma", disse.
Uma equipe da Rede Globo de Brasília foi hostilizada pelos manifestantes que xingaram os jornalistas e também alguns torcedores.




A polícia montou um cordão de isolamento em volta do estádio, o que aumentou a confusão com os torcedores que chegavam e que procuravam informações sobre os portões de entrada.
O acordo entre os organizadores e o comando da PM era que a manifestação seria feita apenas na rodoviária de Brasília e não subiria para o estádio, mas que acabou não sendo respeitado.
O temor da polícia é com a grande quantidade de torcedores que chegavam para a cerimônia de abertura da Copa das Confederações.
A tropa de choque e a cavalaria da PM cercou os manifestantes que andavam em grupo de um lado e de outro nas entradas do estádio. A cada movimento do grupo, eles eram seguidos.
Ao todo, 3.200 policiais fazem a segurança do evento em Brasília. Em torno do estádio, são 1.700. O tenente-coronel da PM Zilfrank Antero, comandante da Comunicação, disse que até o início da tarde não havia sido registrado nenhum incidente nem prisões. Ele justificou o uso de bombas de efeito moral como técnica para tentar conter a evolução dos manifestantes.
Segundo ele, a maior dificuldade em negociar com os manifestantes é que são vários grupos heterogêneos.

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