segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

24 MILHÕES DE HOMENS SOBRANDO


24 MILHÕES DE HOMENS SOBRANDO

Cláudia Trevisan


A milenar preferência das famílias chinesas por filhos homens está
prestes a transformar a busca de uma mulher pelos solteiros do país em
uma corrida de obstáculos, na qual muitos ficarão pelo caminho. De
acordo com estimativa do governo de Pequim divulgada na semana passada,
24 milhões de chineses “sobrarão” no mercado matrimonial por volta de
2020 e dificilmente encontrarão uma mulher com quem se casar. A inflação
masculina é fruto do explosivo coquetel que une a preferência por
homens, a política de filho único e os exames para identificação do sexo
dos bebês durante a gravidez, que levam ao aborto de fetos do sexo
feminino.


O desequilíbrio na população chinesa é o maior do mundo e, segundo os
números do censo, existem 40 milhões de homens a mais que mulheres no
país, número semelhante à toda a população da Argentina. O governo
proíbe a realização de ultrassom para identificação do sexo dos bebês,
mas a regra é de difícil aplicação, principalmente na zona rural.

Enquanto no mundo nascem em média 106 garotos para cada grupo de 100
meninas, na China a proporção é de 120 para 100. A entidade
norte-americana International Planned Parenthood Federation estima que
são realizados 7 milhões de abortos a cada ano no país, 70% dos quais de
bebês do sexo feminino.

A disparidade é mais acentuada na zona rural, onde ter um filho homem
é garantia do sustento dos pais na velhice, em um país que não possui
um sistema de Previdência Social. Na cultura chinesa, cabe aos filhos
homens cuidarem dos pais, enquanto as mulheres são responsáveis pelos
pais de seu marido. Em algumas regiões rurais, a proporção de
nascimentos é de 130 meninos para cada grupo de 100 meninas.


A falta de mulheres é considerada pelo governo de Pequim como uma ameaça
à estabilidade social do país. Também é uma fonte de violência contra a
mulher, com aumento dos casos de tráfico, prostituição e estupros. Para
os homens em idade de casar, o desequilíbrio entre demanda e oferta
gera uma pressão adicional na busca por uma noiva. Nas grandes cidades,
as famílias de classe média compram apartamentos para os seus filhos, na
esperança de que isso aumente seu apelo perante as possíveis
candidatas.

Casar e ter filhos ainda é visto como algo essencial na sociedade
chinesa e muitos pais se consideram frustrados com a solteirice de seus
filhos, por mais sucesso que eles tenham na vida profissional. De acordo
com a milenar tradição confuciana, o maior desrespeito que um filho
pode cometer em relação a seus pais é não ter filhos.

Dilma na Ana Maria Braga. Sem perder o foco


Dilma na Ana Maria Braga. Sem perder o foco.:

Blog Amigos do Presidente Lula:

Dilma com Ana Maria Braga: a estratégia, a imagem e a notícia
...
A estratégia política

Quando a presidenta Dilma foi à cerimônia de 90 anos da Folha de São Paulo, na semana passada, causou mal-estar em todos nós que apoiamos o governo Lula e a candidatura dela, contra o jornalão. Mas, como estratégia política, ela estava certa.

Ela colocou no bolso a oposição demo-tucana paulista e o PIG (Partido da Imprensa Golpista). A oposição, que já está na UTI, ficou menor ainda, foi desarmada, com ela sendo o centro da festa em pleno reduto oposicionista. De quebra, Dilma tomou a bandeira da liberdade de imprensa, daqueles que a criticavam justamente por isso.

Se nós sentimos mal-estar, pior foi para os reacionários demo-tucanos verem FHC, Alckmin, José Serra fazerem fila para beijar a mão da presidenta. Pior para eles foi ver FHC pedir audiência àquela que ele chamava de “poste”. A oposição sentiu o golpe, tanto que enquanto nós aqui discutimos abertamente, eles simplesmente abafaram o caso, tratando com descrição para reduzir danos.

O que dá prestígio a um jornal não é cerimônias como estas, por mais gente importante que compareça. O que dá prestígio a um jornal são notícias exclusivas. É preciso notar que Dilma não concedeu ao jornalão nenhuma entrevista exclusiva, nem antecipou nenhuma notícia do governo que pudesse ser manchete.

Dilma também será vista na Rede TV, onde gravou entrevista para a estréia do Programa da Hebe Camargo; e na TV Globo, no programa de Ana Maria Braga, gravado hoje, e que deve ir ao ar amanhã, em comemoração pelo Dia Internacional da Mulher.

Desta vez a Presidenta gravou entrevista (diferente do que fez na Folha), mas de novo, dosou a “ração” que oferece ao PIG. Pelo que antecipa o G1 (das organizações Globo), também não haverá “furos”, sendo uma conversa sobre amenidades, inclusive culinárias.

Obviamente que a Globo gostaria de uma entrevista da Presidenta no horário nobre, em um programa como o Fantástico, mas Dilma concedeu para um programa de nicho e para uma apresentadora que manteve-se isenta durante a campanha eleitoral (mesmo que tenha servido à oposição no passado como militante do fracassado movimento Cansei).
A imagem

Os telespectadores (na maioria telespectadoras) terão a oportunidade de prestar atenção no que ela diz, em vez do que dizem dela. Para o perfil da audiência desses programas, não é uma má decisão a Presidente aparecer como ela é.

É bastante provável que uma boa parte das telespectadoras destes programas tenham formado uma imagem deturpada da Presidenta pelo que ouviram dizer de homens que acompanham a política, e passem a ficar com uma boa imagem dela.

O problema é conseguir ganhos de imagem pelo lado do PIG, e perda da imagem junto à militância aguerrida do outro lado do PIG, que tem se sentido preterida, conforme inúmeros comentários sinceros na última semana, aqui e em diversos outros blogs.

O governo que Dilma está fazendo é, em essência, o que Lula faria se tivesse um terceiro mandato. As decisões que Dilma está tomando, tirando uma escolha ou outra, são as mesmas que Lula tomaria. Então, por que essa percepção não está chegando à militância?

Alguma coisa precisa ser feita para não baixar o moral da militância e não desestimular a mobilização conquistada, sem querer.

A alienação parental


A alienação parental é a rejeição do genitor que "ficou de fora" pelos seus próprios filhos, fenômeno este provocado normalmente pelo guardião que detêm a exclusividade da guarda sobre eles ( a conhecida guarda física monoparental ou exclusiva).

Esta guarda única permite ao genitor que detêm a guarda com excluvidade, a capacidade de monopolizar o controle sobre a pessoa do filho, como um ditador, de forma que ao exercer este poder extravagante, desequilibra o relacionamento entre os pais em relação ao filho. A situação se caracteriza quando, a qualquer preço, o genitor guardião que quer se vingar do ex cônjuge, através da condição de superioridade que detêm, tentado fazer com que o outro progenitor ou se dobre as suas vontades, ou então se afaste dos filhos.

Levando em consideração que as Varas de família agraciam as mulheres, com a guarda dos filhos, em aproximadamente 91% dos casos (IBGE/2002), salta aos nossos olhos que a maior incidência de casos de alienação parental é causada pelas mães, podendo, todavia ser causada também pelo pai, dentro dos 9% restantes.

Concluímos assim, que o compartilhamento parental na criação dos filhos, anularia o excesso de poder uni-lateral, origem da alienação parental, trazendo a solução para este e vários outros problemas causados pela Guarda Única.

Infelizmente nosso Novo Código Civil não nos agraciou com as mudanças que se fazem necessário para atender a mulher moderna, o pai responsável, a atual família brasileira, ao asseverar que a Guarda dos filhos continue sendo monoparental, da mesma forma que o Código Civil antecessor que data de 1916, hoje com 87 anos.

Com o objetivo de ajudar aos pais a identificar quando é que seus filhos podem estar sendo vítimas da alienação parental, juntamos as seguintes situações que demonstram em menor ou maior grau o risco da rejeição paterna.


• ...”Cuidado ao sair com seu pai . Ele quer roubar você de mim”...
• ...”Seu pai abandonou vocês “...
• ...”Seu pai não se importa com vocês”...
• ...”Você não gosta de mim!Me deixa em casa sozinha para sair com seu pai”...
• ...”Seu pai não me deixa refazer minha vida”...
• ...”Seu pai me ameaça , ele vive me perseguindo”...
• ...”Seu pai não nos deixa em paz, vive chamando no telefone”...
• ...”Seu pai tenta sempre comprar vocês com brinquedos e presentes”...
• ...”Seu pai não dá dinheiro para manter vocês”...
• ...”Seu pai é um bêbado”...
• ...”Seu pai é um vagabundo”....
• ...”Seu pai é desprezível”...
• ...”Seu pai é um inútil”...
• ...”Seu pai é um desequilibrado”...
• ...”Vocês deveriam ter vergonha do seu pai”....
• ...”Cuidado com seu pai ele pode abusar de você”...
• ...”Peça pro seu pai comprar isso ou aquilo”...
• ...”Eu fico desesperada quando vocês saem com seu pai”...
• ...”Seu pai bateu em você , tente se lembrar do passado”...
• ...”Seu pai bateu em mim, foi por isso que me separei dele”...
• ...”Seu pai é muito violento, ele vai te bater”...

Com isso, ocorrem casos de crianças com problemas psicológicos diversos, onde vemos tais reflexos somatizados, de uma culpa que elas não tem, ora em forma mais grave, como o desvio de comportamento, e outras copiando o modelo materno ou paterno de forma inadequada, ( ver pesquisas)

Caso ocorra com seu filho situação semelhante, é necessário que se procure a Vara de Família, devidamente representado por um advogado familista, para que seja peticionado uma ação de inversão da guarda, ou Guarda Compartilhada.

Outras características de mães, ou pais, que induzem a alienação parental aos filhos:

• Cortam as fotografias em que os filhos estão em companhia do pai, ou então proíbe que as exponha em seu quarto.
• Pais monoparentais, não participam ao pai que “ficou de fora” informações escolares como os boletins escolares, proíbe a entrada destes na escola, não fornece fotografias, datas de eventos festivos escolares e tentam macular a imagem do pai junto ao corpo docente do colégio.
• Pais dessa natureza, não cooperam em participar de mediações promovidas por instituições que promovem a mediação entre casais em litígio, são freqüentemente agressivos, arrogantes, e exímios manipuladores.
• Restringem e proíbem terminantemente, a proximidade dos filhos e parentes com os membros da família do ex-cônjuge.
• Encaram o ex-cônjuge como um fator impeditivo para a formação de uma outra família.(normalmente porque idealizam uma nova vida imaginando poder substituir a figura do pai pela a do padrasto, o que não seria possível com a proximidade do ex).
• Pais que induzem a alienação parental, ao ser necessário, deixam seus filhos com babás, vizinhos, parentes ou amigos, mas nunca com o pai não residente, (mesmo que ele seja o seu vizinho), a desculpa clássica é: ” Seu pai está proibido de ver as crianças fora do horário pré-estipulado para ele “ , ” Seu pai só pode ficar com vocês de 15 em 15 dias. Foi o Juiz que disse “ ou “ Não permito, porque seu pai vai interferir na rotina da nossa família”
• Pais que induzem a alienação parental, normalmente são vítimas do seu próprio procedimento no futuro, sendo julgados pelos seus próprios filhos impiedosamente.
• Tem crises de depressão e agressividade, exercendo violência física ou psicológica sobre seus filhos.
• Fazem chantagem emocional sempre que possível, especialmente quando a criança está de férias com o pai não residente.
• Não percebe o cônjuge na sua angustiante revolta e infelicidade que o seu “maior inimigo” poderia ser seu maior aliado, sendo enormemente beneficiada dividindo a responsabilidade no compartilhamento da guarda do filho, com o ex-cônjuge.
• Muitas vezes negam ao pai não residente o direito de visitar seus filhos nos horários pré-estipulados, desaparecendo por semanas a fio, ou obrigando as crianças a dizerem, que não querem sair com o pai, não permitindo nem mesmo que ele se aproxime de sua casa, chamando a polícia sob a alegação que está sendo ameaçada ou perseguida.
• Não permitem o contato telefônico do pai com o filho em momento algum, proibindo inclusive que o filho ligue para ele.
• Proíbem a empregada doméstica de passar a ligação do pai ao seu filho.
• Desaparece com o telefone celular que o pai dá para o filho.
• Costumam fazer denunciações caluniosas de agressão, ameaça, crimes contra a honra, etc.
• Agridem fisicamente o pai em locais não públicos, e imediatamente se deslocam para locais públicos, para forjar um pedido socorro por terem sido agredidas.
• Freqüentemente ameaçam mudarem-se pra bem longe, os Estados Unidos ou uma cidade bem longe.

BIBLIOGRAFIA: SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL
Por François Podevyn Traduzido para o Espanhol por Paul Wilekens (
Euclydes de Souza é advogado, presidente da Apase Rio de Janeiro e PaiLegal

NÃO TENHA MEDO


NÃO TENHA MEDO
Poema

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro...
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
(Ney Matogrosso)

A revolução não será televisionada


A revolução não será televisionada

Matthew Shirts - O Estado de S.Paulo

Em 1970, Gil Scott-Heron lançou uma música que marcou minha geração. Chama-se The Revolution Will not Be Televised ou, em tradução, "A revolução não será televisionada". Na época eu tinha 12 anos, tal como meus amigos, e vivia na Califórnia. Éramos fascinados pelo mundo transgressor do rock-n"-roll, dos hippies, dos escritores amalucados como Hunter S. Thompson. Já conhecíamos os Rolling Stones, Bob Dylan, Beatles, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Grace Slick. Mas essa música, de Gil Scott-Heron, era especial. Repetia o refrão em uma fala cadenciada, parecida com as do rap, que não existia. A toda hora, repetidas vezes, éramos informados de que não seria televisionada a revolução. O refrão era este: "A revolução não será televisionada".


Falava de "a revolução" como se fosse um evento já organizado, aguardando apenas o momento de acontecer. E prometia muita confusão. Aos 12 anos, não desfrutávamos um conceito nuançado de mudanças políticas abruptas. Mas a expectativa era grande. Se a revolução fosse parecida com a americana, de 1776, que conhecíamos das aulas na escola, seria movimentada e, no fim, as forças do bem venceriam. Já éramos, àquela altura, viciados em utopias e finais felizes.

Outro ponto que chamava nossa atenção era o fato de que a revolução não iria passar na TV. Como assim? "Nem no jornal, à noite?", pensava eu. A música de Scott-Heron fazia ainda, como não bastasse, referências aos nossos seriados favoritos, programas de televisão como A Família Buscapé e O Fazendeiro do Asfalto. Dizia que iriam perder sua relevância.

Para dizer a verdade, a letra da música ia um pouco além de nossa capacidade de compreensão, desconfio. Mas ficou o refrão para a vida toda. Entre as coisas que eu sempre soube, tal como o nome dos melhores jogadores de beisebol e basquete, era o fato de que a revolução, quando chegasse, não seria televisionada.

Lembrei de Gil Scott-Heron na semana passada, ao acompanhar os eventos políticos surpreendentes do Egito, da Tunísia e da Líbia, pelo Twitter. Para quem não sabe, twitter é um programa de computador que organiza mensagens enviadas pela internet ao seu computador ou telefone, espécie de um email turbinado e mais público.

As informações vêm de toda parte, de tuiteiros no Egito, na Tunísia, no Rio de Janeiro e em Rio Preto, no interior de São Paulo, dos correspondentes do jornal The New York Times, do Guardian, inglês, da BBC, da TV Al-Jazira, da National Geographic e do Estadão. As notícias tendem a ser recentes, quentes. É muito rápido tudo. Através do Twitter venho acompanhado, fascinado, como uma revolução no Oriente Médio vai levando a outra. As novidades chegam por meio de endereços eletrônicos, links de reportagens nos jornais, na TV, sites, blogs e mesmo de pessoas físicas. Tunísia, Egito, Bahrein, Líbia. Qual será a próxima?

Ao fazer meu pedestrianismo na Avenida Sumaré, quinta-feira passada, perguntei ao professor Antônio Pedro Tota o que ele achava dos acontecimentos políticos recentes nos países árabes. Levantei a hipótese de que essas revoluções eram, em parte, um fruto doce da globalização. O contato estreitado com a Europa, com o Brasil, com o resto do mundo, enfim, faz com que os cidadãos dos países em revolta queiram se livrar de estruturas e políticos atávicos. Buscam a democracia e a felicidade, tal como há em outras partes. Deve ser por isso, refleti, que a primeira reação de nove entre dez ditadores aos movimentos contestatórios é tentar cortar o acesso à internet. Mas não adianta. O mundo assiste aos acontecimentos.

O professor concordou comigo quanto à influência da globalização. Mas fez questão de acrescentar que ela não fazia mais do que desmontar o poder de alguns dos últimos remanescentes da Guerra Fria. (Historiador tende a pensar nesses termos, em grandes mudanças através do tempo). Muitos dos ditadores da região recebiam apoio do Ocidente, notou. A mim me pareciam certeiros os comentários do professor, pensei, ao passar em frente da sorvetaria Sotto Zero.

Mas Gil Scoot-Heron estava errado. A revolução será televisionada. E tuitada. E colocada em toda a internet. Inclusive no Facebook.




sábado, 26 de fevereiro de 2011

EUA iniciam intervenção branca na Líbia



EUA iniciam intervenção branca na Líbia
Publicado em 26-Fev-2011
Blog José Dirceu

EUA iniciam intervenção branca na Líbia
Não há mais dúvidas: com as medidas unilaterais adotadas e para as quais preparavam terreno manipulando o noticiário da mídia internacional nos últimos dias, os EUA iniciaram, na prática, uma intervenção branca na Líbia. Agora, vão fazer de tudo para apressar a queda do ditador Muamar Khaddafi e comandar a transição com dois objetivos: controlar as reservas e a produção de petróleo e evitar um governo antiamericano ou pró-palestino ao fim da crise libia. Evidentemente que não se pode, também, dsconhecer os graves problemas dos direitos humanos e da repressão desencadeada por Khadaffi.
Não há mais dúvidas: com as medidas unilaterais (relacionadas no post abaixo) que adotaram e para as quais preparavam terreno manipulando o noticiário da mídia internacional nos últimos dias, os Estados Unidos iniciaram, na prática, uma intervenção branca na Líbia.

Agora, Washington vai fazer de tudo para apressar a queda do ditador Muamar Khaddafi e comandar a transição. Como, aliás, conseguiu no Egito - só que aqui, agiu apenas no final, quando viu não ter mais o que fazer para sustentar o aliado Hosni Mubarak, ditador que sustentou no poder por 30 anos.

Como escrevi ontem, tudo - manipulação do noticiário e intervenção branca - é feito para atingir dois objetivos: controlar as reservas e a produção de petróleo e evitar um governo antiamericano ou pró-palestino ao fim da crise na Líbia que, tudo indica, já se transformou em guerra civil, como escrevemos ontem aqui no blog.

Esta é a questão central. Sem desconhecer, evidentemente, os graves problemas dos direitos humanos e da repressão desencadeada pela ditadura Khadaffi contra a população rebelada

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sexo & Comércio


Sexo & Comércio

Os bispos católicos chiam, mas a Globo não está nem aí.

A Igreja Católica, como todos sabem, desde tempos longínquos até hoje, nunca foi santa. Nem em termos de comportamento sexual, cujos membros cada vez mais amiúde se envolvem em delito nesta área, nem em termos financeiros. Todo sabem, igualmente, que poucas instituições de crédito estiveram e estão tão envolvidas em falcatruas envolvendo lavagem de dinheiro e associação com Máfia, do que o Banco do Vaticano.

Em meados do século passado, a partir e João Paulo VI, a Igreja aproximou-se dos pobres do Mundo e, na América Latina, ganhou extraordinária proeminência moral e política, conquistando toda uma geração de militantes libertários e generosos. Até Nelson Rodrigues, o Jabor da época (com muito mais talento é claro) indignou-se contra a “militância de batina”.

Entretanto, com João Paulo II este caminho generoso e progressista foi revertido e o que se vê hoje é uma igreja que perde vertiginosamente espaço par seitas protestantes, principalmente as Pentecostais, muitas delas ainda mais retrogradas. Há até a teoria conspirativa de que nos anos 70/80 estas seitas foram financiadas,na América Latina, a partir dos Estados Unidos, para tentar barrar o avanço da Esquerda Católica.

Seja como for, a sensação que se tem, hoje, é a de que a Igreja Católica, para manter índices mínimos de popularidade ou audiência (já que a evangelização virou um grande show midiático), agarra-se, por falta de alternativas, a sucessos pop do tipo Padre Marcelo. Eu, particularmente, tenho saudades de D. Helder.

Agora, imaginando possuir uma importância e uma influência que já não existem (o pastores Malafaia e R.R. Soares, sozinhos, formam mais opinião que todos os bispos brasileiros juntos) a CDBB divulgou, há dois dias, documento em que condena veementemente os programas tipo reality show, sendo certo que seu alvo principal era o BBB da Globo.

Depois de pedir maior rigor do Ministério O Público Federal, os bispos dizem que tais programas “atentam contra a dignidade da pessoa humana” e constituem “agressão aos valores morais que sustentam a sociedade”.

Em seguida, mencionam que as emissoras de TV são concessões publicas, como a sugerir que elas são passíveis de censura. Desde a Inquisição, eles não perdem essa mania.

Enfim, uma baboseira que ninguém levou muito à sério, nem muito menos a Globo que como maior Casa de Prostituição Eletrônica do País praticamente não tomou conhecimento do pronunciamento episcopal e continuou exibindo à farta seios e bundas. Seios e bundas estes que são em seguida faturados via fotos e vídeos, o que caracteriza a prostituição e proxenetismo escancarados.

E, com a o cinismo de sempre, a Casa dos Marinhos informou que cabe os pais evitar que seus filhos tenham acesso a esses tipos de programa. Mas que pais? Os ausentes? Os que empurram suas filhas para dentro da casa de tolerância e depois chamam parente, vizinhos e amigos para vê-la e aplaudi-la em delírio enquanto ela se prostitui? Ou os pais que se masturbam vendo o programa?

Enfim estes são apenas pequenos apontamentos desta coluna Sexo & Comércio, criada exatamente parar demonstrar que uma coisa é a bem vinda e benfazeja liberação sexual obtida a duras penas nos Anos Rebeldes (70/80) do século passado. Outra coisa é a sórdida apropriação dessa liberação pelo Capital.

Apropriação que transformou algo de bom que conquistamos para nossa saúde física e mental em algo sórdido que resgata para a corrupção o que já estava liberado para a vida e vilipendia algo de bom e generoso que por ventura ainda exista dentro de nós.

Fonte:Blog Novas Ideias
franciscobarreira

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Um novo estatuto do PT, nossa reforma política interna

O 4º. Congresso Nacional do PT, em fevereiro de 2010, deliberou pela realização de um amplo debate a respeito de nossa trajetória organizativa e dos desafios presentes e futuros de nossa grande instituição partidária, que já completou 31 anos de vida. Esse debate tem por objetivo atualizar nosso estatuto partidário e reforçar os instrumentos institucionais internos que garantem nossa democracia e concepção organizativa.*

A resolução que estabeleceu essa reforma definiu uma pauta obrigatória, fruto das reflexões acerca da vivência política que nos levou a tantas vitórias importantes, mas que também passou por crises e impasses marcantes.

Devemos debater o financiamento da atividade partidária, ou seja, discutir sem reservas as formas de sustentar materialmente o partido e reduzir sua dependência de finaciamentos externos. Esse é um ponto decisivo para estabelecer, de forma transparente, uma estratégia permanente de viabilização do crescimento sustentável de nossa presença política na
sociedade.

O IV Congresso também destaca para debate o caráter coletivo das campanhas eleitorais do Partido, ou seja, como garantir que os projetos individuais não se sobreponham às demandas coletivas e à democracia interna. Em um partido como o PT, o risco de nos tornarmos reféns da estrutura política externa ao partido é sempre presente, quanto mais crescemos e nos tornamos atores decisivos da vida política da Nação.

Trataremos, também e especialmente, da necessidade de aumentar o número de filiados e melhorar a vida orgânica do Partido. O PT, na maioria das pesquisas de opinião, tem mais de 20% de simpatia popular, em torno do triplo do segundo colocado, o PMDB, que registra entre 6 a 9% dos pesquisados.É razoável que tenhamos a ambição de trazer 20% desses simpatizantes, para o ato de filiação formal ao partido com o qual se identificam. Isso representa quintuplicar nosso quadro. Mas para que isso seja uma conquista de consciência e participação, temos que tratar da ampliação da democracia interna, inclusive garantindo formação política e comunicação interna regular para o conjunto dos filiados. Por mais que o PT seja a experiência mais efetiva de participação partidária do Brasil, e referência para inúmeros partidos de outros países nesse aspecto, sabemos que há um enorme desafio para superar o abismo entre a filiação e a real participação democrática nos rumos da nossa vida interna.

As experiências positivas e negativas verificadas nos PEDs de 2001 a 2009 nos determinam o desafio de consolidar o instrumento do voto direto e afastar de nosso caminho os desvios típicos das disputas eleitorais despolitizadas. Para tanto, é necessidade urgente o fortalecimento da capacidade dirigente das instâncias partidárias.*

A combinação entre a agenda institucional do Partido e as lutas sociais determinam o caráter multifacetado de um partido que busca intervir nos mais variados espaços do Brasil. Para que isso se sustente em termos estratégicos, é vital capacitar o Partido para o debate ideológico e
programático em curso na sociedade brasileira.*

O debate que faremos será determinante para que nossa construção partidária se consolide nos próximos anos. Mais que discutir regras isoladas de eleição de instâncias, o fundamental é ousar no projeto organizativo e buscar a qualidade das relações políticas como insumo básico para nosso projeto político.

No momento em que a sociedade brasileira retoma a questão da reforma política, a primeira iniciativa de nossa reforma interna deve ser a participação das bases do partido na discussão. As centenas de milhares de filiados devem dar a demonstração de que esse não é um problema da direção, nem as respostas virão da cúpula. Nosso PT já mostrou que a militância é que defende e protege o partido, na luta pela democracia de nosso projeto
socialista.

Ricardo Berzoini é deputado federal (PT-SP) e presidirá a Comissão de Reforma Estatutária do PT

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Folha já cumpriu o seu papel


A Folha já cumpriu o seu papel

Por Mariana Martins

A Folha de São Paulo fez no último dia 19 de fevereiro 90 anos. Um dos jornais de maior circulação no Brasil é também um dos jornais mais polêmicos quando a questão envolve os seus posicionamentos políticos. Esta polêmica, sem dúvida, teve sua época áurea nos últimos oito anos que marcaram o governo do ex-torneiro mecânico, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva, contra o qual o jornal orquestrou constantes guerras midiáticas. Eu, no meu espírito democrático, não ousaria dizer que não há o que se comemorar nesses 90 anos.

Como professora de ética para o curso de jornalismo, eu tenho até que confessar que eles me ajudam, me munem sempre de bastante polêmica para trabalhar em sala de aula o não fazer jornalístico. A mídia brasileira como um todo também contribui para a sempre necessária “moral da história” que é: estamos distante da democracia possível (quiçá a ideal).

Sempre protegidos pela mascara de defensores da liberdade de imprensa (muitas vezes querendo fazer confundir esta com a liberdade de expressão, que é individual e não pode ser transferidas a interesses empresariais) os grandes jornais, dentre eles a FSP, se expõem como verdadeiros paladinos da ética e da moral, quando não raras vezes se deixam entregar por frases perdidas. Seja por um editorial que classifica a ditadura Brasileira de “ditabranda”, seja por declarações da atual Diretora Presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) - a representante do Grupo Folha, Judith Brito - que declarou – mesmo em oposição ao que diz o Código de Érica da ANJ – que os jornais deveriam fazer o papel da oposição no Brasil.

A tal imparcialidade, que nem eu acredito, mas eles juram de pé junto ser o que eles fazem, fica sem defesa em episódios como este, mas infelizmente eles [os jornalões] ainda são os mais lidos pela elite letrada desse país. Sorte a nossa que o efeito pedra no lago, depois da atomização das massas, está cada vez mais em desuso. Principalmente depois das três últimas eleições e, lógico, você sabe o motivo.

Foram oito anos de perseguição ao ex-presidente da república, algumas vezes cumprindo, de fato, o papel de uma imprensa repercutindo fatos, outras vezes, carregando na tinta e na maioria e piores vezes destilando veneno da mais baixa qualidade. Lula teve que aguentar, sem requerer o seu legítimo direito de resposta, ser acusado de bêbado, de ladrão e até mesmo de pedófilo! Lula ficou calado e assim mesmo foi considerado um inimigo da liberdade de imprensa. Eu, particularmente, daria um prêmio de honra à paciência ao ex-presidente por tudo que teve que ouvir e não responder. E eu não estou falando só de críticas, se fosse isso, estaríamos exercitando a democracia, estou falando de insultos, mentiras...Isso não é liberdade de imprensa, isso é falta de ética, falta de caráter.

Mas por falar em exercitar o espírito democrático e a capacidade de receber críticas, eu vou, para finalizar este artigo desabafo, lembrar que o único veículo que não aguentou ver a liberdade dos outros em ação foi a própria Folha de São Paulo que, no ano passado, por meio de uma liminar tirou do ar uma página na Internet que parodiava o jornal e se chamava Falha de São Paulo. A Falha de São Paulo, no exercício legítimo e democrático da crítica, usava as próprias manchetes da FSP para mostrar a parcialidade deste na campanha em curso. E o que foi que aconteceu? Exercício do autoritarismo por parte da Folha de São Paulo que tirou a página do ar.

É, acho que com esse exemplo a gente pode terminar o debate sobre quem defende às liberdades de imprensa e de expressão e vocês podem tirar as suas próprias conclusões. O que eu tenho a dizer é que os 90 anos de existência já foram suficientes para os atuais e futuros profissionais do jornalismo aprenderem o que não se deve fazer. Ou seja, a Folha já cumpriu o seu papel.

Obs.: Você deve estar se perguntando se eu não vou falar de tudo que a Folha de São Paulo fez para Dilma durante a campanha? A ficha falsa do DOPS e as informações sempre desencontradas. O motivo pelo qual surgiu a Falha de São Paulo! Tantas coisas... É mas eu vou deixar a relação FSP X Dilma para as comemorações dos 100 anos ou quem sabe, para as comemorações do fim do império da falta de ética nas comunicações.

* É jornalista. Doutoranda em Políticas de Comunicação e Cultura pela Universidade de Brasília. Professora de Ética para os cursos de comunicação social.

Presidenta Dilma Rousseff discursa durante comemoração dos 90 anos de fundação da Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 às 23:15
Sem liberdade de imprensa não há democracia
Blog do Planalto
Presidenta Dilma Rousseff discursa durante comemoração dos 90 anos de fundação da Folha de S. Paulo. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Uma imprensa livre, plural e investigativa é imprescindível na democracia, afirmou a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (21/2), na cerimônia de comemoração dos 90 anos da Folha de S. Paulo.
Segundo a presidenta, a multiplicidade de pontos de vista e a abordagem investigativa dos grandes temas de interesse nacional constituem requisitos indispensáveis para o pleno usufruto da democracia e o amadurecimento da consciência cívica de uma sociedade.

“Um governo que não sabe escutar nas críticas dos jornais a voz dos eleitores não consegue ter um compromisso real com a democracia. Porque a democracia exige o contraditório e a vigilância sobre os governantes (…). Ao comemorar o aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, um grande jornal brasileiro, o que estamos celebrando é também a existência dessas liberdades no Brasil”, disse.

Durante a cerimônia, a presidenta enfatizou que o exercício democrático nem sempre foi possível no Brasil e que a liberdade de opinião apenas se consagrou com o fim da ditadura militar. Como exemplo, citou o fato de o primeiro jornal brasileiro ter sido impresso em Londres, a partir de 1808, em função da censura.

“Nestes 188 anos de independência, é necessário reconhecer que, na maior parte do tempo, a imprensa brasileira viveu sob algum tipo de censura. De Libero Badaró a Wladimir Herzog, ser um jornalista no Brasil tem sido um ato de coragem. É esta coragem que aplaudo hoje no aniversário da Folha”.

Ao término do discurso, a presidenta Dilma frisou: “Por fim reitero que no Brasil de hoje, com uma democracia tão nova, todos nós devemos preferir um milhão de vezes o som de vozes críticas ao silêncio das ditaduras”.

Dilma, sem medo de ir ao pré-velório da Folha




Dilma, sem medo de ir ao pré-velório da Folha, toma a bandeira da liberdade de expressão do PIG

O jornalão Folha de São Paulo chega aos 90 anos em clima de velório: em decadência nas vendas, recentemente perdeu o posto de jornal de maior circulação do Brasil.

Ontem, na segunda-feira à noite, o jornalão resolveu fazer uma solenidade alusiva à data.

Tomou a Sala São Paulo emprestada do governo paulista, convidou diversas autoridades eclesiásticas em ato ecumênico para "benzer" o jornalão da decadência e, cortejando o poder, convidou políticos, juízes, banqueiros e personalidades dos mais variados segmentos, desde o Juiz Fausto De Sanctis, passando pelos presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, prefeito, governador, ministros, ex-presidentes da República, parlamentares, demo-tucanos com e sem mandato como FHC e Serra, e até a presidenta Dilma.

A presença da Presidenta gerou polêmica na blogosfera acostumada a combater o demo-tucanismo do jornalão do PIG (Partido da Imprensa Golpista).

A história é semelhante ao copo d'água pela metade. Os pessimistas dizem que o copo está meio vazio, e os otimistas dizem que o copo está meio cheio. Da mesma forma, os pessimistas vêem a Presidenta cedendo ao jornal, mas os otimistas tem confiança o suficiente para verem o contrário: o jornal se rendendo à Dilma, submetendo o curral eleitoral demo-tucano dos leitores do jornal, ao discurso dela.

Não que isso vá mudar a natureza dos donos do jornal e nem da grande maioria de seus assinantes, mas postura de estadista impõe respeito aos adversários e esvazia críticas sem fundamento e desarma o discurso golpista e lobista.

Com este gesto, Dilma respondeu à intolerância com a tolerância, combateu o preconceito ao não descriminar adversários preconceituosos; impôs a supremacia da razão e civilidade sobre o discurso do ódio. E desmentiu no próprio jornalão todo aquele noticiário da Folha que a demonizava como se fosse uma ameaça à democracia e a liberdade de expressão, entre as quais a liberdade de imprensa. Tomou essa bandeira perante os leitores do PIG, o que desarma as resistências lobistas contra um novo marco regulatório e democratização dos meios de comunicação.

O PIG precisará elevar o nível da discussão sobre liberdade de imprensa, para sair do jornalismo corrupto de lobismo empresarial por oligopólios, e submeter-se aos interesses republicanos da nação.

Além disso, se uma minoria dos leitores tiverem seus olhos abertos para verem que o discurso do ódio demo-tucano alimentado pelo PIG é tão falso como uma nota de 3 reais, já terá valido a pena.

É preciso lembrar que reacionários só se informam através do PIG, e mesmo os filhos mais novos destes, adeptos da internet, continuam se informando nos portais do PIG. Ao terem contato com uma imagem de Dilma que eles nunca quiseram enxergar, usando as flores da razão para vencer os canhões do PIG, os mais inteligentes e sensíveis acabam refletindo um pouco, passam a ler o PIG com olhar mais crítico, e acabam por buscar o contraditório quando a notícia vem embrulhada em plumagem tucana.

É preciso lembrar que, em São Paulo e Minas Gerais, o PIG ainda consegue ser influente. Nas últimas eleições em São Paulo, Alckmin não seria eleito no primeiro turno se poucos votos virassem. Por isso, mais importante do que sectarismos improdutivos, é conquistar terreno para abrir novos horizontes.Zé Augusto

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quisera Eu


Quisera Eu
Tony Fraga

Ter a sabedoria de uma criança.
Ter a humildade de uma criança.
Ter a força de uma criança.
Ter a garra de uma criança.
Ter a cosmovisão de uma criança.
Ter o amor de uma criança.

A sabedoria de uma criança é feita de simplicidade, não tenta complicar as coisas fáceis.
A humildade de uma criança é genuína, incorruptível, desprovida de interesse egoísta.
A força de uma criança é possante, é evolutiva, é motivadora.
A garra de uma criança é algo fascinante, sempre se põe de pé após cada queda sem preocupação se vai cair mais uma vez ou não.
A cosmovisão de uma criança é a visão ideal para um mundo ideal.
O amor de uma criança é o amor capaz de regenerar o mundo.

Quisera eu que todos nós fôssemos crianças.
O mundo seria o paraíso e as pessoas seriam anjos.
A paz seria realidade sempre presente e a felicidade seria plena

Quando...


QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos Busca-Me: eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas.
Quando...
Rubens Romanelli

QUANDO te julgares incompreendido pelos que te circundam e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de Mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos.

QUANDO se te extinguir o ânimo, as vicissitudes da vida e te achares na eminência de desfalecer, chama-Me: eu sou a Força capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidade do mundo.

QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de Mim: eu sou o REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranqüilidade para o teu espírito.

QUANDO te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-Me: eu sou a PACIÊNCIA que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis.

QUANDO te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por Mim: eu sou o BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos.

QUANDO o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem a Mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à fraqueza de tuas atitudes e à excelsitude de teus ideais.

QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, clama por Mim: eu sou a ALEGRIA, que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior.

QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para Mim: eu sou a ESPERANÇA, que te robustece a fé e acalenta os sonhos.

QUANDO a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-Me: eu sou o PERDÃO, que te eleva o ânimo e promove a reabilitação de eu espírito.

QUANDO duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim: eu sou a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te reabilita para a conquista da felicidade.

QUANDO já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de seu semelhante, aproxima-te de Mim: eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo.

QUANDO, enfim, quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Eu sou a dinâmica da Vida e a harmonia da Natureza; chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito. Estende-me, pois, a tua mão... alma filha de minha alma que eu te conduzirei, numa seqüência de êxtases e deslumbramentos, às serenas mansões do infinito, sob a luz brilhante da ETERNIDADE.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Depressão, o mal do século!


Depressão, o mal do século!

Assunto polêmico e bem difundido entre todos os seres humanos ultimamente.
Se não vivemos o assunto diretamente, teremos sempre um conhecido que passa ou passou por este problema e conhecemos os reflexos de tudo isso.
Há um tempo, poderia dizer-se que isso não existia que era algo para chamar a atenção e tudo mais. Hoje, respeitamos o assunto depois de muitos estudos e sabemos que há necessidade de tratamento e acompanhamento médico, e a pessoa que se encontra em tal estado deve ser respeitada e compreendida; é como estender a mão para que ela se livre de tal situação.
Uma tristeza enorme toma a pessoa, que na grande maioria das vezes nem sabe a origem; a vida familiar é excelente, o relacionamento é maravilhoso, a parte financeira está bem, a saúde está perfeita, e de onde vem tanta tristeza e falta de ânimo para fazer as coisas?

Hoje, abordarei esse tema dando um enfoque pelo lado energético, mostrando como a radiestesia pode atuar e eliminar tal problema de sua vida.
Algumas posturas são muito importantes a fim de manter a nossa energia estabilizada, entre elas, destacamos o seguinte: todo mundo deve prestar sempre atenção aos sinais que a vida lhe dá e tirar deles sempre um aprendizado; dominar seus pensamentos e manter a sua mente sempre livre de pensamentos negativos; permanecer sempre no estado de humildade frente ao conhecimento, somente assim você se tornará um sábio (é muito importante reconhecer que você tem algo a aprender). E, por fim, ter sempre em mente a importância do amor incondicional em todas as situações de sua vida, a alegria e o equilíbrio pessoal.

Falamos até agora de processos internos que podem nos influenciar, agora falaremos dos processos externos, como o meio em que vivemos pode nos afetar e como as pessoas à nossa volta podem nos influenciar de maneira negativa.
Há uns seis meses, atendi à distância um casal que passava por um problema sério de depressão.
A esposa me contratou, pois o marido estava em péssimo estado, muitos médicos haviam sido consultados e o número de remédios que ele tomava ao dia era assuntados, ele não saía mais de casa. Levantava-se de manhã e ia direto para o sofá em frente à TV e lá permanecia o dia todo, sem vontade de fazer nada, muitas vezes sem vontade nem de se alimentar.
Quando a esposa me contatou para estudar as energias do local onde moravam e fazer a parte de estudo pessoal energético pela mesa radiônica, disse-me logo de imediato essa será a última tentativa que faria, pois já estava cansada de lutar contra tudo isso há trinta anos.
Iniciei, então, o estudo da casa através da planta do imóvel, identifiquei de imediato uma confluência de linhas Hartmann sobre o local onde o marido dormia, pedi que a cama fosse mudada de local. Continuei o estudo e identifiquei a presença de energias de forma muito intensas e perigosas no centro da casa, pedi que me dissesse o que havia no local. A esposa, então, me disse que havia uma enorme coleção de máscaras antigas com os mais diversos formatos. Expliquei-lhe que deveriam ser retiradas da casa de imediato por conta da energia de forma emitida, ela de imediato, fez o que recomendei.

Pedi, então, que fizesse uma limpeza energética na casa a fim de eliminar as memórias de parede que haviam sido geradas por conta de todo esse sofrimento passado durante todo esse tempo.
Pedi que a energia da casa fosse ancorada através da colocação de cristais em pontos estratégicos, em um processo de geoacunpuntura.
A energia da casa estava curada, agora era hora da parte pessoal. Iniciei, então, o atendimento com a mesa radiônica, verificando as frequências energéticas e onde havia desequilíbrio.
De imediato, detectei a não-sintonia de algum remédio que o marido estava tomando. Pedi que me passasse o nome de todos os remédios e os verifiquei. Descobrimos o que estava lhe fazendo mal; a falta de sintonia de um remédio pode causar o efeito contrário, este era o caso. Sugeri, desse modo, o retorno ao médico e a possibilidade de substituição de tal remédio. Tudo foi feito. Fiz um ciclo de 7 mesas radiônicas repetidas a cada 21 dias a fim de mudar a sintonia energética do marido e mantê-la estabilizada. A necessidade de repetição constante da mesa radiônica se justificava pela permanência de tão longo período sofre o efeito da linha Hartmann, no local onde o marido dormia.

Hoje passados seis meses de toda análise e correção, a vida do casal é outra, o marido retomou suas atividades como empresário bem sucedido e de suma importância na empresa. O número de remédios foi reduzido a dois, pois ele ainda se encontra no período de reposição química cerebral e desmame do médio. Pela última foto que vi, tive a sensação que ele havia remoçado uns dez anos, depois de se livrar do mal que lhe acompanhou por quase toda a vida.
A esposa está muito contente e feliz. Compraram uma casa nova, que passou por minha avaliação e, hoje, ela está decorando e fazendo tudo a seu gosto para depois desta etapa, começarem também uma vida nova em um novo local arborizado e confortável, não só para eles, como para os netos que tanto gostam de receber.
Tudo isso motiva o meu trabalha no dia-a-dia na certeza de ser uma missão de vida e de poder dizer: consegui, como instrumento do Divino, modificar a vida de mais umas pessoas.
Não conviva com nada, mas nada mesmo, que o faça infeliz. A vida está aí para ser vivida de maneira plena e da forma como você deseja. Para isso existem instrumentos como a radiestesia que nos auxiliam nessas mudanças.

Maria Isabel Carapinha

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Lula, Dilma e a velha mídia


Lula, Dilma e a velha mídia

O esporte preferido da mídia é fazer comparações da Dilma com o Lula. Sem coragem para reconhecer que se chocaram contra o país – que deu a Lula 87% de apoio e apenas 4%b de rejeição no final de um mandato que teve toda a velha mídia contra – essa mídia busca se recolocar, encontrar razões para não ser tão uniformemente opositora a tudo o que governo faz. O melhor atalho que encontraram é o de dizer que as coisas ruins, que criticavam, vinham do estilo do Lula, que Dilma deixaria de lado.

Juntam temas de política exterior, tratamento da imprensa, rigor nas finanças públicas, menos discurso e mais capacidade executiva, etc., etc. Como se fosse um outro governo, de outro bloco de forças, com linhas politica e econômica distinta. Quase como se a oposição tivesse ganho. Ao invés de reconhecer seus erros brutais, tratam de alegar que é a realidade que é outra.

Como se o modelo econômico e social – âmago do governo – fosse distinto. Como se a composição do governo fosse substancialmente outra, como partidos novos tivessem ingressado e outros saído do governo. Apelam para o refrão de que “o estllo é o homem” (ou a mulher), como se a crítica fundamental que faziam ao Lula fosse de estilo.

No essencial, a participação do Estado na economia está consolidada e, se diferença houver, é para estendê-la. Os ministérios econômicos e sociais são mais coerentes entre si, tendo sido trocados ministros de pastas importantes – como comunicação, saúde e desenvolvimento – para reafirmar a hegemonia do modelo de continuidade com o governo Lula.

A política externa de priorização das alianças regionais e dos processos de integração foi reiterada na primeira viagem da Dilma ao exterior, à Argentina, assim como no acento no fortalecimento dos processos latino-americanos, como a ênfase na aproximação com o novo governo colombiano e a contribuição ao novo processo de libertação de reféns comprova.

O acerto das contas publicas se faz na lógica do compromisso do governo da Dilma de estabelecimento de taxas de juros de 2% ao final do mandato, alinhadas com as taxas internacionais, golpeando frontalmente o eixo do principal problema econômica que temos: as taxas de juros reais mais altas do mundo, que atraem o capital especulativo. A negociação do salário mínimo se faz com o apoio do Lula. A intangibilidade dos investimentos do PAC já tinha sido reafirmada pelo Lula no final do ano passado.

Muda o estilo, ênfases, certamente. Mas nunca o Brasil teve um governo de tanta continuidade como este, desde que se realizam eleições minimamente democráticas. A velha mídia busca pretextos para falar mal de Lula, no elogio a Dilma, tentando além disso jogar um contra o outro. A mesma imprensa que não se cansou de dizer que ela era um poste, que não existiria sozinha na campanha sem o Lula, etc., etc., agora avança na direção oposta, buscando diferenças e antagonismos onde não existem.

Postado por Emir Sader

domingo, 13 de fevereiro de 2011

É a queda do Muro de Berlim árabe


''É a queda do Muro de Berlim árabe''
Boaventura Sousa Santos, sociólogo e organizador do Fórum Social Mundial

Andrei Netto - O Estado de S.Paulo

Enquanto milhares de manifestantes se reuniam todos os dias na Praça Tahrir, no Cairo, para mudar o destino do Egito, milhares de militantes "altermondialistas" discutiam em Dacar o que fazer para viabilizar o slogan "um outro mundo possível". A capital do Senegal foi na semana passada a sede do 11.º Fórum Social Mundial (FSM), evento criado em Porto Alegre para ser o centro de discussões da esquerda no mundo.

Com o corpo no Senegal, mas os olhos atentos aos acontecimentos do Egito e da Tunísia, o sociólogo português e espécie de porta-voz do FSM Boaventura de Sousa Santos avaliou, em entrevista exclusiva ao Estado, as raízes da crise no Oriente Médio e Norte da África árabe, e seus desdobramentos geopolíticos. "A democracia pode destruir os inimigos do Ocidente, mas também pode derrubar seus amigos", afirma. A seguir, trechos da entrevista.

O presidente Hosni Mubarak acaba de renunciar. Qual é a implicação desse fato político para o Egito, o mundo árabe e para a comunidade internacional?

É a queda do Muro de Berlim no mundo árabe. Vejo alguma semelhança com o que aconteceu no meu país, Portugal, em 1974. O Exército, que esteve com o regime, distanciou-se ocasionalmente de Mubarak, em especial durante os protestos. Foi uma atitude digna. Durante algum tempo o Exército e o povo foram um só. Em Portugal, as Forças Armadas conduziram o país até as eleições. Creio que será essa a lógica no Egito. Foram cerca de oito milhões nas ruas, 10% da população. Em toda a região, regimes semelhantes estão em perigo. Na Palestina, Iêmen, na Líbia, Argélia, Marrocos e Jordânia. Os países são diferentes, mas há um efeito dominó que pode se concretizar ou não. É uma grande onda democrática, como na América Latina nos anos 80, o Muro de Berlim, nos 90, e agora no mundo islâmico.

Qual é a sua leitura da crise política no Norte da África e no Oriente Médio? O que causou as revoltas na Tunísia e no Egito?

É a mistura explosiva de uma crise econômica muito intensa, que vem desde a década de 2000 e de governos autoritários. No momento em que a Europa começa a desacelerar o crescimento, as economias do Magreb se ressentem. A Europa tem duas periferias às margens do Mediterrâneo. A exterior vai do Marrocos ao Egito, e a interior, da Irlanda à Grécia. A Europa funcionou articulando essas duas periferias, mas com o neoliberalismo, o que se pretendia que fosse crescimento virou estagnação econômica, com níveis de desenvolvimento humilhantes no plano interno. Ora, as economias periféricas estavam muito dependentes da Europa. Com isso, cresce o desemprego, que é altíssimo no Egito e na Tunísia, mesmo entre jovens bem formados.

O sr. diz acreditar em uma reação em cadeia na África árabe e no Oriente Médio? Que extensão ela pode ter?

Não é possível prever. As transformações políticas são sempre mais rápidas que as econômicas. É mais fácil tirar Mubarak do poder do que resolver a crise econômica que está em sua base. Vai exigir uma outra forma de organização política e econômica que até agora eles não conseguiram realizar no mundo árabe. É preciso articulação regional, mas o mundo árabe está muito dividido - por causa dos EUA, aliás. As agendas comuns entre países árabes são mínimas. Não se consegue coesão nem para defender a Palestina.

Não é possível prever se haverá contágio, mas é um efeito possível. Mas depois esses países vão passar por um período de crise até reorganizarem suas economias, suas sociedades e sua política. Espero que resulte na emergência de novos partidos, com forte presença dos movimentos sociais. No caso do Egito, a Irmandade Muçulmana, que não é um movimento fundamentalista, deve ser respeitada como um partido que faz um grande trabalho social.

Então o senhor não teme que se repita na região, em especial no Egito, o que aconteceu no Irã no fim dos anos 70 e nos 80?

Não há nenhuma condição para isso. O Egito é uma sociedade muito secularizada. A própria irmandade, que poderia organizar o movimento (teocrático), foi evoluindo desde os anos 20, quando foi criada, para ingressar dentro do sistema eleitoral, diferentemente da opção dos aiatolás no Irã. O que é desejável é que o Ocidente compreenda de uma vez por todas que democracia é para levar a sério. Porque se ganhar algum partido nas eleições que não venha a ser reconhecido pelos EUA - que são fundamentalistas -, vai acontecer uma tragédia. Foi assim em 1991, quando a Frente de Salvação Islâmica venceu na Argélia, mas não foi reconhecida pelo Ocidente e não assumiu. Foi assim em 2006, quando o Hamas venceu as eleições palestinas. Espero que qualquer resultado em eleições livres e justas seja reconhecido pelo Ocidente. Os sinais que estamos tendo é que os EUA a respeitarão. Mas não sabemos.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

É preciso não esquecer nada


Cecília Meireles

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

(1962)

O Silêncio da Alma


O Silêncio da Alma

O verdadeiro silêncio e que deve ser diariamente praticado é o “Silêncio da Alma” o “Silêncio do Autoconhecimento. Graças à contemplação, à oração, à meditação chegaremos um dia a sentir a voz do silêncio. Quando todas as tempestades estarão, enfim, aplacadas, o silêncio se aproximará de nós e nos envolverá no seu manto maravilhoso.
"Uma grande claridade abrirá caminho em nós, e sentiremos imediatamente que algo de muito potente reina acima de nós e nos governa: o silêncio primordial do qual nasceu o universo e no qual um dia regressará".

Não me refiro ao silêncio causado pela falta de palavras de pessoas que estão à minha volta ou que fazem ou fizeram parte do meu relacionamento. Sem dúvida alguma, também esse silêncio incomoda, quando existe. E muito! Principalmente se parte das pessoas que amamos e das quais gostaríamos de sentir o abraço da palavra proferida, verbalmente ou por escrito.

Martha Medeiros fala e expressa muito bem o silêncio que incomoda!

Pior do que a voz que cala é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"
É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala.
E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim você entende a mensagem.

O SILÊNCIO DE ADÃO


O SILÊNCIO DE ADÃO
Públio José – jornalista

O silêncio é uma atitude estranha. Na maioria das vezes, apresenta-se como demonstração de humildade, de submissão, de renúncia. Em outras, deixa transparecer o verniz da covardia, da omissão.

Mas não deixa de ser um comportamento contraditório, polêmico até. Jesus,por exemplo, deu conotações edificantes ao silêncio. Utilizando-se dele,deixou Pilatos maravilhado e seus acusadores totalmente desnorteados, sem terem o que dizer. Calado, ele eternizou um momento em que o esperado, de sua parte, era que falasse, argumentasse, se defendesse das acusações injustas que lhe imputavam. Do episódio saiu engrandecido. O seu silêncio rasga os séculos até os dias de hoje como elemento de sabedoria, de renúncia, de negação de si mesmo. Já outros personagens… Estes, pelo silêncio, fugiram do desconforto de falar e deram péssimo testemunho com essa atitude.

Um livro de um escritor cristão trata do assunto de forma interessante. Com o título “O Silêncio de Adão”, ele trata da paralisia cerebral e da inércia comportamental que acomete a grande maioria dos homens nos cruciais momentos de decisão. E constata que duas atitudes se destacam no universo masculino. A primeira delas é o silêncio simplesmente.

Covarde, omisso, pegajoso – e, o que é pior, contagiante. Acontece na ocasião em que se faz necessária a prática do falar em defesa de uma causa,em defesa de alguém e – para não se prejudicar – o homem foge, se cala, se omite. A segunda atitude se traduz na incorporação, pelo homem, da figura do machão, que, não tendo o que falar, não tendo destreza mental para argumentar, opta pelo clássico gesto de usar da violência, de esmurrar a mesa. Em ambas as situações ele dá adeus ao diálogo e fecha a porta ao desabrochar de uma nova realidade.

Com este enfoque, “O Silêncio de Adão” trata, enfim,da inclinação histórica que o homem vem apresentando através dos tempos para fugir de suas responsabilidades. O primeiro grande exemplo que o livro apresenta é o de Adão. Sim, o Adão da Bíblia, o primeiro homem. Pela
narrativa bíblica, Deus fez de Adão o detentor de todo o plano divino para a humanidade. Só exigiu que Adão e Eva, ela criada posteriormente, não comessem da árvore do bem e do mal. A exigência foi feita especificamente a Adão. Certamente já sabendo disso, a serpente procura Eva para tentá-la na desobediência a Deus, convencendo-a a comer do fruto da árvore. O
interessante é que Adão estava presente ao episódio e em nenhum momento se pronunciou contrário ao assédio da serpente a Eva. Fez pior. Além de se omitir, de se calar, concordou com a mulher e comeu do fruto da árvore proibida.

Porque Adão de calou? Porque não esbravejou contra a invasão da serpente ao território mental de Eva, terreno que, pelas instruções claras de Deus, teria que preservar? Ao que tudo indica, Adão se curvou ao auditório constituído tão somente de duas pessoas, ao invés de
argumentar com as instruções das quais era possuidor. Também através de outro exemplo bíblico, o livro mostra um homem que se utilizou da truculência para resolver uma situação que tinha tudo para ser equacionada pelo diálogo. Trata-se de Caim, o assassino de Abel. Na narrativa bíblica consta apenas um convite de Caim a Abel para irem, juntos, ao campo. Lá, o
ele matou o irmão sem dar nenhuma chance ao diálogo. Foi a típica atitude de quem, não tendo disposição para se utilizar da fala, preferiu dar “um murro na mesa” para deixar bem claro que o mais forte fisicamente tinha o controle da situação. Será?

Esse comportamento também pode ser facilmente observado nos dias de hoje. No casamento, então, nem se fala. Quantos lares desfeitos, destruídos pela fuga, pela covardia, pela indisposição de falar, de dialogar, de enfrentar, da parte do homem, situações de conflito. Pelo exemplo de Adão, nessas ocasiões, só resta, ao universo masculino, duas soluções: ou se cala, se omite e vai embora, consumando a separação, ou dá um murro na mesa e vence a situação pela truculência, pela violência, pela lei do mais forte. E vence? Será vitorioso um homem que só sabe resolver suas questões pela violência, pela força? Essa, lamentavelmente, é a herança que o primeiro homem nos deixou. Como antídoto, temos a herança que o segundo homem nos legou, Jesus. Este sim, o Adão perfeito. Que tal conhecê-lo, para passar a praticar o silêncio que edifica e a fala que constrói?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Doutores da Alegria e Amor


Doutores da Alegria e Amor
Zainna

Palavras remédio sem bula
Cura tantos enfermos que delas usam
São formas de expressão da fala com gesto
Doçura sem açúcar que sai da boca e dos olhos

Criaturas anônimas usam das palavras mímicas
Para fazerem tantos rirem com o texto sem som
Usam o coração que de mãos espalmada dão amor
Pinta o vazio do olhar das tantas paredes frias que dói

Doutores sem doutoradas, mais mestrados da comunicação
A riqueza que os gestos, a fala dos lábios o sorriso do rosto
Cura ou ajuda a curar, completa o amor que estava faltando
Tanto sofrimento, dor, que o riso faz o milagre com palavras

Labirinto Mente Espelhada


Labirinto Mente Espelhada
Mario Zainna

Labirinto espelhado de tantas formas
Tantas caras, de tantas vidas esquecidas
De ilusões imaginárias de feitios diferentes
De sonhos, pensamentos e realizações sem ter

Labirinto onde ficamos presos aos pensamentos
Sem saída, vagando dentro das fases de cada vida
Realizando sonhos nos pensamentos tão vastos
Uma realidade infinda, apenas de sonhos da mente

Mente que sonha a realidade sem realismos
Sofre por vagar no labirinto da mente esquecida
Vendo tantas, como a sua que olha vê o espelho
Realizando o sonho que não é verdadeiro refletido
Porque a verdade de querer, ser e viver, é a esperança

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mantras que poderão ajudá-lo a viver bem melhor em 2011


Tudo que você precisa saber para entrar e viver 2011 maravilhosamente

- As Cores Para 2011
- Alguns Mantras Que Poderão Ajudá-lo A Viver Bem Melhor Em 2011

"Você pode viver repleto de pensamentos positivos e proclamar diariamente todos os seus sonhos mais lindos para o Universo, mas, mesmo assim, com certeza, ele não irá te escutar. Nós só conseguimos conversar com ele através de nossas crenças inconscientes. São elas que precisam ser transformadas para que ele se torne nosso grande parceiro. E isto, meu amigo, só é possível com o uso de Mantras. Com conversa jamais..."

As Cores para 2011

Apesar disso, cada mês de 2011 estará em sintonia com freqüências de cor próprias, que são as seguintes:
1- Janeiro - Cores Claras e Brilhantes.
2- Fevereiro - Tons de Rosa e Azul.
3- Março - Tons Pastéis, Branco e Cinza-Claro.
4- Abril - Tons Escuros do Marrom ao Preto.
5- Maio - Tons do Rosa ao Vermelho.
6- Junho - Tons de Amarelo, Ouro e Bronze.
7- Julho - Todos os Tons Pastéis.
8- Agosto - Tons do Violeta ao Púrpura.
9- Setembro - Tons de Cinza.
10- Outubro - Cores Claras e Brilhantes.
11- Novembro - Tons de Rosa e Azul.
12- Dezembro - Tons Pastéis, Branco e Cinza-Claro.

Alguns Mantras que poderão ajudá-lo a viver bem melhor em 2011

A maior parte das pessoas vive dificuldades existenciais, dos mais diversos tipos, provocadas pela Experiência Interior que seus nomes as fizeram viver nas 9 Salas do inconsciente Humano.

Na verdade, ao recebermos um nome estamos sendo introduzidos numa Dimensão de Realidade dentro da qual existem regras que fazem o Lado da Vida que não Controlamos nos tratar de uma maneira bem definida, que pode ser boa ou não.

Isto faz com que o Universo conspire a favor de uns e, literalmente, contra outros.

E agora os tão esperados Mantras para 2011
Seu Uso... O Mantra...

Como Mantras Gerais para viver a virada de 2010 para 2011 e mesmo para promover uma comunhão sua com o Universo ao longo de 2011 use:

1-Tudo Perfeito E Maravilhoso 2011 e Agora Eu Cheguei Lá 2011
Para Ajudá-lo a Alavancar Sua Vida Material
Bigizudezi Jominderem Libinto

2-Para Pessoas que tem Dificuldade de Focar seus Objetivos e Levá-los Adiante
Vapt Vupt E Eu Faturei

3-Para Conectá-lo A Uma Realidade Da Qual Deseje Fazer Parte
Irilem Izamtogim Bonlidimini

4- Para Desenvolver Numa Pessoa A Capacidade Dela Administrar Melhor A Sua Própria Vida
Zômor Lubíne Gandíper

5- Para Fazer Você Se Tornar Um Negociador Bem Sucedido
Zunitogévius

6- Para Abrir uma Estrada Nova em sua Vida

Lasiâmur Deréti Zô Gumômde

7- Para Energizar e Harmonizar Pessoas Com a Saúde Debilitada use:
Gômpi Leuzúbi Duâne

8- Para Ajudar Crianças Lentas ou Hiperativas a Desenvolverem Excelentes Capacidades de Comunicação, de Realização e de Equilíbrio
Tunga Lunga Bunga Pongondonis

9- Para Anular Ansiedade e Pânico
Gônpel Ubgíden Zêrmuz Ômsi

10- Para Forçar O Sucesso De Um Empreendimento
Coisa De Quem Fatura Alto Malandro

11- Para Forçar Um Acontecimento
Alonbegêni Zímbrid

12-Para Acelerar um Acontecimento Que Se Deseja
Fui Com Tudo E Vendi Bem

13-Para Ajudá-lo a se Preparar Para Provas e Concursos:
Gitepúmi Zíp

14-Para Obter Apoio Total do Universo nas Caçadas que Empreendemos pela nossa Felicidade
Diga Sério, Comendador

15- Para Ajudá-lo a Reverter Disputas a seu Favor
To Nessa Meu Chapa

16- Para Seduzir Parceiros e Tornar A Relação Sólida e Intensa
Enumzofáli Agobála

Instruções para uso dos Mantras

Para que um Mantra possa atingir o seu objetivo, promovendo no seu interior as transformações que irão ajudá-lo a atingir um estado de poder, repleto de tranqüilidade, harmonia e de realizações bem sucedidas, é fundamental que ele seja vivenciado regularmente por seu cérebro. Isto significa que ele precisa “entrar em você” algumas vezes por dia através de
seus órgãos sensoriais.

Para que isto aconteça faça o seguinte:

Crie comunicações visuais com o Mantra e as coloque e lugares onde, no seu dia a dia, você seja obrigado a lê-las. Por exemplo, coloque etiquetas adesivas com o Mantra por dentro de suas bolsas, pastas e agendas, de tal forma que ao abri-las seja sempre forçado a lê-las.

Todos os dias, pelo menos duas vezes por dia, fique diante de um espelho e pronuncie o Mantra olhando no fundo de seus olhos.

Todos os dias escreva o Mantra , de dez a quinze vezes por dia, de uma forma lenta e profunda, apertando a ponta da caneta, ou do lápis, no papel. Esta não é uma regra rígida. Se num determinado dia só quiser escrevê-lo apenas duas vezes, vá em frente e assuma a sua vontade. Mas, por outro, lado é fundamental que você o escreva pelo menos uma vez por dia, todos os dias.

Todos os dias pronuncie o Mantra várias vezes por dia, independentemente do exercício do espelho. Falar alto ou baixo é indiferente, desde que você procure sentir a vibração do som das palavras que forem saindo de sua boca.
Gilson Chveid Oen

Numerologia Científica e Engenharia Dimensional

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Fundamentalismo Mundial


Fundamentalismo Mundial

Leonardo Boff, 9 de janeiro, 2004


Três tipos de fundamentalismo dominam a cena mundial: o do pensamento único representado pela globalização imperante, o suicidário dos muçulmanos cujo principal representante é Bin Laden e o do Estado terrorista da guerra preventiva, corporificado por Bush e por Sharon. Sabidamente, o fundamentalismo não é uma doutrina mas uma maneira excludente de ver a doutrina. O fundamentalista está absolutamente convicto de que sua doutrina é a única verdadeira e todas as demais, falsas. Por isso elas não têm direito, podem e devem ser combatidas.

O fundamentalismo do pensamento único apresenta o modo de produção capitalista com seu mercado globalizado e a ideologia política do neoliberalismo com sua democracia eleitoral e delegatícia como a única forma razoável de organizar o mundo. O que Bush quer impor por própria conta ao Iraque destroçado traduz esse fundamentalismo.

O fundamentalismo suicidário muçulmano parte da convicção de que o Ocidente, inimigo histórico desde os tempos das cruzadas, é o Grande Satã, porque é ateu prático, materialista, imperialista e sexista. Por isso, deve ser combatido em todas as frentes e fazer vítimas mais que se puder com as bênçãos do Altíssimo. São os únicos tão convencidos que aceitam jovialmente ser homens-bomba.

O fundamentalismo do Estado terrorista à la Sharon é movido pela convicção de que os judeus têm o direito, acima de qualquer outro direito dos palestinos, de montar Israel ao tamanho que tinha nos tempos do rei Davi. Por isso Sharon prossegue com as colonizações e enquanto não realizar esse propósito boicotará qualquer projeto de paz.

O fundamentalismo do Estado terrorista à la Bush possui fortes raízes religiosas, ligadas a sua biografia pregressa. Foi por vinte anos dependente de álcool até que em 1984, a convite de um amigo, Don Evans, atual secretário do comércio, começou a freqüentar o círculo bíblico dos evangélicos fundamentalistas. Após dois anos não era mais ébrio de álcool mas ébrio da ideologia salvacionista destes fundamentalistas que se divulgava fortemente dentro do partido republicano.

Segundo ela, “o destino manifesto” dos EUA hoje é melhorar o mundo na medida em que o impregnar com os valores da cultura norte-americana: com liberdade, democracia, e livre mercado. Bush filho fazia a campanha da reeleição do pai se apresentando como “um homem que tem Jesus em seu coração”. O brasilianista Ralph della Cava e o teólogo J. Stam contam que mais tarde, ao postular-se candidato, Bush reuniu os pastores da zona e lhes comunicou: “fui chamado [por Deus]”. Em seguida fez-se o ritual “da imposição das mãos”, sagrando-o Presidente preventivo.

Essa pré-história é importante para se entender a fúria fundamentalista que se apossou de Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001. Optou combater o mal com o mal, ameaçando com guerra preventiva a todos os países do “eixo do mal”. Deixou claro: “Quem não está conosco, está contra nós”, é terrorista.

Antes do ultimato a Saddam Hussein, pediu aos assessores que “o deixassem a sós por dez minutos”. Qual Moisés foi consultar-se com Deus. E numa entrevista ao New York Times de 26/04/03 declarou: "Tenho uma missão a realizar e com os joelhos dobrados peço ao bom Senhor que me ajude a cumpri-la com sabedoria”. Pobre Deus! Como salvaremos a humanidade desses desvairados?

POR QUE PERSISTE O RACISMO?


POR QUE PERSISTE O RACISMO?

A partir de determinado momento da sua história, o homem passou a não fazer mais guerras como antigamente: as lutas entres os diferentes povos que viviam nesse planeta se deviam, até então, a sonhos de poder centralizado por parte de um príncipe ou de um líder religioso, ou à conquista de novas terras para a pastagem do gado, para a agricultura ou uma passagem para o mar. Ou, mais simplesmente ainda, as guerras eram feitas porque algum rei resolvera expandir seu território, na busca de um maior número de escravos e súditos - o que, ao fim, é a mesma coisa.

Em um dado instante, no entanto - e seria do maior interesse descobrir quando e onde tal fato ocorreu -, o homem passou a guerrear, a perseguir e a massacrar outros homens apenas porque esse outro era diferente. Terras foram invadidas e, mais tarde, lares e consciências, porque o vizinho não tinha a mesma crença religiosa, a mesma cor de pele, nem se vestia como o agressor gostaria que ele o fizesse.

Assim, persegue-se, destrói-se e mata-se, ainda hoje como há séculos, não apenas porque o outro vive do lado de lá do rio - enquanto eu vivo aqui, nesta margem menos fértil, ensolarada e bela -, mas principalmente porque ele não acredita no mesmo deus que eu, a cor da sua pele não é a minha, ele não fala a língua dos meus amigos, não se veste como meus pais me ensinaram e sequer dança, canta e ri ao som dos ritmos que aprendi a gostar. Pior: não trabalha como eu.

Em algum momento da história humana passou-se, assim, a invadir, torturar e matar outros homens não mais para conquistar suas terras e escravizar seus corpos - mas para domar e dirigir suas consciências. Ou seu espírito como quer os religiosos profissionais.

Ao guerreiro, então, já não bastava mais invadir, destruir, aniquilar seu adversário: interessava, antes disso, fazer o inimigo adotar o deus e senhor do invasor. O homem derrotado deveria abrir mão da sua fé - aliás, tudo que pudesse representar a cultura do povo invadido devia ser esmagado, a começar pela religião. Com isso, o que se pretendia era mudar o comportamento dos vencidos, dando-lhes uma nova regra de vida, imposta pelos vencedores.

As guerras passavam, assim, a ser santas - um conceito usado pelo judaísmo, pelo cristianismo e o islamismo, três religiões messiânicas: o inimigo é a encarnação do Mal. Já não se lutava mais contra homens, mas contra seres demoníacos: aparentemente humanos, porém no fundo cheios de maldade, prontos para praticar todas as atrocidades, exatamente pela sua inumanidade.

E o povo que encarna o Bem, que tem a divindade, a verdade e toda a razão ao seu lado, não pode ter nenhum tipo de piedade ou contemplação com a dignidade humana ao tratar com tais semi-homens: na verdade, não luta contra os seus iguais. E, se o inimigo representa todo esse horror, deve ser destruído da forma mais violenta e degradante possível - para servir de exemplo.

É claro que esse gênero de comportamento, ao que parece relativamente recente na história humana, relaciona-se totalmente com a apologia do "eu". É o ego que passa a ser levado às últimas conseqüências, o "eu" elevado à divindade só eu e meus iguais sabemos o que é bom para a população que nos cerca e, se depender de nós, todos os homens passarão a agir dessa forma ideal que só nós conhecemos. E, como temos todas as bênçãos, podemos agir como bem entendermos sem autocensura ou maiores preocupações - é pelo bem de todos os homens. Não temos tempo a perder: ou todos se adaptam àquilo em que acreditamos ou devem ser destruídos. Não existe meio-termo.

O mais curioso é que, com exceção de alguns trabalhos de Freud, das tentativas de buscar uma explicação simbólica por parte de Carl Jung, ou das preocupações constantes de Wilhelm Reich, poucos analistas do comportamento humano se detiveram mais longamente sobre esse tema tão atual: o horror do diverso, o medo daquele que não lhe é semelhante, a tendência a afastar aquilo que não se conhece.

E, no entanto, foi esse preconceito tão disseminado pelo mundo inteiro que deu origem a toda forma de racismo, do mais violento - que leva às guerras de fronteiras, às lutas pelos direitos das minorias, ao conceito colonialista do mundo e às divisões sociais -, ao mais sutil. Este está presente no dia-a-dia e poucos ainda têm sensibilidade bastante para notá-lo, apenas porque é mais fácil e cômodo acreditar que os dogmas da maioria já se tornaram verdade, de tanto que são repetidos.

Ora, mas por que o racismo seria um tema para psicólogos, psicanalistas, psiquiatras? Simplesmente porque, pelo menos na aparência, é um preconceito filho do narcisismo: a regra é afastar -, e de preferência, destruir - tudo e todos que não se pareçam comigo ou a mim se adaptem.

É claro que narcisismo aqui está sendo visto no sentido mais amplo possível: o espelho nos mostra a nossa beleza e sabedoria, mas é a partir desse espelho que descobrimos que o mundo deve moldar-se a nós.

Se somos tão belos e sabemos tantos, se fomos ungidos pelos deuses e se, de certa forma, somos enviados pelas divindades, precisamos espalhar as boas novas pelo mundo. E a melhor forma de nos fazermos amados como esperamos é, inicialmente, fazer com que todos nos conheçam e se dobrem diante de nossa beleza, palavras, poder, autoridade.

Nem mesmo a antropologia trata habitualmente com maiores cuidados o tema racismo, a não ser em casos como, de Claude Lévi-Strauss, para quem a tendência em recusar humanidade aos homens que não se parecem conosco e chamá-los de "selvagens" e "bárbaros" é uma prova de selvageria e barbárie de nossa parte: "Bárbaro é, em primeiro lugar, o homem que crê na barbárie", diz ele.

No mundo ocidental, onde todo o comportamento humano está baseado em conceitos judaico-cristãos, o deus é masculino e único, protetor e autoritário a um só tempo, e o primeiro grande censor: com sua onisciência, vigia eternamente até mesmo os mais íntimos pensamento e sonhos do homem.

Esse, inclusive, é mais um dado curioso que os estudiosos do comportamento humano pouco têm discutido: o que deve representar para nós, ocidentais, sabermos desde a infância que há alguém, uma divindade invisível, que não deixa a nossa consciência em paz. Poderíamos dizer, talvez, que esta divindade é totalitária e que todos os ditadores do mundo têm em quem se espelhar. Quem sabe o deus cristão - ou todo deus único - tenha sido o primeiro Grande Irmão da história: ele está sempre de olho em nós, vigiando, cobrando, perseguindo.

Essa divindade única é, assim, um ser antropomorfizado e tem reações extremamente emocionais: irritadiço, dita regras, exige obediência irrestrita e explode de raiva quando não o atendem, enviando raios, destruição e morte. Juiz e policial ao mesmo tempo fazem as leis e cobra seu cumprimento, por mais absurdas que possam ser as exigências - como, por exemplo, no caso de Abraão. Com tudo isso, não se pode dizer desta divindade que suas características sejam amor, carinho, atenção: é feita mais de raiva, arrogância, autoritarismo.

As ilustrações que mostram o Cristo tentam retratar um homem europeizado, branco, cabelos lisos, olhos claros - quando, por várias vezes, historiadores e arqueólogos isentos afirmaram que dificilmente ele teria possuído tais características raciais. Como se sabe, Cristo nasceu no seio de um povo cujos traços estavam longe de ser os retratados comumente.

É como se o cristão, na maioria branco e europeizado, quisesse adorar a uma divindade branca e europeizada, bem a sua imagem e semelhança. Exemplo disso talvez seja o fato de o Vaticano ainda não ter presenciado homens asiáticos, negros ou com traços indígenas ocupando o trono de Pedro.

Dessa forma, Roma age exatamente como os líderes judaicos, que têm a pretensão de que seus seguidores formem o "povo escolhido", isto é, os que professam outros credos seriam inferiores. O cristianismo pretende o mesmo, pregando a superioridade dos cristãos e, no caso específico do catolicismo, submetendo-se a papas brancos e repletos de conceitos europeus. Claro está que o islamismo não fica atrás: Alá é o deus único e todos devem ser submissos à sua vontade.

Imbuído de símbolos desse gênero, o homem cristão e branco - e, em suas regiões, o homem judeu e o islamita - não tem mesmo por que se preocupar com seja o que for: ele tem por pai uma divindade que tudo sabe, que lhe serve de apoio e tem as mesmas características físicas do filho.

Com isso, esse homem branco e cristão pode acreditar que tudo está no mundo somente para servi-lo: a terra, a água, as mulheres, os animais e os homens que não professam o seu credo. É como se ele pensasse: "Tudo isso é meu e dos meus iguais. Sou feito à imagem do deus e o mundo existe para me servir. Faço dele o que bem entender: poluo, destruo, queimo, persigo e mato a quem não se submeter a minha vontade. Que todos se pareçam comigo - ou que desapareçam."

É ainda sob tais pretextos que é possível ao homem cristão torturar os seus inimigos, um ato que foi regra na Inquisição e hoje é adotado em todas as guerras, delegacias e hospícios: qual a finalidade da tortura senão submeter, massacrar, aniquilar a consciência do torturado? E quem torturaria, a não ser aquele que se crê com a razão, a verdade, a divindade ao seu lado? Por isso cristãos e católicos puderam perseguir judeus, escravizar negros, massacrar índios, invadir países islamíticos.

Qualquer pessoa mais observadora já notou que as crianças, em geral, não têm um comportamento racista. Pelo contrário: elas são curiosas, se interessam pelo desconhecido, o novo. O mesmo se dá, segundo os antropólogos, com indígenas e grupos pré-civilizados: ao encontrar homens diferentes eles demonstram a curiosidade de uma criança. Gritam, riem, tocam, cheiram, querem descobrir o que há de comum entre eles e o grupo de desconhecidos recém-chegados.

Poderíamos perguntar, talvez, se existiria qualquer tipo de racismo ou preconceito desse gênero em uma sociedade onde a religião é politeísta e os deuses possuem várias faces. Ou se é possível encontrar qualquer traço de machismo em uma cultura cujo deus fosse feminino ou, melhor ainda, demonstrasse características femininas, como carinho, ternura, aconchego. Mais: seria possível encontrar toda essa quantidade de preconceitos com os quais convivemos diariamente em uma cultura onde o ego não fosse evidenciado quanto o é para nós? Seria possível estarmos cercados de autoridade de todo o gênero se o deus cristão não fosse tão centralizador.

Carlos Humberto www.sementereiki.com