sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Sexo & Comércio
Sexo & Comércio
Os bispos católicos chiam, mas a Globo não está nem aí.
A Igreja Católica, como todos sabem, desde tempos longínquos até hoje, nunca foi santa. Nem em termos de comportamento sexual, cujos membros cada vez mais amiúde se envolvem em delito nesta área, nem em termos financeiros. Todo sabem, igualmente, que poucas instituições de crédito estiveram e estão tão envolvidas em falcatruas envolvendo lavagem de dinheiro e associação com Máfia, do que o Banco do Vaticano.
Em meados do século passado, a partir e João Paulo VI, a Igreja aproximou-se dos pobres do Mundo e, na América Latina, ganhou extraordinária proeminência moral e política, conquistando toda uma geração de militantes libertários e generosos. Até Nelson Rodrigues, o Jabor da época (com muito mais talento é claro) indignou-se contra a “militância de batina”.
Entretanto, com João Paulo II este caminho generoso e progressista foi revertido e o que se vê hoje é uma igreja que perde vertiginosamente espaço par seitas protestantes, principalmente as Pentecostais, muitas delas ainda mais retrogradas. Há até a teoria conspirativa de que nos anos 70/80 estas seitas foram financiadas,na América Latina, a partir dos Estados Unidos, para tentar barrar o avanço da Esquerda Católica.
Seja como for, a sensação que se tem, hoje, é a de que a Igreja Católica, para manter índices mínimos de popularidade ou audiência (já que a evangelização virou um grande show midiático), agarra-se, por falta de alternativas, a sucessos pop do tipo Padre Marcelo. Eu, particularmente, tenho saudades de D. Helder.
Agora, imaginando possuir uma importância e uma influência que já não existem (o pastores Malafaia e R.R. Soares, sozinhos, formam mais opinião que todos os bispos brasileiros juntos) a CDBB divulgou, há dois dias, documento em que condena veementemente os programas tipo reality show, sendo certo que seu alvo principal era o BBB da Globo.
Depois de pedir maior rigor do Ministério O Público Federal, os bispos dizem que tais programas “atentam contra a dignidade da pessoa humana” e constituem “agressão aos valores morais que sustentam a sociedade”.
Em seguida, mencionam que as emissoras de TV são concessões publicas, como a sugerir que elas são passíveis de censura. Desde a Inquisição, eles não perdem essa mania.
Enfim, uma baboseira que ninguém levou muito à sério, nem muito menos a Globo que como maior Casa de Prostituição Eletrônica do País praticamente não tomou conhecimento do pronunciamento episcopal e continuou exibindo à farta seios e bundas. Seios e bundas estes que são em seguida faturados via fotos e vídeos, o que caracteriza a prostituição e proxenetismo escancarados.
E, com a o cinismo de sempre, a Casa dos Marinhos informou que cabe os pais evitar que seus filhos tenham acesso a esses tipos de programa. Mas que pais? Os ausentes? Os que empurram suas filhas para dentro da casa de tolerância e depois chamam parente, vizinhos e amigos para vê-la e aplaudi-la em delírio enquanto ela se prostitui? Ou os pais que se masturbam vendo o programa?
Enfim estes são apenas pequenos apontamentos desta coluna Sexo & Comércio, criada exatamente parar demonstrar que uma coisa é a bem vinda e benfazeja liberação sexual obtida a duras penas nos Anos Rebeldes (70/80) do século passado. Outra coisa é a sórdida apropriação dessa liberação pelo Capital.
Apropriação que transformou algo de bom que conquistamos para nossa saúde física e mental em algo sórdido que resgata para a corrupção o que já estava liberado para a vida e vilipendia algo de bom e generoso que por ventura ainda exista dentro de nós.
Fonte:Blog Novas Ideias
franciscobarreira
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