sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A derrota jurídica de Joaquim Barbosa

"CAI O CASTELO DE CARTAS DO MINISTRO BARBOSA





Em artigo exclusivo para o 247, o jornalista Breno Altman narra a derrota jurídica de Joaquim Barbosa, aponta seus inacreditáveis insultos que atingem até a presidente Dilma Rousseff – um deles configurando crime de Estado – e prevê o fracasso de sua aventura política; "O ministro Barbosa afunda-se em um pântano de mentiras e artimanhas antes de ter dado sequer o primeiro passo para atravessar a praça rumo ao Palácio do Planalto", diz ele; sobre seu destino, um vaticínio: "Ao final dessa jornada, o chefe atual da corte suprema sucumbirá ao ostracismo próprio dos anões da política e da justiça";
 leia a íntegra

Por Breno Altman, especial para o 247
As palavras finais do presidente da corte suprema, depois da decisão que absolveu os réus da AP 470 do crime de quadrilha, soaram como a lástima venenosa de um homem derrotado, inerte diante do fracasso que começa a lhe bater à porta. A arrogância do ministro Barbosa, abatida provisoriamente pelo colegiado do STF, aninhou-se em ataque incomum à democracia e ao governo.
"Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo", discursou o relator da AP 470. "Esta maioria de circunstância foi formada sob medida para lançar por terra todo um trabalho primoroso, levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012."
Sua narrativa traz uma verdade, um insulto e uma fantasia.
Tem razão quando vê risco de desmoronamento do processo construído sob sua batuta. A absolvição pelo crime de quadrilha enfraquece fortemente a acusação. Se não há bando organizado, perde muito de sua credibilidade o roteiro forjado pela Procuradoria Geral da República e avalizado por Barbosa. A peça acusatória, afinal, apresentava cada passo como parte minuciosa de um plano concebido e executado de forma coletiva, além de permanente, com o intuito de preservação do poder político. Se cai a tese de quadrilha, mais cedo ou mais tarde, as demais etapas terão que ser revistas. Essa é a porção verdadeira de sua intervenção matreira.
A raiva de Barbosa justifica-se porque, no coração desta verdade, está a neutralização da principal carta de seu baralho. O ex-ministro José Dirceu foi condenado sem provas materiais ou testemunhais, como bem salientou o jurista Ives Gandra Martins, homem de posições conservadoras e antipetistas. A base de sua criminalização foi uma teoria denominada "domínio do fato": mesmo sem provas, Dirceu era culpado por presunção, oriunda de sua função de líder da eventual quadrilha. Absolvido do crime fundante, a existência de bando, como pode o histórico dirigente petista estar condenado pelo delito derivado? Se não há quadrilha, inexiste liderança de tal organização. A própria tese condenatória se dissolve no ar. O que sobra é um inocente cumprindo pena de maneira injusta e arbitrária.
Derrotado, Barbosa recorreu a um insulto: acusa o governo da República de ter ardilosamente montado uma "maioria de circunstância", como se a fonte de sua indicação fosse distinta dos demais. Aponta o dedo ao Planalto sem provas e sem respeito pela Constituição. Atropela a independência dos poderes porque seu ponto de vista se tornou minoritário. Ao contrário da presidente Dilma Rousseff, que manteve regulamentar distância das decisões tomadas pelo STF, mesmo quando eram desfavoráveis a seus companheiros, incorre em crime de Estado ao denunciar, através de uma falácia, suposta conspiração da chefe do Executivo.
A conclusão chorosa de seu discurso é uma fantasia. Não se pode chamar de "trabalho primoroso" uma fieira de trapaças. O presidente do STF mandou para um inquérito secreto, inscrito sob o número 2474, as provas e laudos que atestavam a legalidade das operações entre Banco do Brasil, Visanet e as agências de publicidade do sr. Marcos Valério. Omitiu ou desconsiderou centenas de testemunhas favoráveis à defesa. Desrespeitou seus colegas e tratou de jogar a mídia contra opiniões que lhe contradiziam. Após obter sentenças que atendiam aos objetivos que traçara, lançou-se a executá-las de forma ilegal e imoral.
O ministro Joaquim Barbosa imaginou-se, e nisso há mesmo um primor, como condutor ideal para uma das maiores fraudes jurídicas desde a ditadura. Adulado pela imprensa conservadora e parte das elites, sentiu-se à vontade no papel do pobre menino que é glorificado pela casa grande por suas façanhas e truques para criminalizar o partido da senzala.
O presidente do STF lembra o protagonista da série House of Cards, que anda conquistando corações e mentes. Para sua tristeza, ele está se desempenhando como um Frank Underwood às avessas. O personagem original comete incríveis delitos e manobras para chegar à Presidência dos Estados Unidos, derrubando um a um seus adversários. O ministro Barbosa, porém, afunda-se em um pântano de mentiras e artimanhas antes de ter dado sequer o primeiro passo para atravessar a praça rumo ao Palácio do Planalto.
Acuado e sentindo o constrangimento de sua nudez político-jurídica, o ministro atira-se a vinganças, recorrendo aos asseclas que irregularmente nomeou, na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, como feitores das sentenças dos petistas. Delúbio Soares teve o regime semiaberto suspenso na noite de ontem. José Dirceu tem contra si uma investigação fajuta sobre uso de aparelho celular, cujo único propósito é impedir o sistema penal que lhe é devido. O governo de Brasília está sendo falsamente acusado, com a cumplicidade das Organizações Globo, de conceder regalias aos réus.
O ódio cego de Barbosa contra o PT e seus dirigentes presos, que nenhuma força republicana ainda se apresentou para frear, também demonstra a fragilidade da situação pela qual atravessam o presidente do STF e seus aliados. Fosse sólido o julgamento que comandou, nenhuma dessas artimanhas inquisitoriais seria necessária.
O fato é que seu castelo de cartas começou a ruir. Ao final dessa jornada, o chefe atual da corte suprema sucumbirá ao ostracismo próprio dos anões da política e da justiça. Homem culto, Barbosa tem motivos de sobra para uivar contra seus pares. Provavelmente sabe o lugar que a história reserva para quem, com o sentimento dos tiranos, veste a toga dos magistrados.
Breno Altman é diretor editorial do site Opera Mundi.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/131748/Cai-o-castelo-de-cartas-do-ministro-Barbosa.htm

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Socialistas de cátedra e adeptos da violência

O fracasso do socialismo de cátedra

Sem a contribuição da polícia com sua repressão, os socialistas de 

cátedra e mentores da violência só irão figurar nos noticiários sensacionalistas.

Wanderley Guilherme dos Santos
Socialistas de cátedra e adeptos da violência não serão capazes de promover impasses institucionais. Faltam-lhes causa reconhecida e apoio da população. Obterão alguns traços eleitorais, talvez. Nem isso, caso a repressão não coopere com eles usando da mesma selvageria. Sem a contribuição da polícia os socialistas de cátedra e mentores da violência só irão figurar nos noticiários sensacionalistas. Fracassarão.

Impasses institucionais são corolários da adesão de grupos sociais dotados de preferências intensas, uns a favor, outros contrários a pautas específicas. A solução de conflitos de tal magnitude se dá por revolução, por golpe de estado ou por negociação. O Brasil passou por alguns impasses cujas soluções variaram.

Em 1930, o conflito intra-oligárquico foi resolvido por uma revolução, isto é,  por um movimento que, no poder, transformou extensamente as instituições do País. Foi com um golpe doméstico consentido que, em 1945, removeu-se uma esquizofrênica ditadura nacional já que vitoriosa em guerra internacional contra as anti-democracias nazista e fascista. Não obstante os tremores de 1954, o suicídio de Getulio Vargas alterou drasticamente a estrutura do jogo, adiando o impasse, finalmente provocado pela renúncia de Janio Quadros: setores militares e civis se opondo à posse de João Goulart contra os legalistas liderados pelo então governador do Rio Grande Sul, Leonel Brizola. O episódio foi parcialmente superado pela negociação em torno da adoção do parlamentarismo para voltar a explodir em 1964, com a polarização da política e a quase paralisia do governo. Desta vez, o resultado foi um golpe de Estado e a implantação da ditadura militar.

Por caminhos distintos, longevas ditaduras – a de Franco, na Espanha, a do Portugal salazarista e a brasileira  - foram superadas por diferentes roteiros democráticos. Pactos formalmente firmados entre as oposições democráticas e o regime franquista obtiveram a aprovação popular (problemas de autonomias regionais à parte) e garantiram a rotação partidária no poder. Em Portugal, um golpe militar propiciou o surgimento da democracia representativa, caso bastante raro, pois, nessa trilha, o rotineiro é a substituição de uma ditadura por outra. Não tem sido diferente o infeliz destino da icônica primavera árabe.

No Brasil, frustrada a alternativa revolucionária a peso de muitas mortes, desaparecimentos e tortura, a negociação tornou-se inevitável. Naturalmente, radicais dentro e fora do Congresso denunciavam as tratativas de saída negociada do autoritarismo como traição, cooptação e outros adornos retóricos. É bem verdade, também, que muitos dos radicais andavam em busca de um general, almirante ou brigadeiro que depusesse a ditadura em vigor e lhes entregasse o poder. Comportamento mais do que farisaico, esplendidamente tolo.

Conforme o negociado e previsto, o desatar dos nós se fez por etapas: fim do AI-5, da censura, decretação de anistia e, em 1982, a primeira eleição realmente competitiva multipartidária, ainda que submetida a legislação coercitiva, para a Câmara dos Deputados. Concorreram cinco partidos: PDS (governista), PDT, PT, PTB e PMDB. Nenhum deles, à exceção do PDS, viu a participação eleitoral como recibo de adesão à boa vontade autoritária, sim como resultado de difícil processo de negociação, ameaças, idas e vindas e, em especial, a recusa de aceitar a proposta governamental (importada) de criação de um partido único com isolamento da minoria radical. Mais tarde vieram a luta pelas eleições diretas para presidente, batalha perdida, a criação da comissão de anistia, recompensando financeiramente dezenas de vítimas da ditadura, e, finalmente, já em condições de normalidade democrática, a Comissão da Verdade.

O tempo do processo não foi tão rápido quanto desejado, a anistia foi menos clara e incisiva quanto deveria e a Comissão da Verdade sofre críticas por seus ritos e absolvições. Mas a crítica só existe porque existe o fato. Nenhum ator responsável deixou de se aproveitar das aberturas que iam surgindo e muitos dos radicais no e fora do Congresso que denunciaram os negociações como colaboracionistas correram a se beneficiar das polpudas compensações financeiras postas a disposição. Mas há quem não tenha reivindicado receber, com juros e correção monetária, dezoito anos de salários não pagos, a partir da aposentadoria decretada na última lista do marechal Castelo Branco, em outubro de 1964.


Apesar dos discursos auto-laudatórios, o restabelecimento da democracia no Brasil não resultou da dramaticidade performática radical. À falta de um processo revolucionário, e recusando a tentação de um “golpe democrático”, foram os moderados que negociaram o desatar do nó autoritário. É esta mesma moderação, e chamo de moderação a tudo que não é convocatória à violência, que impedirá um impasse institucional orquestrado com intimidação e insultos pelos whiteblocs contemporâneos. O governo do Brasil é democrático e assim continuará.  

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O ser humano como ser politico

O ser humano como ser politico

Claudia Korol


Nascer é um ato político. É o primeiro gesto de curiosidade e de autonomia frente ao mundo pré-estabelecido em que chegamos.

Não me refiro ao nascimento biológico, mas a esse momento em que, em sua relação com a comunidade, o ser, saído do ventre de uma mulher, começa a humanizar-se, a socializar-se, a criar vínculos que constituem seus desejos, suas práticas, suas idéias e crenças, seus projetos individuais e coletivos. Pode-se assumir como filho ou filha, quando uma mulher se assume como mãe, ou um varão como pai (com independência de havê-lo ou havê-la gestado). Assume-se como ser humano quando se reconhece na comunidade que o recebe, e nela compartilha e cria identidade, linguagem, usos e costumes, cultura.

É na vida cotidiana onde se produzem os gestos políticos que organizam essas relações. Serão experiências de subordinação ou de liberdade, de competição ou de cooperação, de domesticação ou de rebeldia. Será a família a instituição primária que regulamenta uma maneira de humanizar-se ou será a comunidade. Será a pertença a um povo invadido, como quem nasce politicamente no contexto atual do Iraque. Será a indignação de quem, no coração dos EUA, rejeita a pertença à cultura hegemônica. Será a experiência de quem nasce no seio dos povos originários de Nossa América, avassalados pelo saque e genocídio colonial e neocolonial. Ou será a alienação de quem encontra sua identidade ao espelhar-se nos opressores...

Não será o mesmo socializar-se como mulher do que como homem, como heterossexual ou como travesti, lésbica ou homossexual, como branco ou como negro ou indígena.

Cada identidade assumida no processo de nascer como pessoa é um ato político, sejamos ou não conscientes dessa dimensão fundante de nossa subjetividade. Estejamos ou não claros do momento que Bertold Brecht chamou de “alfabetização política”.

É tão político assumir a domesticação que, a partir do poder, se exerce para gerar a ficção homogeneizante, ao redor de um padrão cultural burguês, imperialista, racista, xenófobo, patriarcal, guerreiro, como se erguer frente a essa hegemonia. É político reproduzir o consenso conservador, transformado em “senso comum”, e também questionador a partir de uma pedagogia emancipatória da trama na qual a dominação busca perpetuar-se, ao tempo em que se exercem buscas de criação de novos sentidos.

Nessa perspectiva, ser humanos ou humanas significa localizar-nos no conjunto de relações sociais, de maneira que reproduzamos a cultura que oprime e disciplina os corpos, idéias e desejos, ou que promovamos com nossas vidas a emancipação coletiva e individual, a antecipação em nossas práticas do reino de liberdade neste mundo. Significa também uma atitude frente à natureza, que reproduza a lógica depredadora e desintegradora que se reconhece no conceito de “exploração”, ou desafiar a criatividade, inventando uma maneira de viver no mundo que permita estabelecer relações de intercambio com o ambiente no qual nascemos e crescemos, evitando os riscos já evidentes de sua destruição, ou de torná-lo inabitável para a espécie humana.

Nos últimos anos, diferentes processos têm concorrido para a alienação da política nos movimentos populares. Sua deslegitimização é tal, que se torna “politicamente conveniente” chegar a listagens de candidatos eleitorais com artistas, esportistas, vedetes, humoristas, que tentam convencer-nos de que “não são políticos”, mas que seu compromisso está “com o povo”. Concorrem aí diversos fatores, como a derrota dos projetos revolucionários dos anos 60 e 70, e a mutilação de gerações inteiras de lutadores sociais realizada pelas ditaduras; o descrédito das esquerdas, produzido diante da derrubada do campo socialista; a força que nos anos 80 cobraram a contra-revolução conservadora e as pregações do “fim da história”; e também, nos anos 90, as políticas de financiadoras e ONGs, que reverteram grandes recursos em “capacitações”, dirigidas aos “novos movimentos sociais” (aos que se nomearam assim para diferenciá-los teórica e praticamente dos movimentos populares e/ou classistas), que têm como objetivo promover uma fratura entre suas demandas específicas, e a possibilidade de que as mesmas se articulem em projetos anticapitalistas e/ou socialistas.

No marco das políticas neoliberais que conduziram esses movimentos a garantir o dia-a-dia e a sobrevivência, estabelecendo uma cultura de pragmatismo e imediatismo, se realizou a operação ideológica de despolitização dos movimentos, enquanto se produzia, simultaneamente, a monopolarização do exercício da política nos reduzidos círculos do poder mundial e dos poderes locais.

“A pessoa é política”, disseram há várias décadas as feministas. Talvez, o momento em que vive a América Latina, nos permita avançar na recuperação não só das dimensões políticas de resistência, mas também no aprofundamento da consciência, a partir do exercício de novos vínculos que existem do nascimento, do crescimento e, inclusive, da morte, não determinações da natureza, mas gestos culturais de prática da liberdade. Processos cotidianos de criação de autonomia, de constituição de sujeitos individuais e coletivos, protagonistas de sua própria história.

O nascimento dos seres humanos como seres políticos, não é, sem dúvida, um processo espontâneo. É possível, a partir de uma prática que confronte, de maneira sistemática, todas as formas de exercício da dominação: desde a exploração do capital transnacional, até a maneiras nas quais o patriarcado “naturaliza” o disciplinamento de maior parte da humanidade. A partir das guerras de rapina do imperialismo, até o autoritarismo adultocêntrico que reserva aos e às jovens o lugar de pessoas inacabadas, que devem esperar na sala de espera de um mundo organizado por gerações precedentes, e que condena aos anciãos e anciãs ao lugar de seres descartáveis. Razões que não se fundamentam mais que numa lógica baseada na obtenção de ganância ao máximo, na transformação da vida em mercadoria.

Nossa humanização requer a desmercantilização das relações sociais, a democratização dos vínculos, a descolonização cultural. E isto significa, uma vez mais, uma alfabetização política, que permita “desnaturalizar” as modalidades encobridoras da exploração do capital e da dominação patriarcal, que se reforçam mutuamente em processos como a transformação da força de trabalho em mercadoria, do corpo das mulheres em mercadoria, das terras e das águas em mercadoria, da vida em mercadoria. Recuperar a vida humana, como vida política, implica desafiar também as marcas e cicatrizes que a colonização cultural deixa e recria em nossas subjetividades, como o racismo, o culto às autoridades, a dependência ideológica das idéias do chamado Primeiro Mundo, a fetichização da propriedade que nos foi alienada historicamente em sucessivos saques, todos amparados pela impunidade dos antigos e dos novos genocidas.

Os movimentos populares criaram e recriam modalidades de diálogo, de ação, de práticas, que abarcam as relações interpessoais, grupais e de cada movimento com outros espaços da sociedade. As maneiras em que elas se estabelecem, antecipam o mundo que se está sonhando criar. Se a corrupção e o autoritarismo, a violência e a intolerância, são consistentes com as políticas hegemônicas do capital, a reprodução dessas modalidades no seio dos movimentos, não tem senão a intenção de fazer um colapso na capacidade de projetar, na subjetividade e no imaginário do povo, as possibilidades de uma nova sociedade.

O “homem novo”, que tentou criar o Che com sua própria vida, ou a “nova mulher”, encarnam os valores e atitudes opostos ao tipo de homens e de mulheres que reproduzem a cultura capitalista: egoístas, consumistas, individualistas.

Nascer homens novos e mulheres novas, não como algo pronto, acabado, mas como revolução permanente, é um desafio atual da “pedagogia da esperança e da autonomia”, como nomeara Paulo Freire a educação popular. Nascer sem apuros, mas de maneira sustentável, novas organizações e novas sociedades, é uma tarefa deste tempo. Os Povos criarão, nesse caminho, uma política, uma maneira de ser humanos e humanas, em que se enamorem as palavras e os atos, os valores e as condutas, os desejos e as relações, as esperanças e a dura batalha cotidiana da sobrevivência, a teoria e a prática, as ciências e as paixões.

“Deixe-me dizer-lhe, a risco de parecer ridículo, que o revolucionário verdadeiro está guiado por grandes sentimentos de amor”, escreveu Che em 1965. Talvez, desse encontro do amor e a política, nasçam novos homens e mulheres... que tenham maior capacidade subversiva frente às opressões, uma curiosidade sem limites no conhecimento, uma indignação mais sincera frente a cada injustiça, e uma entrega solidária que convite a que, muitos outros homens e mulheres, se atrevam a nascer, não no mundo pré-estabelecido, mas no mundo novo que estaremos inventando.

Claudia Korol
Buenos Aires, Argentina

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sonho americano? Conheça 10 fatos chocantes sobre os EUA



Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde… bem-vindos ao “paraíso americano”


Por Pragmatismo Político

Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidental.

1. Maior população prisional do mundo

Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político
. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.

Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.

O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo.
O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.

Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.

5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.

Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. 

Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA.

Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.

O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.

Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.

A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.

Fonte : http://revistaforum.com.br/blog/2013/12/sonho-americano-conheca-10-fatos-chocantes-sobre-os-eua/?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE MÉDICOS CUBANOS






 brasil247 - Membro do núcleo de estudos cubanos da Universidade de Brasília, o jornalista Hélio Doyle, que conhece como poucos a realidade do país, expõe argumentos técnicos sobre a vinda de profissionais de saúde; ele diz, por exemplo, que eles já atuaram em regiões remotas do País no passado, sem que houvesse qualquer gritaria; como Cuba é um país socialista, a contratação é feita diretamente junto ao Estado, que tem a preocupação de preservar baixos índices de desigualdade; dos 78 mil doutores cubanos, que têm uma das melhores relações médico/paciente do mundo, 30 mil atuam no exterior o índice de deserção é baixíssimo


O QUE NÃO SE DIZ SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS
Por: Hélio Doyle

A grande imprensa brasileira, que nos últimos anos exacerbou, por incompetência e ideologia, a superficialidade que sempre a caracterizou, tem sido coerente ao tratar da vinda de quatro mil médicos cubanos: limita-se a noticiar o fato e reproduzir as críticas das associações corporativas de médicos e dos políticos oposicionistas. Mantém-se fiel à superficialidade que é sua marca, acrescida de forte conteúdo ideológico conservador e de direita.

Não conta, por exemplo, que médicos cubanos já trabalharam no Brasil, atendendo a comunidades pobres e distantes nos estados de Tocantins, Roraima e Amapá. Não houve nenhuma reclamação quanto à qualidade desse atendimento e nenhum problema com o conhecimento restrito da língua portuguesa. Os médicos cubanos tiveram de deixar o Brasil por pressão do corporativismo médico brasileiro – liderado por doutores que gostam de trabalhar em clínicas privadas e nas grandes cidades.

A grande imprensa não conta também que há mais de 30 mil médicos cubanos trabalhando em 69 países da América Latina, da África, da Ásia e da Oceania, lidando com pessoas que falam inglês, francês, português e dialetos locais. Só no Haiti, onde a população fala francês e o dialeto creole, há 1.200 médicos cubanos – que sustentam o sistema de saúde daquele país e, como profissionais com alto nível de educação formal, aprendem rapidamente línguas estrangeiras.

O professor John Kirk, da Universidade Dalhousie, no Canadá, estudou a participação de equipes de saúde de Cuba em vários países e é dele a frase seguinte: “A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado”. Segredo porque a imprensa internacional – especialmente a estadunidense — não gosta de falar do assunto.

Kirk contesta o argumento de que os médicos cubanos que atendem as comunidades pobres em vários países não são eficientes por não dominar as últimas tecnologias médicas: “A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum”.

O problema dos que contestam a vinda de médicos estrangeiros e, em especial dos cubanos, é que as pessoas que passam anos ou toda a vida sem ver um médico ficarão muito felizes quando receberem a atenção que os corporativistas do Brasil lhes negam e tentam impedir.

SOCIALISMO E GUERRA FRIA

Duas informações referentes à vinda de médicos cubanos para o Brasil e que podem ser úteis aos que querem ir além do que diz a grande imprensa:

- Cuba é um país socialista e por isso, gostemos ou não, as coisas não funcionam exatamente como em um país capitalista. Como é um país socialista, há a preocupação de manter baixos os índices de desigualdade econômica e social. Por isso nenhuma empresa ou governo estrangeiro contrata trabalhadores cubanos diretamente, em Cuba ou no exterior (nesse caso quando a contratação é resultado de um acordo entre estados). Todos são contratados por empresas estatais que recebem do contratante estrangeiro e pagam os salários aos trabalhadores, sem grande discrepância em relação ao que recebem os que trabalham em empresas ou organismos cubanos. Os médicos que trabalham no exterior recebem mais do que os que trabalham em Cuba. Mas algo como nem muito que seja um desincentivo aos que ficam, nem tão pouco que não incentive os que saem.

- O governo dos Estados Unidos tem um programa especial para atrair médicos cubanos que trabalham no exterior. Eles são procurados por funcionários estadunidenses e lhes são oferecidas inúmeras vantagens para “desertar”, como visto de entrada, passagem gratuita, permissão de trabalho e dispensa de formalidades para exercer a atividade. Os que atuam na América Latina são os mais procurados e uma condição para serem aceitos no programa é que critiquem o sistema político cubano e digam que os médicos no exterior são oprimidos e mantidos quase como escravos. Os que aceitam as ofertas dos Estados Unidos, os que emigram para outros países ou ficam no país que os recebe depois de terminado o contrato representam cerca de 3% dos efetivos.  No Brasil, mantida essa média, pode-se esperar que até 120 dos quatro mil médicos cubanos “desertem”.


UM SISTEMA IRREAL

A citação a seguir é do New England Journal of Medicine: “O sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

Menções elogiosas ao sistema de saúde cubano e a seus profissionais são frequentes em publicações especializadas e ditas por autoridades médicas e organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, a Organização Panamericana de Saúde e o Unicef. Mas mesmo assim, querendo negar a realidade, médicos e políticos brasileiros insistem em negar o óbvio, chegando ao absurdo de dizer que nossa população está correndo riscos ao ser atendida pelos cubanos.

Para começar, os indicadores de saúde em Cuba são os melhores da América Latina e estão à frente dos de muitos países desenvolvidos. A mortalidade infantil, por exemplo (4,8 por mil), é menor do que a dos Estados Unidos. Aliás, para os que gostam de dizer que Cuba estava melhor antes da revolução de 1959, naquela época era de 60 por mil. A expectativa de vida dos cubanos é também elevada: 78,8 anos.

Outro aliás quanto aos saudosistas: em 1959, Cuba tinha seis mil médicos, sendo que três mil correram para os Estados Unidos quando viram que não haveria mais lugar para o sistema privado de saúde e que os doutores elitistas e da elite perderiam seus privilégios. Hoje tem 78 mil médicos, um para cada 150 habitantes, uma das melhores médias do mundo. Isso permite a Cuba manter mais de 30 mil médicos no exterior. Desde 1962, médicos cubanos já estiveram trabalhando em 102 países.

Em 2012 formaram-se em Cuba 5.315 médicos cubanos em 25 faculdades públicas e 5.694 estrangeiros, que estudam de graça na Escola Latino-americana de Medicina (Elam). A Elam recebe estudantes de 116 países, inclusive dos Estados Unidos, e já formou 24 mil estrangeiros.

Os médicos cubanos se formam após seis anos de graduação, incluindo um de internato, e mais três ou quatro anos de especialização. Os generalistas, que atendem no sistema Médico da Família (um médico e um enfermeiro para 150 a 200 famílias, e que moram na comunidade que atendem) são preparados para atuar em clínica geral, pediatria, ginecologia-obstetrícia e fazer pequenas cirurgias.

Dos quatro mil médicos que vêm para o Brasil, todos têm especialização em medicina de família, 42% já trabalharam em pelo menos dois países e 84% têm mais de 16 anos de atividade. Grande parte já atuou em países de língua portuguesa, na África e em Timor-Leste. Foi em Timor, a propósito, que ocorreu o fato seguinte: o embaixador estadunidense exigiu do então presidente Xanana Gusmão que expulsasse os médicos cubanos. Xanana perguntou quantos médicos dos Estados Unidos havia no Timor-Leste e quantos o país mandaria para substituir os mais de duzentos cubanos que estavam lá. Diante da resposta, de que havia apenas um, que atendia os diplomatas norte-americanos, e que não viria mais nenhum, Xanana, simplesmente, disse que os cubanos ficariam. E estão lá até hoje. Falando português.

OS LIMITES DO CORPORATIVISMO

1 – Sindicatos de trabalhadores existem para defender os interesses das categorias profissionais que representam. São corporativistas por definição.

2 – É natural que esses interesses conflitem com os de seus empregadores, especialmente em questões ligadas à remuneração e condições de trabalho.

3 – Muitas vezes os interesses de uma categoria batem de frente com interesses de outras categorias, e aí cada sindicato defende seus representados, o que também é natural.

4 – Outras vezes os interesses de uma categoria colidem com interesses do país e da sociedade. Essa é uma questão complicada: quem tem legitimidade para definir os interesses nacionais é a população, que só é consultada quando elege seus governantes e representantes. E esses governantes e representantes têm, muitas vezes, sua legitimidade contestada.

A contradição entre interesses corporativos e interesses nacionais e da sociedade, assim, só pode ser resolvida pelos que têm legitimidade para expressar esses interesses nacionais e da sociedade em seu conjunto.

Nos últimos dias, tivemos três bons exemplos de como os interesses corporativos colidem com os da sociedade. São três causas que podem interessar às categorias profissionais, mas violam a legislação e ferem os direitos humanos e sociais:

- O sindicato dos servidores no Legislativo defendeu que funcionários da Câmara e do Senado recebam remunerações que superam o teto salarial que deve vigorar para todos.

- O sindicato dos aeroviários defendeu a tripulação que criou absurdos e desnecessários constrangimentos a uma criança de três anos e a sua família, por causa de uma doença não infecciosa.

- Os sindicatos de médicos são contra o trabalho de médicos estrangeiros no Brasil, mesmo não havendo médicos brasileiros interessados no trabalho que eles vão fazer.

O corporativismo é inevitável, e os interesses corporativos devem ser discutidos e considerados. Não podem é prevalecer quando contrariam interesses e direitos da sociedade: o teto salarial dos servidores tem de ser respeitado, ninguém pode ser submetido a constrangimentos por causa de uma doença e as pessoas têm o direito de receber assistência médica, seja de um brasileiro ou de um estrangeiro.

SISTEMA CUBANO DÁ “DE LAVADA”

As frases a seguir são de um médico cubano radicado no Brasil desde 2000. Insuspeito, pois abandonou Cuba. Formou-se lá e se especializou em epidemiologia e administração da saúde. Trabalhou por dois anos em Angola e veio para Santa Catarina em um acordo da prefeitura de Irati  com o governo de Cuba. Dois anos depois resolveu ficar no Brasil, onde vive com a mulher e quatro filhos. Critica o sistema de pagamento aos médicos, dizendo que ficava com 50% do que era pago pela prefeitura. Mesmo tendo “desertado”, não entra na onda dos médicos brasileiros e dos oposionistas de direita que atacam a vinda dos cubanos.

 O que o médico cubano Alejandro Santiago Benítez Marín, 51 anos, disse ao portal G1:

“Em dois meses, eu já entendia perfeitamente tudo (diferenças culturais, língua). Fazer medicina é igual em todo o lugar, só muda o endereço”.

“Eu não sou contra que eles venham, não. Os médicos cubanos são muito bons, nossa medicina é a melhor do mundo. Só não concordo com a forma como o governo quer pagar, repassando o dinheiro para Cuba e Cuba vai decidir a quantia que vai repassar. Isso não tem cabimento”.

 “Há médicos cubanos fazendo um excelente trabalho no Norte e Nordeste. O Conselho Federal de Medicina tem nos ofendido sem necessidade desde o início, chamando-nos de curandeiros, feiticeiros. Eu sou incapaz de ofender um médico brasileiro, mesmo conhecendo médicos brasileiros que cometem erros, a imprensa publica sempre. Tem médico ruim e bom tanto no Brasil quanto em Cuba. Não temos culpa do que está acontecendo no Brasil e que os médicos de fora têm que vir”.

 “Em Cuba é bem mais fácil o atendimento, não tem esta fila que há hoje no SUS, em que há a demora de três meses para a realização de exames simples, como ultrassonografia ou ressonância. Em Cuba este exame é feito no mesmo dia ou na mesma semana. Esta demora faz o diagnóstico médico ter que esperar”.


 “O sistema cubano dá ‘de lavada’ no SUS, tanto no atendimento normal quanto de emergência. A especialização nossa é muito boa, tanto que Cuba exporta médicos para mais de 70 países”.
Fonte:
http://www.brasil247.com/pt/247/saudeebemestar/112703/O-que-voc%C3%AA-precisa-saber-sobre-m%C3%A9dicos-cubanos.htm

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Relatório principal do inquérito 2474 que derruba tese de Joaquim Barbosa

Relatório principal do inquérito 2474 que derruba tese de Joaquim Barbosa


BARBOSA E O INEXPLICÁVEL SIGILO DO INQUÉRITO 2474
do Cafezinho de Miguel do Rosário analisando o relatório principal do inquérito 2474.


Na parte 5 do relatório de Zampronha vem a parte dos empréstimos do BMG ao PT. São empréstimos, a princípio, bem mais regulares do que os feitos no Banco Rural, porque feitos em nome do próprio PT e depositados diretamente na conta do partido.

Só que aí aparece Marcos Valério e a coisa volta a se embolar. Há um vai e vem de recursos para outras contas no Banco Rural, operadas pelas agências do publicitário. Zampronha tenta explicar esse vai e vem, mas francamente é  impossível. Analisando tantos saques, depósitos, todo aquele entra e sai de dinheiro, eu fiquei pensando o seguinte. Estamos diante de uma das maiores agências de publicidade no país. Não se trata de contas bancárias de um blogueiro duro e processado pelo Ali Kamel, como eu. O próprio relatório 2474, nas partes que eu já analisei, revela as centenas de fornecedores com os quais as agências de Valério operam. É óbvio, portanto, que boa parte daquele entra e sai de dinheiro são movimentações profissionais.

Quase toda grande agência de publicidade precisa ter um lobista, alguém que articule os grandes negócios, sobretudo com governos e estatais. Marcos Valério era o homem. Ele tinha sido introduzido na DNA por Clésio de Andrade, tradicional político mineiro, e que será a ponte entre Valério e o PSDB, tanto a nível federal quanto a nível estadual.

Aliás, o inquérito 2474 revela uma coisa interessante. Se Valério tinha contratos com o Banco do Brasil desde 1994 e se obteve contratos até com a Petrobrás (na gestão FHC), então a sua relação não era apenas com o PSDB mineiro. Ele já tinha chegado ao centro do poder, já estava articulando em Brasília. Sua parceria com Daniel Dantas, o financista “brilhante” (palavras de FHC) que manobrou grandes privatizações da era tucana, provam isso.

Na DNA e SMPB, havia o “Chiquinho”, Francisco Castilho, que era o “gênio” da publicidade propriamente dita. Uma coisa que precisa ser observada, quando se analisa todo o aparato midiático que se voltou contra Marcos Valério e suas empresas, é que tanto a DNA quanto a SMPB estavam crescendo rápido demais, ameaçando as grandes agências de São Paulo. Estavam ganhando prêmios de publicidade e amealhando contratos cada vez mais importantes. Quem herdou os contratos da DNA e da SMPB? Quem ganhou milhões com a queda de Marcos Valério? Não esqueçamos que essas agências financiam a mídia, o que explica a profusão de patrocínios a reportagens, cadernos especiais, hotsites, e todo tipo de material jornalístico que trata do mensalão, mesmo quando o assunto já não interessava mais tanto à população. Seria a DNA uma espécie de Cartago a ameaçar o império romano de outras agências, e que, por isso, teria de ser destruída até o último pedaço de mármore, jogando-se sal por cima de tudo para que nada mais florescesse no lugar?

Entretanto, eu não consigo tirar da cabeça aquele vídeo, onde Barbosa aparece tentanto explicar porque manteve o Inquérito 2474 em sigilo. Fiz inclusive um resumo de 2 minutos.  Assistam de novo.

Observe como Barbosa fica nervoso, mexendo descontroladamente as mãos, e se enrola todo. Não consegue explicar. Marco Aurélio Mello lhe pergunta qual o “móvel” do sigilo. Barbosa gagueja. Afinal responde, com uma expressão que oscila entre o cinismo, o constrangimento e a malícia, que era para “o bom andamento” do processo.

Marco Aurelio, sarcástico como sempre, imediatamente rebate: “aí não, ministro. Aí não vinga”.
Outros ministros, Luiz Fux e Brito, tentam salvar a pele de Barbosa. Não dá muito certo. Barbosa, então, mais confuso que nunca, observa que o mensalão se restringe ao “Baanco Ruuuraal”. Ele estica as vogais. Outras linhas de investigação, diz ele, ficam para outro inquérito, como o 2474.

Só que não tem sentido. O inquérito 2474 trata do Banco Rural o tempo inteiro. Do Banco Rural E do BMG.
Por que tanta mentira?

Voltemos ao relatório do Inquérito 2474. Zampronha, nitidamente, está trabalhando em cima da acusação da Procuradoria que se tornaria a Ação Penal 470. Tanto que Zampronha faz um esforço enorme para encontrar conexões entre o vai e vem de recursos das contas de Valério e o esquema denunciado pela procuradoria-geral, de distribuição de dinheiro a políticos.

Na página 192, Zampronha menciona especificamente a Ação Penal 470:




Opa! Barbosa não tinha dito que o Inquérito 2474 não tinha “nada a ver” com a Ação Penal 470? Não usou isso para manter o sigilo desses documentos, que poderiam ter fornecido elementos importantes para os réus se defenderem?

O mais impressionante é que o Inquérito 2474, em tese, foi preparado para dar mais consistência à acusação da Procuradoria. Sua razão de ser é chancelar todas as teorias da Ação Penal 470, inclusive o desvio do Fundo Visanet.  Zampronha detecta que os valores depositados pela Visanet numa das contas de Valério foram (uma parte deles) em seguida sacados em espécie, e supostamente (diz ele) serviram para abastecer o esquema de compra de apoio político, conforme a acusação da procuradoria.

Só que o relatório não prova que os serviços não foram prestados.  E mostra que Valério era um incrível bailarino financeiro. Ele pegava o dinheiro de um contrato, por exemplo, da Visanet, aplicava esse dinheiro no mercado financeiro, e pagava os serviços com o dinheiro de outra conta. Não sei até que ponto isso é ilegal, mas creio que não. Se o dinheiro está na minha conta, eu faço dele o que eu quiser, desde que honre meus contratos. Não estamos falando aqui de uma agência que presta serviços para uma padaria, e sim em contratos de dezenas de milhões de reais num momento do país em que juros e inflação eram estratosféricos (em 2003, os juros ainda estava muito altos, e a inflação ao final de 2002 atingiu o maior nível em vários anos). Valério era homem de mercado financeiro. Sabia que dinheiro parado, no Brasil, era prejuízo.
Zampronha só erra, portanto, quando sai da constatação dos fatos, para fazer elocubrações baseadas na acusação da procuradoria.

Por que, mesmo agindo de forma tão obediente, Zampronha foi escanteado? Por que seu relatório foi solenemente ignorado por Barbosa e mantido em sigilo, mesmo trazendo informações essenciais para o esclarecimento de inúmeros pontos da Ação Penal 470?

Continuando a ler a parte 5 do inquérito 2474, encontro algumas possíveis explicações para tanto sigilo. Na página 193, Zampronha informa que descobriu, em 2003, um depósito superior a R$ 800 mil da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais numa das contas de Valério:
  


Ora, quer dizer que a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, controlada pelo PSDB, também abasteceu o “mensalão”? Sim, porque todo dinheiro recebido por Marcos Valério formava esse grande “valerioduto” que ele usava para fazer o que bem entendia, inclusive investir em campanhas políticas do PT.
O próprio Zampronha conclui que foi exatamente isso que aconteceu:

O Ministério do Esporte, no caso, entrou apenas com uma quantia insignificante, de R$ 65 mil. O grosso veio do Banco Rural e da Assembléia Legislativa de MG.

Quando Zampronha começa a listar os primeiros beneficiados pelo valerioduto, o primeiro capítulo vai confirmar exatamente aquilo que Delúbio Soares sempre admitiu: que Marcos Valério ajudou o PT a pagar dívidas de campanha:

Vale a pena ler com muita atenção o texto acima. Ela traz a confirmação de uma tese que eu já havia trazido aqui para o blog, e que me foi relatada pelo próprio Henrique Pizzolato, que participou de reunião com a cúpula do PT, após a vitória das eleições. O PT nacional (leia-se Delúbio Soares) estava assumindo as dívidas dos diretórios regionais. Se Delúbio assumiu a conta de uma campanha em Alagoas, é porque assumiu em todo país. Observe – diz o relatório – que a maior parte das dívidas era para com empresas pequenas, que tinham dificuldade para receber em suas contas bancárias. O fato é que, em campanha eleitoral, todo mundo quer receber em dinheiro vivo, por inúmeras razões, todas óbvias, relacionadas a imposto de renda, para o cheque especial não engolir tudo, facilidade para distribuir, etc.

Isso são as entranhas da democracia! Pequenas gráficas, produtoras, no interior do Nordeste, tentando eleger um candidato do PT. Não raro, esses pequenos empresários são ligados politicamente aos candidatos, e se engajam em suas campanhas.  É a economia eleitoral em funcionamento, sustentada por pequenos fornecedores dispostos a bancar campanhas de candidatos de oposição às famílias tradicionais da política local.

O relatório, em seguida, envereda por um tema pesado, relacionado a problemas de bancos em estado de falência, que tinham recebido dinheiro do Proer. Aí sim, parecemos desviar do assunto “mensalão”, mas não tanto. Marcos Valério se torna representante do Banco Rural, que estava interessado em resolver pendências relativas a negócios que tinha com Banco Mercantil de Pernambuco.




Nessa parte do relatório, e sobretudo nos documentos ainda não vazados à imprensa, é que podemos encontrar elementos explosivos, sobretudo relacionados às negociatas interbancárias feitas na época do Proer. Pelo relato do consultor acima, vê-se que o Proer foi exatamente isso, uma grande negociata entre o governo e alguns bancos. Como sempre, o governo tucano entregou o filé ao setor privado e ficou apenas com o osso, com as dívidas.

Ouvido pela Polícia Federal, Armando de Queiroz Monteiro Filho, acionista controlador do banco Mercantil admitiu que a instituição recebeu do Proer (leia-se governo, ou seja, contribuinte) um total de R$ 530,13 milhões, em 1996. Em valores atualizados pelo IGPM-FGV (calculadora do BC), isso corresponderia hoje a R$ 2,2 bilhões. R$ 2 bilhões para um banco falido… Isso dá quantos mensalões?

Vou parando por aqui. Num próximo post, eu termino de analisar a parte 5.

 Reproduzo apenas um trecho do relatório, só para deixar algum suspense no ar…


Fonte : O Conversa Afiada reproduz grave denúncia do Cafezinho de Miguel do Rosário sobre o que está lá dentro do inquérito 2474 – Dantas -, que Barbosa aguardou e Lewandowski abriu.
Video : Inquerito 2474 - O video que derruba Barbosa (resumo)

http://www.youtube.com/watch?v=1dt9aOvJM0Q

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Veja é barbárie


Veja é barbárie: jornalismo justiceiro
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Nas redes sociais, tarde da noite de sexta-feira, jornalistas afinados com o tucanato e militantes da esquerda extremada se esparramavam em elogios à capa da “Veja”. Eu, que procuro manter distância sanitária da revista, aproximei-me da capa. E só consegui enxergar um gesto de oportunismo barato.

A “Veja” expõe a imagem – chocante, lamentável, triste – do rapaz preso pelo pescoço num poste na zona sul carioca, e aproveita a cena não para refletir sobre a tradição oligárquica brasileira, não para pensar sobre nossa história de 300 anos de escravidão, ou sobre nossa elite que reclama de pobres nos aviões e clama sempre pela resposta fácil do liberalismo de araque e da violência de capatazes. Não. “Veja” usa a foto terrível em mais uma tentativa para desgastar a imagem do Brasil; e também – que surpresa – para culpar o “governo”. Que governo? Ah, não é preciso ser muito esperto pra descobrir…

Emoldurando a foto triste, “Veja” berra em letras garrafais: “Civilização” e “Barbárie”. E depois acrescenta a legenda malandra, velhaca: “A volta dos justiceiros, criminosos impunes, colapso no transporte, caos aéreo. Onde está o Brasil equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o governo enxerga”.

Certamente, o Brasil “equilibrado” não está nessa revista. “Veja” pratica o jornalismo da barbárie, um jornalismo que escreve “estado” assim – com “E” minúsculo – numa espécie de bravata liberal fora de época. “Veja” envenena o país todos os dias, com blogueiros obtusos, asquerosos, que falam para um

Brasil pretensamente senhorial, como se ainda estivéssemos antes da Revolução de 30.
Curioso, também, ver a “Veja” falar em “barbárie” e em “criminosos impunes”. Logo essa revista, tão próxima do bicheiro Cachoeira, pautada pelo bicheiro, amiga do bicheiro. A tabelinha com Cachoeira é – sim – um exemplo perfeito desse Brasil de criminosos impunes.

A “Veja”, que tenta pegar carona na imagem do rapaz preso pelo pescoço, pratica um jornalismo justiceiro – que invade quartos de hotel, “julga” e “condena” sem provas, inventa fatos, publica grampos sem áudio, alardeia contas no exterior e dólares em caixa de whisky. Tudo falso, falsificado. Um jornalismo que acredita em boimate e Gilmar Mendes.
A revista não tem moral para falar contra a “barbárie”, nem contra os “justiceiros”. E não tem, precisamente, por praticar um jornalismo que é a própria encarnação da barbárie, da falta de escrúpulos, um jornalismo justiceiro.

O Brasil do lulismo tem muitos problemas. Isso é evidente. Mas não venha a “Veja” querer apresentar a receita de “Civilização” ao Brasil. A receita da “Veja” é a mesma que os EUA oferecem à Ucrânia.

Está claro, por essa capa oportunista e velhaca, qual é a pauta dos setores que não aceitam o Brasil um pouquinho mais avançado dos últimos anos: é jogar tudo no “caos”, na “barbárie”, na insegurança. O Brasil é a jóia da coroa na América Latina em 2014. Tão importante quanto a Ucrânia no leste europeu, tão estratégico quanto a Síria no Oriente Médio.

Não sejamos ingênuos. A velha imprensa brasileira – que se reúne com embaixadores dos EUA às escondidas (isso desde 64, mas também em 2010 – como nos revelou o Wikileaks) – é parte decisiva no jogo pesado que veremos em 2014.

A oposição brasileira não tem programa. A economia não afunda como gostariam os urubulinos. Portanto, é preciso produzir a pauta do caos. Esse é o caldo de cultura em que podem prosperar candidaturas “justiceiras” que a “Veja”, os mervais e outros quetais estão prontos a lançar.

Para retomar o Estado brasileiro, eles pouco se lixam se o preço a pagar for a ebulição social. Aécio e Eduardo não darão conta dessa pauta da “ordem contra a barbárie”. A pauta do caos e do Brasil “inviável” (que está na capa da “Veja”) é boa para aventuras autoritárias – semelhantes ao janismo de 1960.
Quem pode encarnar esse figurino? Quem? O terreno vai sendo preparado…

Não creio que o povo brasileiro – equilibrado, sim! E que trabalha duro para construir um país “viável”, sim – não creio que a maioria de nosso povo embarque na aventura da “ordem contra a barbárie” – proposta pela revista. Mas a direita asquerosa e velhaca vai tentar.

O roteiro está claro. É preciso estar atento. E não cair na esparrela de acreditar que a “Veja” – de repente – converteu-se à “Civilização”.

A “Veja” é a barbárie. No jornalismo, na política, na vida do brasileiro comum.

A “Veja” – se pudesse – prenderia o pescoço do povo brasileiro no poste. Mas não vai conseguir. Vai perder – de novo.
Fonte:
http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/veja-e-o-jornalismo-justiceiro-a-revista-e-a-propria-barbarie.html