COIMBRA: AS VELHAS FRUSTRAÇÕES DA OPOSIÇÃO.
DILMA TEM 64%
O circo armado em torno do julgamento do “mensalão” foi inútil do ponto de vista eleitoral.
Nada dá certo para as oposições faz tempo. Elas
tentam, se esforçam, mobilizam seus vastos recursos e as coisas não acontecem.
Seu pior pesadelo parece prestes a se materializar. A tomar pelo que dizem os
eleitores,quando perguntados sobre como pretendem votar na próxima eleição, Dilma
Rousseff se reelegerá sem grandes problemas. Prognosticar sua vitória não é
difícil para quem conhece um mínimo da sociedade brasileira. Ela tem tudo para vencer:
a) a “inércia reeleitoral”, que beneficia até
governantes mal avaliados (quem não se lembra dos muitos governadores e
prefeitos que, apesar de enfrentarem sérias dificuldades, terminaram
vencendo?).
b) faz um governo bem avaliado, aprovado por quatro
em cada cinco brasileiros (quem preferiria mudar, estando satisfeito com o que
tem? Se há uma coisa em que o eleitor acredita é que mais vale um pássaro na
mão do que dois voando).
c) tem uma imagem pessoal muito positiva, é querida
pela ampla maioria dos eleitores, que gostam de seu jeito de ser e se portar
como presidenta (algum de seus possíveis adversários chega sequer perto do que
ela alcança no julgamento da atuação pessoal?)
d) é conhecida e aprovada pela quase totalidade do
eleitorado, não precisa perder tempo para se apresentar ao País (qual de seus
oponentes em potencial pode dizer o mesmo, uma vez que todos existem em nichos
regionais ou ideológicos?).
Confirmado o favoritismo, Dilma será a quarta chefe
de governo eleita pelo PT em sequência. Ao cabo de seu segundo mandato,
chegaremos a 16 anos de hegemonia petista na política brasileira.
O que será da atual geração de lideranças
oposicionistas em 2018? Quantas estarão ainda em condições de atrair a atenção
dos eleitores? Quantos de seus jovens terão envelhecido? Quantos dos atuais
“formadores de opinião”, na mídia conservadora, estarão ainda na ativa? (a
maioria é tão velha que, entre aposentados e falecidos, é possível que restem
poucos).
A gravidade do quadro que as oposições enfrentam
voltou a ser confirmado na semana passada, quando uma nova pesquisa do
Datafolha a respeito da sucessão presidencial foi divulgada. Ela não trouxe
novidade em relação ao que se sabia desde o início de 2012. Exatamente por
isso, foi uma ducha de água fria no ânimo dos partidos da oposição e nos
segmentos “antilulopetistas”da opinião pública.
Apesar dos esforços diários e da militância
radicalizada na mídia de direita, Dilma fica cada vez melhor na corrida eleitoral.
Enquanto isso, seus adversários patinam ou retrocedem. Entre dezembro de 2012 e
março deste ano, ela foi de 54% a 58%, na vizinhança dos 60%, patamar onde
outras pesquisas já a haviam colocado. Marina Silva (sem partido) e Aécio Neves
(PSDB-MG) perderam 2% cada um, ela de 18% para 16% e ele de 12% para 10%. Mais
frustrante para a mídia foi, no entanto, o modesto crescimento do governador de
Pernambuco, Eduardo Campos. Depois de “bombado” incessantemente na mídia, foi
de escassos 4% a escassos 6%.
Uma simples aritmética mostra que os três não
mudaram seu tamanho total: Somavam 34%, em dezembro, e foram a 32%, em março.
No máximo, o que teria ocorrido seria uma pequena reacomodação no terço do
eleitorado que não pretende votar na presidenta: Campos tirou uma lasquinha de
Marina e de Aécio.
Em votos válidos (a conta relevante para especular
sobre vitórias em primeiro turno), Dilma teria, hoje, perto de 64%. Muito
próximo de alcançar, sozinha, o dobro da soma dos demais.
Significa que “já ganhou”, que vencerá no primeiro
turno? Claro que não, e seria um equívoco se sua assessoria interpretasse assim
a pesquisa. Mas que os resultados do Datafolha foram uma decepção para as
oposições, disso não há dúvida.
O que lhes resta fazer?
O circo armado em torno do julgamento do “mensalão”
foi inútil do ponto de vista eleitoral. O PT não perdeu espaço em 2012 e nada
indica que será afetado em 2014.
A tese da incompetência gerencial da presidenta, à
qual se dedicaram assim que perceberam o insucesso anterior, não tem adeptos na
maioria da opinião pública. Ao contrário, os brasileiros se mostram cada vez
mais satisfeitos com o desempenho do governo.
A valorização dos possíveis adversários não comove
os eleitores de Dilma. Campos, seu mais dileto produto na atualidade, permanece
com números de nanico.
Quando pesquisas como essa são publicadas, ficam
tristes e devem pensar no “povinho” que Deus pôs no Brasil. O problema é que
não podem trocá-lo. Ou será que vão procurar prescindir dele na hora de decidir
quem vai mandar?
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