domingo, 11 de maio de 2014

O problema de muitos que odeiam o PT, o Lula e a Dilma


Por Bruno Moser Nunes
O problema de muitos que odeiam o PT, o Lula e a Dilma (que, detalhe, são três coisas diferentes), é que estão geralmente carregados de raiva, preconceitos e desinformações midiáticas. Leu aqui, assistiu ali, e já formou opinião (muitas vezes baseada em reprodução de outra mera opinião, ou em ideologia, e não em informação verídica, dados empíricos e fatos como realmente são). Ou, ainda, fracassaram em suas ambições pessoais, e colocam toda a culpa no governo...isso é egoísmo, é ignorar o que tem sido feito pelo todo. Não se vota pensando só em si.
Ninguém precisa concordar com o que eu digo, nem com tudo que é dito/feito pelo governo, nem deve. Mas coerência crítica (e crítica não no sentido de "falar mal", isso não é crítica, mas sim de entender como os fatos são historicamente construídos) deveria ser a regra geral. Francamente, não temos opções melhores em que(m) votar. Você pode até estar descontente com o governo, por questões que entende/conhece e outras que não, mas o caminho ainda é esse, é pressioná-lo por mudanças, participando, apoiando e reconhecendo avanços, e não se abstendo ou se opondo por bobagens (se for oposição às propostas, aí sim tudo bem). A oposição não tem projeto, não quer debater propostas, apenas (junto com a mídia comercial) difamar e diminuir o governo e as conquistas dos últimos 13 anos. O Governo Lula teve um primeiro mandato pior que o segundo (até porque precisou "arrumar a casa", e mesmo assim avançou em relação aos governos anteriores). E de modo algum estou dizendo que o primeiro mandato do Governo Dilma está ruim, apenas que pode ser ainda melhor. E agora o governo está sozinho, todos os "aliados" se juntaram num bloco independente. Ótimo, agora não dá mais pra darem desculpa de que as alianças foram a parte ruim que os impedia de apoiar/votar.

Além do mais, esse papo de dizer "não temos educação, saúde, e a corrupção suga tudo", é uma forma simplista e insensata de resumir questões tão complexas, em que, devido à nossa própria Constituição, há responsabilidades compartilhadas por diferentes entes federativos, agentes políticos, com diferentes projetos (às vezes sem projetos), de diferentes partidos e espectros, muitas vezes da direita incompetente (o estado de SP tem o maior ICMS do País, imposto mais pesado, que representa 25% de toda a carga tributária, e como 40% de todas as indústrias estão lá, os produtos nacionais se encarecem, e claramente se observa que os recursos não são bem aplicados lá).

Menosprezar tudo e colocar todos os políticos num mesmo balaio de gatos, assim como anular voto, não contribui em nada com a sociedade (se não entende de política e não quer votar, tudo bem, mas também não reclame da política e dos políticos como se fossem todos iguais). As pessoas precisam é participar, se expressar (com coerência e evidências, provas, de tudo aquilo que opinam), e não apenas meramente resumir e simplificar questões complexas, ou acreditar nos políticos engravatados de Brasília, pois o povo, nós, somos também os políticos, aliás, os principais políticos. É dever de todos fazer controle social, acompanhar as contas dos municípios, as ações dos conselhos municipais, e é dever dos militantes, e dos acadêmicos e cientistas (políticos, sociais, econômicos, etc..), que, teoricamente, estão mais próximos das verdades objetivas e subjetivas (ainda que não as possuam, pois ninguém as possui), apontar a realidade como ela é e como pode ser.

Um comentário:

Berdina disse...

Aninha, concordo com todo o texto! Tudo que está aí é bem o retrato da classe média, que tem poder de síntese e não se mobiliza para mudar as coisas. Onde você colocou que criticar o governo é uma maneira de justificar o próprio fracasso, complemento dizendo que criticar de forma vil, também é uma forma de legitimar a transgressão, a sonegação é sempre justificada dessa forma. Outro erro de análise baseado no preconceito da classe média que olha para cima, e enxerga apenas a elite como virtuosa, pois, progrediu e enriqueceu trabalhando, e aí olha para baixo e vê com desdém o fracasso daqueles que não progrediram alegando indolência. Têm grande presunção por achar que a sua láurea profissional os eximem do senso comum quando se trata de política. Por preconceito também, acham que o monopólio da corrupção pertence a classe política, sobretudo à esquerda, como se os Petistas fossem ET´s que invadiram o planeta Brasil para acabar com a até então, felicidade eterna dos brasileiros. O político faz parte do extrato social deste país, se há problemas sérios com a moralidade na política, devemos procurar e corrigir os problemas no seio da sociedade.