Por Rafael Patto
Um telefone público, desses “orelhões”, é um símbolo do capitalismo mundial? Um símbolo da opressão do Estado contra os cidadãos?
Se não é, qual o significado de um ato de depredação desse objeto?
A banca de jornais do Seu Manoel é um símbolo do capitalismo mundial? O sacolão da Dona Maria é? Se não são, qual o significado dos saques que estabelecimentos modestos, como pequenos comércios familiares, vêm sofrendo ultimamente?
É nítido que as práticas black blocs são absolutamente desnorteadas. As ruas das cidades brasileiras estão sendo tomadas por uma horda de vândalos movidos pelo instinto da destruição. Destruição gratuita e sem qualquer propósito. Sem quê nem pra que.
É ridículo essas pessoas acharem que estão contribuindo com alguma coisa. Não, elas apenas estão destruindo. Destruindo e ameaçando aquilo que foi conquistado a duras penas: a nossa ainda jovem democracia.
Que sentido transformador se pode extrair de gestos como esse que vemos na foto? O país será outro, a sociedade será outra, depois que esses vândalos tiverem extravasado a sua agressividade e deixado o rastro de destruição pelo caminho por onde tenham passado? Homens e mulheres do presente extraem alguma lição cívica desses “exemplos”? Esses “exemplos” ficarão como legado para gerações futuras? Claro que não!
Não há justificativa para essas práticas black blocs. Não há defesa para elas. Elas são completamente infecundas. Não trazem nenhuma proposta para um outro mundo. Não trazem nenhuma promessa para um novo tempo. Só destruição. Destruição burra, ainda por cima. Porque não mira os alvos certos. Quem dispara uma metralhadora giratória atinge o que não deve.
O problema maior de tudo isso é que graças a esses black blocs nós estamos entrando numa ditadura da minoria. Sim, os black blocs são a minoria da minoria e, ainda assim, estão conseguindo inviabilizar os atos públicos dos movimentos sociais legítimos. A esmagadora maioria da população brasileira reprova as táticas de depredação utilizadas por esses grupos, mas mesmo assim eles impõem a sua presença. Nesse caso, eu me pergunto: a atuação policial, ao reprimir essas práticas lesivas ao patrimônio público e amplamente reprovadas pela população em geral, não estaria agindo em defesa do interesse público e do bem comum? Claro que os abusos policiais também não se justificam, mas nenhum grupo da sociedade pode se sentir livre para produzir terror impunemente, afetando a vida e a rotina de milhões de brasileiros em diferentes cidades do país. Isso não é democrático!
As ruas sempre foram a alternativa dos sem-mídia. Tradicionalmente, os operários - o proletariado em geral - sempre estiveram privados do acesso aos meios de comunicação. Suas reivindicações, suas demandas, nunca puderam ser amplamente difundidas entre os diferentes setores da sociedade porque a imprensa burguesa sempre silenciou a voz do povo trabalhador. Sair às ruas, debaixo de chuva ou de sol, com cartazes, apitos e buzinas é o gesto agônico daqueles que não dispõem de outros meios para se fazerem ouvir. Claro que seria mais confortável e talvez mais eficiente escrever um artigo num grande jornal de circulação nacional, relatando suas necessidades, denunciando as injustiças sofridas etc., mas esse espaço nunca foi cedido. Daí a necessidade de sair às ruas para gritar tudo aquilo que não pode ser dito de outra forma.
Entretanto, com a infiltração dos black blocs, até isso está perdendo o sentido. É que antes, pelo menos, os trabalhadores conseguiam fazer com que sua pauta de reivindicações e propostas ganhasse alguma repercussão midiática. Quer dizer, o espaço que sempre foi negado nos meios de comunicação acabava sendo conseguido por meio dessas manifestações quando eram noticiadas. Era a forma pela qual a sociedade ficava sabendo das necessidades de uma determinada classe trabalhadora, por exemplo. Às vezes, esse era o único recurso para que os trabalhadores conseguissem fazer com que a sociedade de um modo geral os enxergasse e soubesse de suas necessidades.
E agora com os black blocs??? Esses black blocs têm se mostrado tão perniciosos para a sociedade e para a democracia que até os movimentos sociais eles têm conseguido prejudicar. Se antes os jornais, ao noticiar uma greve, uma passeata, uma assembléia etc. se viam obrigados também a contextualizar aqueles atos e apresentar suas razões de fundo (em geral, de natureza trabalhista), agora não mais. O noticiário dessas tentativas de passeatas e assembleias está totalmente tomado pelos black blocs. A atenção fica toda desviada para eles. O único recurso que restava aos trabalhadores, ao operariado, para conseguirem quebrar a barreira de silêncio que a mídia burguesa historicamente lhes impõe, que são as manifestações de rua, está sendo completamente usurpado por essa horda de vândalos.
Será mesmo que nós temos que os engolir? Democracia é isso? O conjunto da sociedade tem de se prejudicar apenas para que um grupo possa extravasar sua ira de existir?
Um telefone público, desses “orelhões”, é um símbolo do capitalismo mundial? Um símbolo da opressão do Estado contra os cidadãos?
Se não é, qual o significado de um ato de depredação desse objeto?
A banca de jornais do Seu Manoel é um símbolo do capitalismo mundial? O sacolão da Dona Maria é? Se não são, qual o significado dos saques que estabelecimentos modestos, como pequenos comércios familiares, vêm sofrendo ultimamente?
É nítido que as práticas black blocs são absolutamente desnorteadas. As ruas das cidades brasileiras estão sendo tomadas por uma horda de vândalos movidos pelo instinto da destruição. Destruição gratuita e sem qualquer propósito. Sem quê nem pra que.
É ridículo essas pessoas acharem que estão contribuindo com alguma coisa. Não, elas apenas estão destruindo. Destruindo e ameaçando aquilo que foi conquistado a duras penas: a nossa ainda jovem democracia.
Que sentido transformador se pode extrair de gestos como esse que vemos na foto? O país será outro, a sociedade será outra, depois que esses vândalos tiverem extravasado a sua agressividade e deixado o rastro de destruição pelo caminho por onde tenham passado? Homens e mulheres do presente extraem alguma lição cívica desses “exemplos”? Esses “exemplos” ficarão como legado para gerações futuras? Claro que não!
Não há justificativa para essas práticas black blocs. Não há defesa para elas. Elas são completamente infecundas. Não trazem nenhuma proposta para um outro mundo. Não trazem nenhuma promessa para um novo tempo. Só destruição. Destruição burra, ainda por cima. Porque não mira os alvos certos. Quem dispara uma metralhadora giratória atinge o que não deve.
O problema maior de tudo isso é que graças a esses black blocs nós estamos entrando numa ditadura da minoria. Sim, os black blocs são a minoria da minoria e, ainda assim, estão conseguindo inviabilizar os atos públicos dos movimentos sociais legítimos. A esmagadora maioria da população brasileira reprova as táticas de depredação utilizadas por esses grupos, mas mesmo assim eles impõem a sua presença. Nesse caso, eu me pergunto: a atuação policial, ao reprimir essas práticas lesivas ao patrimônio público e amplamente reprovadas pela população em geral, não estaria agindo em defesa do interesse público e do bem comum? Claro que os abusos policiais também não se justificam, mas nenhum grupo da sociedade pode se sentir livre para produzir terror impunemente, afetando a vida e a rotina de milhões de brasileiros em diferentes cidades do país. Isso não é democrático!
As ruas sempre foram a alternativa dos sem-mídia. Tradicionalmente, os operários - o proletariado em geral - sempre estiveram privados do acesso aos meios de comunicação. Suas reivindicações, suas demandas, nunca puderam ser amplamente difundidas entre os diferentes setores da sociedade porque a imprensa burguesa sempre silenciou a voz do povo trabalhador. Sair às ruas, debaixo de chuva ou de sol, com cartazes, apitos e buzinas é o gesto agônico daqueles que não dispõem de outros meios para se fazerem ouvir. Claro que seria mais confortável e talvez mais eficiente escrever um artigo num grande jornal de circulação nacional, relatando suas necessidades, denunciando as injustiças sofridas etc., mas esse espaço nunca foi cedido. Daí a necessidade de sair às ruas para gritar tudo aquilo que não pode ser dito de outra forma.
Entretanto, com a infiltração dos black blocs, até isso está perdendo o sentido. É que antes, pelo menos, os trabalhadores conseguiam fazer com que sua pauta de reivindicações e propostas ganhasse alguma repercussão midiática. Quer dizer, o espaço que sempre foi negado nos meios de comunicação acabava sendo conseguido por meio dessas manifestações quando eram noticiadas. Era a forma pela qual a sociedade ficava sabendo das necessidades de uma determinada classe trabalhadora, por exemplo. Às vezes, esse era o único recurso para que os trabalhadores conseguissem fazer com que a sociedade de um modo geral os enxergasse e soubesse de suas necessidades.
E agora com os black blocs??? Esses black blocs têm se mostrado tão perniciosos para a sociedade e para a democracia que até os movimentos sociais eles têm conseguido prejudicar. Se antes os jornais, ao noticiar uma greve, uma passeata, uma assembléia etc. se viam obrigados também a contextualizar aqueles atos e apresentar suas razões de fundo (em geral, de natureza trabalhista), agora não mais. O noticiário dessas tentativas de passeatas e assembleias está totalmente tomado pelos black blocs. A atenção fica toda desviada para eles. O único recurso que restava aos trabalhadores, ao operariado, para conseguirem quebrar a barreira de silêncio que a mídia burguesa historicamente lhes impõe, que são as manifestações de rua, está sendo completamente usurpado por essa horda de vândalos.
Será mesmo que nós temos que os engolir? Democracia é isso? O conjunto da sociedade tem de se prejudicar apenas para que um grupo possa extravasar sua ira de existir?
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