terça-feira, 17 de agosto de 2010

Bruno Moser Nunes em resposta a um comentário de um eleitor de SERRA


Bruno Moser Nunes em resposta a um comentário de um eleitor de SERRA.

Olha .......todos temos nossas próprias opiniões e convicções, mas o respeito é ótimo, amigo, e todo mundo adora. Mas vamos tentar desmistificar algumas coisas, porque a meu ver, você está muito mau-informado sobre a ditadura.

A Dilma não l...utava pra implantar coisa alguma. O Brasil, no governo Goulart, foi membro signatário do Movimento dos Países Não Alinhados, que assim como outros mais de 100 países, preferiu se manter NEUTRO diante da Guerra Fria, sem aderir aos reclames da URSS nem dos EUA. Então, esse papo manipulado da direita e do Partido da Imprensa Golpista (PIG), de dizer que Goulart queria estabelecer uma ditadura de esquerda é a maior falácia, pra qualquer pessoa que pesquise a história da ditadura a fundo, e a maior desculpa esfarrapada pra legitimar a entrada dos militares de forma inconstitucional no poder. Coloquei antes de ontem uma foto da capa do O Globo (o mesmo jornal de onde você deve ter tirado essas ideias estapafúrdias), manipulando a notícia do primeiro dia do regime militar, que dizia que Goulart havia "fugido do país" huahahah JAMAIS. Goulart foi EXPULSO do país, isso sim.

E aí, tiveram aqueles que preferiram fugir de verdade, como seu querido candidato "humilde e pobre" Serra, que foi pro Chile estudar e depois recebeu ajuda da CIA pra ir pros EUA quando os americanos invadiram o Chile pra acabar com Allende (o primeiro governo latinoamericano socialista democraticamente eleito). Mas a minha candidata não. A minha candidata ficou e lutou. Preferiu ser presa, torturada do que fugir. Ela foi criada em berço de ouro, poderia ter tranquilamente se tornado uma socialite ou patricinha, mas preferiu a luta política pelos mesmos ideais que os outros candidatos. A diferença é que ela não fugiu. E antes que fales mais besteiras, sugiro que observes que estávamos em um momento (1964-1988) no qual o Estado democrático de direito NÃO EXISTIA, ou seja, estávamos literalmente em guerra civil. E te recomendo uma bela leitura sobre o por que do surgimento dos movimentos armados em toda a América Latina, porque em resumo, eles lutavam contra essas ditaduras todas, que foram implantadas no continente pelos EUA ou sob sua orientação e financiamento. Não se esqueça que no Brasil, o regime militar foi imposto sob pressão dos navios de guerra estadunidenses arribados em nossos portos com canhões apontados pra nós.

Ou seja, não me venha com discursinhos prontos da Veja e dessa mídia suja, ou de políticos de caráter que agora se faz duvidável, como o Gabeira. O Gabeira sim, é alguém que teve os ideais completamente distorcidos, porque agora se aliou aos mesmos grupos políticos da ditadura, que hoje estão infiltrados no PSDB e principalmente no DEM. E ele, que era tão "liberal" e "ambiental" está dando apoio ao governo que mais desmatou florestas no Brasil nos últimos 20 anos.

E concordo contigo em um ponto: Dilma não é Lula e Serra não é FHC. E aí é que está a questão central dessas eleições: não estamos apenas votando na Dilma ou no Serra. Estamos votando em projetos, propostas e sobretudo, modelos de desenvolvimento. Estamos votando em alianças de interesses. E nessa balança, a Dilma vai esmagar todos os outros, porque é a única que está oferecendo um projeto realmente coeso institucional e socialmente, que contempla reivindicações de milhares de instituições financeiras, movimentos sociais, sindicatos, organizações da sociedade civil, ONGs e ONGIs, MST, CUT, países latinoamericanos e do resto do mundo (que eu tenho certeza que a preferem) etc; Votar na Dilma é essencial pra garantir a estabilidade geopolítica do mundo, que o Brasil vem tentando, com muito sucesso, reequilibrar.

Por fim, sobre os modelos de desenvolvimento:

FHC-SERRA: NEOLIBERAL (ortodoxia)

* Tipo de câmbio fixo, baixo e com abertura indiscriminada.
* Déficit fiscal estrutural.
* Lógica de endividamento crescente.
* Políticas de subsidio à importação.
* Liberalização financeira e fuga de capitais (economia virtual).
* Destransnacionalização e concentração de renda.
* Modelo especulativo, desfinanciamento da economia.
* Crescimento com desemprego e com aumento da pobreza e da indigência.
* Falta de sustentabilidades: fiscal, social e política, do modelo, que levaram à crise estrutural de 2001.

LULA-DILMA: NEODESENVOLVIMENTISTA-PRODUTIVO

* Recuperação do papel ativo do Estado. Estímulo a um projeto de crescimento econômico com inclusão social.
* Recuperação do papel regulador do Estado. Do controle do destino nacional. Melhora da arrecadação e do superávit fiscal.
* Política de melhora do salário do setor formal e da negociação laboral.
* Recuperação da problemática do emprego de qualidade e da previsão social solidária.
* Crescimento impulsionado por: tipo de cambio alto, consumo interno, exportações de commodities, superávit primários, reservas internacionais do Banco Central.
* Neokeynesianismo: estímulo a obras públicas. Investimento público em Pequenas e Médias empresas.
* Requalificação do emprego.
* Enfoque nas pequenas e médias empresas
* Modelo de inclusão solidária.
* Consenso regional antineoliberal.

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