terça-feira, 5 de abril de 2011

Seu cérebro precisa voltar à escola?


Seu cérebro precisa voltar à escola?
Essa é aquela época do ano em que todas as crianças, adolescentes e a maioria dos jovens adultos voltam às aulas após um longo período de férias. Mas e aqueles adultos que estão há muito tempo longe da escola? Seus cérebros também se beneficiariam se voltassem às aulas? Será que seus cérebros velhos teriam condições de aprender e reter esse aprendizado?

É claro que sim. Por ser tentador olharmos apenas para as falhas que o cérebro na meia idade costuma cometer, como não se lembrar de onde colocou as chaves do carro ou do nome de uma pessoa, deixamos de perceber como ele se tornou mais capaz com o tempo. Nos últimos anos, cientistas compreenderam melhor como o cérebro envelhece e confirmaram que ele continua a se desenvolver ao longo de toda a vida.

E como explicar esses eventuais lapsos de memória? Muito do que você aprendeu pode não estar perdido, mas escondido em algum lugar. A Dra. Burke, professora de psicologia no Pomona College, na Califórnia, tem pesquisado as situações em que a pessoa não consegue se lembrar de algo que ela tem certeza que sabe, aquelas conhecidas como “está na ponta da língua”. Sua pesquisa mostra que esses incidentes podem ser atribuídos em parte às conexões nervosas (sinapses) que se enfraquecem com a falta de uso ou com a idade.

A Dra Burke descobriu também que se a pessoa ouvir sons parecidos com os que ela está tentando se lembrar – como se alguém comentasse sobre o desenho dos Jetsons quando você tenta lembrar do Michael Jackson – de repente o nome esquecido salta à mente. A similaridade sonora pode dar um “empurrão” numa conexão nervosa fraca.

Pesquisas recentes têm trazido notícias animadoras. É que o cérebro, ao longo da meia idade, se torna melhor para reconhecer a ideia geral de uma situação. Se mantido em boa forma, o cérebro pode continuar a desenvolver caminhos que ajudam seu dono a reconhecer padrões e, consequentemente, ver significados e até soluções muito mais rápido do que uma pessoa mais jovem.

O truque é encontrar maneiras de manter as conexões do cérebro em boas condições e estimulá-las a crescer. “O cérebro possui plasticidade e continua a mudar, não se tornando maior, mas adquirindo mais complexidade e permitindo uma compreensão mais profunda”, diz Kathleen Taylor, professora na St. Mary’s College, na California, que tem estudado maneiras de ensinar adultos de maneira mais efetiva.

Os educadores dizem que, para adultos, o ideal é desafiar os próprios conceitos que eles tanto trabalharam para criar quando jovens. Com um cérebro já cheio de caminhos bem definidos, os adultos devem “chacoalhar um pouco suas sinapses” confrontando pensamentos contrários aos seus e desafiar suas percepções de mundo.

Os desafios, desde que lhe forcem a sair da sua zona de conforto, são a melhor maneira de manter o cérebro em forma e desenvolvê-lo. Vale de tudo, desde aprender um novo idioma a fazer um novo caminho para o trabalho. Quanto mais variados forem os desafios, melhor. E lembre-se que nunca é tarde para começar.

Nenhum comentário: