sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A usina de Belo Monte e a alternativa mortal


A usina de Belo Monte e a alternativa mortal

Por Arthurius Maximus*

Segundo todos os estudos energéticos realizados, o Brasil esgotará toda a sua capacidade de geração de energia através de hidrelétricas antes de 2020.

Considerada uma das formas mais limpas de geração de energia, abdicar da exploração desse potencial é condenar o País à utilização das matrizes energéticas muito mais poluentes como o gás, o carvão e o diesel.

As gerações solar, eólica e marítima de energia ainda não possuem potencial de exploração em grande escala – se bem que isso muda rapidamente – e demandam instalações de grandes proporções para produzir uma ínfima quantidade de energia – em comparação as hidrelétricas -.

A usina de Belo Monte ainda tem um fator interessante a seu favor que reside na forma como foi projetada. Sem necessitar de um enorme lago, como as demais usinas já construídas aqui no Brasil, Belo Monte contará com o relevo e com a força do rio, ajudada por um sistema de canais projetados para acelerar as águas, para a geração de energia.

A sanha contra Belo Monte vai muito mais pela necessidade das grandes potências de manterem a Amazônia em um constante estado de miséria e de dificuldade de desenvolvimento do que por qualquer preocupação ecológica. Algumas tribos da região até já estão a favor da usina e pretendem utilizar as indenizações “gordíssimas” em favor de sua autonomia e da melhoria do bem-estar geral.

Uma Amazônia desenvolvida e com capacidade para sustentar povoados e equipamentos de infra-estrutura como quartéis militares, hospitais, escolas e uma gama enorme de serviços não interessa aos estrangeiros.

O aumento da povoação, um controle ecológico bem feito e critérios bem definidos que demarquem “até aonde” podemos ir é a chave para o desenvolvimento sustentável da região e a garantia da manutenção da soberania do Brasil sobre uma das regiões mais ricas e profícuas de nosso território.

Aos estrangeiros interessa muito o atual estado de abandono, miséria, baixa instrução e profunda dependência dos habitantes locais. Assim, suas “missões evangélicas” e seus “missionários” podem continuar a roubar nossas riquezas naturais e a transformá-las em remédios e em artigos de comércio patenteados no exterior.

O desenvolvimento da Amazônia pode muito bem ser coroado com a exploração racional e ecológica da região. A energia para que isso ocorra e para que o País todo possa desenvolver-se com segurança nos próximos anos é de fundamental importância para todos os cidadãos.

O discurso ecológico e naturalista é lindo e a causa da defesa do meio ambiente comove a todos. No entanto, ao tratarmos de Amazônia, devemos sempre ter em mente que os países estrangeiros desejam dominar a região faz tempo e que os interesses internacionais se derramam sobre os locais com uma sanha cada vez maior. Qualquer coisa que entrave o desenvolvimento da região e a prenda numa eterna penumbra de oportunidades é um fator aliado a esses interesses.

Se o Brasil abdicar de Belo Monte, o que fará para abastecer a região com energia? Instalar três usinas nucleares (o necessário para igualar a produção de Belo Monte) e dezenas de termoelétricas na região?

O projeto, como concebido, trará baixo impacto para a vida selvagem e garantirá energia para um futuro repleto de potencialidades para a Amazônia e para o Brasil.

*Arthurius Maximus é colunista do Perspectiva Política às segundas e editor do blog Visão Panorâmica

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