segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
Se É jovem, não tem experiência.
Se É velho, está superado.
Se Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Se Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Se Fala em voz alta, vive gritando.
Se Fala em tom normal, ninguém escuta.
Se Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Se Precisa faltar, é um 'turista'.
Se Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Se Não conversa, é um desligado.
Se Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Se Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Se Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Se Não brinca com a turma, é um chato.
Se Chama a atenção, é um grosso.
Se Não chama a atenção, não sabe se impor.
Se A prova é longa, não dá tempo.
Se A prova é curta, tira as chances do aluno.
Se Escreve muito, não explica.
Se Explica muito, o caderno não tem nada.
Se Fala corretamente, ninguém entende.
Se Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Se Exige, é rude.
Se Elogia, é debochado.
Se O aluno é reprovado, é perseguição.
Se O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

Esta é para ser repassada mesmo.
Jô Soares

sábado, 28 de janeiro de 2012

Campanha 2012. Quem é contra o Professor?

Caros amigos, iniciamos uma campanha onde faremos com que todos os municípios de MG saiam das mãos do PSDB e de seus apoiadores, acabando assim com as bases eleitoreiras dos Deputados que apoiam o Governo Anastasia e consequentemente jogando por terra o devaneio de Aécio Neves em ser o próximo presidente do Brasil.
Segue alguns nomes de Deputados apoiadores deste Governo Ditador.

Vamos lutar juntos para que em 2012 não haja outra greve, porque se o Governo não pagar o que é lei (Piso), é o que vai acontecer.
Vamos também cobrar da imprensa que dê espaço ao Sindute para se manifestar e colocar a verdade, já que a mesma está vendida ao governo.
Se não derem faremos boicote destas emissoras e aí quero ver quem vai anunciar em canal que ninhuém assiste.

NOMES DE ALGUNS DOS DEPUTADOS QUE APOIAM AS MALDADES DE ANASTASIA:

ANA MARIA DE RESENDE VIEIRA (PSDB)
JOSÉ BONIFÁCIO MOURÃO (PSDB)
CARLOS EDUARDO VENTURELLI MOSCONI (PSDB)
CÉLIO DE CÁSSIO MOREIRA (PSDB)
DALMO ROBERTO RIBEIRO SILVA (PSDB)
DÉLIO DE JESUS MALHEIROS (PV)
DINIS ANTÔNIO PINHEIRO (PSDB)
NACIB DUARTE BECHIR (PMN)
GUSTAVO DE FARIA DIAS CORRÊA (DEM)
INÁCIO FRANCO (PV)
JOÃO LEITE DA SILVA NETO (PSDB)
JOSÉ DE FREITAS MAIA (PSDB)
PEDRO IVO FERREIRA CAMINHAS (PP) Pinduca
LUIZ HUMBERTO CARNEIRO (PSDB)
LUIZ HENRIQUE MAIA SANTIAGO (PSDB)
LEONARDO FERNANDES MOREIRA (PSDB)
GUSTAVO DA CUNHA PEREIRA VALADARES (DEM)
ROSANGELA DE OLIVEIRA CAMPOS REIS (PV)


Para dizer a verdade, só não apoiam os desmandes do governo os deputados do PT, PMDB e PCdoB;
No mais todos os outros deputados são apoiadores da ditadura em Minas.

Em 2011 foi o ano das greves. Greve na Educação, Greve na Saúde e greve na Segurança. Será que estes Deputados vão votar o PL 2355 e ter tudo isso novamente em 2012?

Minas é o estado que paga salário mais baixo para professor.
Pelo levantamento da Folha de S. Paulo, os professores mineiros recebem o pior salário do país
A lei nacional do piso para o magistério já foi aprovada há três anos, mas não saiu do papel na maior parte do país. Das 27 unidades da Federação, pelo menos 17 descumprem o pagamento do valor previsto. Pela legislação, o salário mínimo é de R$1.187 para os professores da educação básica pública, em jornada semanal de 40 horas. Esse valor exclui gratificações e também deveria ser garantido um tempo de pelo menos 33% fora das salas para preparar os encontros.
Minas, Pará, Rio Grande do Sul e Bahia também não pagam o mínimo salarial. Para elevar o tempo dos educadores fora da sala de aula só há duas saídas: contratar mais gente ou aumentar a carga horárias dos que já estão contratados. No entanto, essas soluções exigem muito investimento. Em Minas, os professores só têm 25% da carga horária para as tarefas extra-classe. Entre 25 unidades da federação pesquisadas, Minas Gerais é o lugar onde o professor recebe o pior salário (R$616 para 40 horas semanais). Rondônia (R$950) e Rio Grande do Sul (R$791) são os outros dois estados que ocupam a parte de baixo da tabela.

Em vários estados, esse embate entre professores e governo foi parar na Justiça. A alegação em alguns tribunais é que esse assunto compete aos estados e aos municípios e a União deve ficar de fora disso. O Ministério da Educação diz que a regra precisa ser aplicada, mas não pode obrigar as administrações estaduais a aplicá-la.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação afirmou que a recomendação para os sindicatos em todo o país é recorrer na Justiça. Com isso, governadores e secretários podem receber ações por improbidade administrativa.
Neste ano, houve uma greve na educação pública em Minas que durou 112 dias. Houve acordo com o governo estadual, mas as negociações desandaram nesta semana. Os professores vão pedir nesta quarta (16) que a tramitação do projeto de lei que discute a política salarial da categoria saia do caráter de urgência. Para os professores, não pode ocorrer votação enquanto não houver acordo entre as partes.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A direita e a pena de morte

A direita e a pena de morte

Pergunte-se à senadora Kátia Abreu (PSD-TO) se ela concorda com a pena de morte para quem contratar pistoleiros para assassinar trabalhadores sem terra e seus líderes.

Por Mauro Santayana

A direita, no mundo inteiro, é acossada pela crise que ela mesma causou, e é nesses momentos que o perigo se torna maior. Os indignados saem às ruas, mas lhes falta direção política consequente. Os protestos, se não são alimentados de projetos claros e definidos, se perdem. Os atos de contestação dependem de ideologia e programas, que só os intelectuais são capazes de elaborar. A direita, no Brasil e no mundo, se reorganiza. A classe média é facilmente atraída por suas bandeiras da direita, com a que lhe promete "segurança".

Como muitos observam, as agitações podem ser facilmente vencidas pela repressão policial, mas as mudanças sociais – ou os atos de resistência contra o abuso do poder econômico – dependem de esforço intelectual tático e estratégico. O esforço intelectual, bem se entenda, não é o dos filósofos em suas torres de marfim, mas dos líderes experientes, que sabem como reunir e orientar os protestos e as reivindicações das grandes massas.

Já há sugestões de que, passadas as festas de Natal, os dirigentes das principais organizações populares do país – centrais sindicais, MST, entidades religiosas não vinculadas à direita, enfim, os movimentos do centro para a esquerda – reúnam-se em grande encontro, bem preparado, a fim de discutir a situação interna do país, da América Latina e do mundo. Desse encontro deve surgir um plano de ação política que mantenha os direitos que ainda conservamos, e os amplie.

O governo brasileiro se encontra sob a pressão da direita, que usa seus representantes no Congresso a fim de dificultar à presidente o cumprimento de sua vontade. Ainda agora, a senadora e fazendeira representante da direita rural no Senado da República, e não do povo do Tocantins, está propondo que o seu partido, o PSD – que segundo Gilberto Kassab não é de esquerda, nem de direita, nem de centro, assuma a posição de centro-direita, sem constrangimentos. Ela se baseia em pesquisas com a classe C, que concorda, em seu sofrimento cotidiano, com a pena de morte e outras medidas radicais e irreversíveis.

Todos nos horrorizamos com a insegurança, sobretudo, a dos pobres, as maiores vítimas do narcotráfico, dos assaltos, da violência policial, dos preconceitos e da discriminação. E serão também estes os primeiros a serem executados, como ocorre no mundo inteiro, porque não podem pagar bons advogados.

É preciso fechar o passo à direita, e o caminho melhor é o de retomar o controle dos setores estratégicos da economia pelo Estado. A privatização das empresas estatais terá que ser revista, o conceito de empresa nacional do texto original da Constituição de 1988 deve ser restaurado e as transações brasileiras com os paraísos fiscais, proibidas. Com essas medidas, o país terá condições de combater os seus males antigos, como os da corrupção policial, as deficiências da educação e da saúde, e a força do poder econômico sobre a política. É assim que podemos obter a paz das ruas, não com a pena de morte. Pergunte-se à senadora se ela concorda com a pena de morte contra os fazendeiros que contratam pistoleiros para assassinar trabalhadores sem terra e seus líderes sindicais.

O fato é que a direita, no Brasil e no Mundo, se reorganiza. A classe média é facilmente atraída pelas bandeiras da direita, que lhe promete a "segurança". Ainda agora se sabe que a crise, na Europa e nos Estados Unidos, atinge com o desemprego também os profissionais mais qualificados. Foi o que se passou nos anos 1930, em que o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha, recrutaram a classe média – e também os mais pobres e desinformados – para os seus quadros. O mesmo ocorreu na Espanha de Franco e em Portugal, com Salazar, com mais facilidade, em razão do apoio total da Igreja o que, felizmente, não ocorre entre nós.

É importante que todos os movimentos populares estejam mobilizados, como se propõe, a fim de sustentar uma política social que vem retirando milhões de brasileiros da miséria e promovendo desenvolvimento econômico sustentado, embora sob o impacto negativo da crise mundial. Essa crise foi provocada pelos banqueiros larápios, em conluio com governantes medíocres, como Obama, Merkel, Sarkozy, Cameron, Zapatero (seu sucessor, Rajoy, consegue ser pior) e outros menos notados.

Fonte: Rede Brasil Atual

Descoberto um acelerador do lúpus - Paloma Oliveto


Cientistas concluem que uma determinada sequência genética faz com que sintomas sejam intensificados. Revelação abre caminho para retardar efeitos da doença

Os sintomas são tão diversos que, até se chegar a um diagnóstico, o paciente já peregrinou por dezenas de consultórios. Doença autoimune, condição caracterizada por ataques desencadeados pelo próprio organismo, o lúpus eritematoso sistêmico atinge órgãos tão diferentes quanto rins e pele. Além de sofrer as consequências do mal, os portadores lidam com outro problema: ainda não se conhece exatamente o mecanismo por trás da enfermidade. Um estudo apresentado por pesquisadores italianos, porém, conseguiu identificar uma estrutura com papel importante no desenvolvimento do lúpus, o que poderá levar a melhores intervenções terapêuticas.

O hematologista Gianfranco Ferraccioli, pesquisador e professor da Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma, conta que o lúpus foi, por muito tempo, associado somente a uma doença dermatológica. “Isso porque uma das características é o aparecimento de manchas, algumas nas bochechas, em forma de borboleta”, diz. “Mas hoje já se sabe que é um problema sistêmico, que interfere no funcionamento de vários órgãos e estruturas, particularmente o sistema nervoso central, os rins e as articulações, além da pele”, afirma. “Os danos mais graves não são os problemas dermatológicos, mas aqueles relacionados aos órgãos internos”, explica.

Os cientistas italianos identificaram uma sequência de letras de DNA, que chamaram de “acelerador genético”, diretamente relacionada à manifestação dos sintomas do lúpus. O DNA é uma estrutura em forma de fita que fica no interior das células. Dentro dele estão as informações necessárias para a produção de todas as proteínas de um indivíduo, que vão definir desde a cor do cabelo a possíveis doenças que, um dia, a pessoa desenvolverá.

No caso do lúpus, o acelerador se chama HS1.2. Os cientistas observaram que nas pessoas com sintomas mais agressivos a sequência de DNA acelera a produção de uma molécula, a NF-KB, o que torna mais rápida a resposta inflamatória dos órgãos. “Nós sabemos que no lúpus eritematoso sistêmico os anticorpos, em vez de defender o corpo, fazem o contrário: atacam as próprias células, provocando um processo inflamatório. É esse processo que desencadeia os sintomas. O HS1.2 é como o acelerador de um veículo, ao ser acionado: ele estimula o ataque aos órgãos, ativando rapidamente a resposta imune da doença”, explica Ferraccioli, diretor da Unidade de Radiologia da Universidade Católica do Sagrado Coração e principal autor do estudo.

Comemoração Segundo o hematologista, 30% dos pacientes que têm lúpus possuem esse acelerador genético, que também pode desencadear outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide. “Nos pacientes em que identificamos o HS1.2, os sintomas do lúpus são muito mais graves. Já havíamos estudado esse mesmo acelerador e sua relação com o mecanismo para o próprio corpo responder agressivamente às suas células”, diz. Ele conta que a equipe realiza pesquisas sobre doenças autoimunes há uma década, e que essa é uma das descobertas mais importantes do grupo.

“Se conseguirmos desenvolver um medicamento que bloqueie a ação do HS1.2, o resultado é que ele não estimulará mais as inflamações severas. Essa é uma grande esperança para um tratamento mais eficaz do lúpus”, diz. O reumatologista Domenico Frezza, da Universidade de Roma Tor Vergata, explica que, atualmente, há diversos remédios que combatem a enfermidade. “Há drogas realmente muito boas, mas elas não são direcionadas ao mecanismo do lúpus em si; esses medicamentos atacam os sintomas da doença, o que não é a mesma coisa de evitar que esses sintomas apareçam”, afirma. “Além disso, os efeitos colaterais costumam ser muito fortes.”

Gianfranco Ferraccioli conta que o ano passado foi muito importante na área de pesquisas de doenças autoimunes, com a descoberta de elementos genéticos diretamente implicados com as enfermidades. “Há tempos essas doenças são bem conhecidas do ponto de vista clínico; isto é, os médicos sabiam que elas existiam. Não eram conhecidos, porém, sua base e a forma como trazem danos aos órgãos internos. Os grandes passos adiante dados recentemente foram as descobertas dos mecanismos que provocam esses danos. É isso que possibilitará intervir de maneira específica e, portanto, mais eficaz”, acredita.

Entusiasmo A descoberta dos cientistas romanos foi recebida com entusiasmo por Gerald Appel, pesquisador do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Columbia, que recentemente compilou os principais estudos sobre a doença nos últimos 10 anos. “Houve uma melhora na classificação das diferentes classes do lúpus, o que facilitou muito, para os médicos, a prescrição de terapias adequadas a cada caso”, conta. “Novos regimes medicamentosos usam doses mais baixas de drogas tóxicas, trazendo menos efeitos colaterais sem sacrificar a eficácia do tratamento. Da mesma forma, essas pesquisas que se concentram nos mecanismos ligados ao desenvolvimento do lúpus têm se intensificado e acredito que, na próxima década, teremos excelentes notícias para os pacientes”, comemora.

Professora de alergia e imunologia da Universidade de Milão e coautora do estudo conduzido por Gianfranco Ferraccioli, Raffaella Scorza ressalta que, além da busca por novas drogas, é importante que médicos se empenhem no diagnóstico precoce da doença. “Isso é fundamental. Sabemos que o tempo que os pacientes perdem até começarem com as intervenções terapêuticas é muito grande e, enquanto isso, o lúpus vai se desenvolvendo e comprometendo o organismo como um todo. Fazer o diagnóstico precoce significa interromper o ciclo vicioso da doença que mantém o processo de dano. Um caso comum que vemos no dia a dia é o de pessoas que começam com nefrites e acabam rapidamente sofrendo de falência renal”, relata.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Alckmin e a mídia mentem sem parar


Alckmin e a mídia mentem sem parar

É de revolver o estômago a torrente de mentiras e distorções com que o governador Geraldo Alckmin e a mídia que o protege esbofeteiam a sociedade. Mentem para o tucano se eximir de suas responsabilidades. Mentem descaradamente, compulsivamente.

Televisões, rádios, jornais e revistas tentam transformar em criminosos os trabalhadores do Pinheirinho e suas famílias noticiando atos de vandalismo que poderiam ocorrer em qualquer comunidade submetida ao choque que sofreram.

Experimentem desalojar moradores dos Jardins paulistanos e verão quantos saqueadores e ladrões aparecerão. Mas como a população do Pinheirinho é pobre e quase sempre negra, noticiam ações isoladas como se fossem coletivas.

E as notícias de apreensão de drogas que tentam transformar todos os moradores do Pinheirinho em traficantes? Mesmo que não tenham sido plantadas, se derem uma batida ainda nos Jardins paulistanos provavelmente encontrarão não só maior quantidade de droga, mas maior variedade.

Alckmin mente compulsivamente ao tentar se eximir da responsabilidade pela ação criminosa da polícia que comanda quando tenta empurrá-la para a Justiça estadual.

O comandante da Polícia Militar de qualquer Estado é o seu governador. Alckmin, se estivesse bem-intencionado, poderia ter usado o conflito de instâncias da Justiça como desculpa para postergar a operação de reintegração de posse. Míseras 24 horas teriam sido suficientes.

O governador paulista também mente quando diz que o governo federal nada fez para interromper a reintegração de posse do Pinheirinho. As liminares concedidas contra ela foram pedidas pela Advocacia Geral da União e representantes do governo federal há muito tentam negociar com a prefeitura tucana de São José dos Campos.

O prefeito de São José dos Campos é do mesmo partido do governador e vinha rechaçando tentativas de acordo. E agora Alckmin diz que o governo federal não enfrentou suficientemente o seu correligionário, que certamente seria sensível a um pedido seu para que negociasse.

O secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, passou a semana passada inteira no Pinheirinho tentando intervir junto às autoridades municipal e estadual e chegou a ser ferido pela truculência da PM, no domingo.

Alckmin esbofeteou a sociedade brasileira com seus cachorros loucos armados até os dentes e agora a esbofeteia com suas mentiras e com sua covardia insuperáveis. Esse homem é indigno do mandato popular que recebeu.

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania

O Brasil está em Pinheirinho


Bastam três minutos de luta social ninguém esquecer do país onde vivemos. Acabo de ver no You Tube as imagens assinadas por Dan Perseguin sobre a invasão da PM na área de Pinheirinho, em São José dos Campos.

As imagens são terríveis porque você não vê a violência da PM batendo nas pessoas. Ouve barulhos de bombas, vê a fumaça, ouve gritos e vê aquela gente que caminha com suas coisas. São brasileiros que procuram um destino. Não querem conforto. São pessoas, apenas pessoas normais.

É o Brasil permanente, aquele que não dá respostas para os mais humildes, que admite o jogo bruto com os indefesos, que humilha e bate.

Os moradores do Pinheirinho poderiam ser qualquer pessoa na fila do ônibus, no metrô. Têm camisetas coloridas, mochilas que lembram aquela que sua filha já usou quando era adolescente. Mas leia um relato que está hoje, na Folha:

Na escola Dom Pedro de Alcântara, transformada em abrigo para 2.500 pessoas, a Folha viu pelo menos três doentes com pneumonia, um com tuberculose e uma pessoa com seqüelas de AVC jogados em colchões no pátio de esportes. Crianças e bebês brincavam em meio a restos de comida e a fezes de pombos espalhados. Um animal morto estava preso na rede da quadra. Apenas quatro banheiros imundos serviam às mulheres. Os homens tinham de se contentar com três. A situação sanitária era tão grave que dois vestiários, no fundo da quadra -sem vaso sanitário ou água encanada- foram improvisados como banheiros também. “Eles querem nos degradar como seres humanos”, disse o motorista Assis David Monteiro, 62.

A maioria dos antigos moradores do Pinheirinho, expulsos de suas casas a partir das 6h do domingo, não teve tempo nem sequer para pegar os próprios documentos. Sem casa, sem documentos, muitos têm apenas uma muda de roupas. E pulseirinhas coloridas, que identificam quem pode entrar nos abrigos da prefeitura. Na escola Dom Pedro, a cor é azul.

Vários desabrigados disseram à Folha que as pulseirinhas estão servindo para discriminá-los. “É como se fosse uma coleira que nos colocaram para nos identificar quando andamos na rua. Vizinhos nos chamam de cachorros do governo”, disse Rogério Mendes Furtado, 28, catador de sucata.

Paulo Moreira Leite
Política, economia Tags: Alkcmin, Sociedade

domingo, 22 de janeiro de 2012

SÍNDROME DE ASPERGER


A chamada Síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger, é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de Síndrome de Asperger como condição distinta do autismo é incerta, tendo sido proposta a sua eliminação do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais" (DSM), sendo confundida com o autismo.

A Síndrome de Asperger é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, "Prémio Nobel" de Economia de 2002).

Um dos primeiros usos do termo "síndrome de Asperger" foi por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma homenagear Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no DSM, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV).

Alguns sintomas desta síndrome são: dificuldade de interação social, falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da História possuíam fortes traços da síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o enxadrista/xadrezista Bobby Fischer.

Classificação e diagnóstico
A Síndrome de Asperger é definida na seção 299.80 do DSM-IV por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:

Prejuízo severo e persistente na interação social;

Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;

Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;

Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;

Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância;

A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.

A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo (ASD em inglês), uma das cinco condições neurológicas caracterizadas por diferenças na aptidão para a comunicação, bem como padrões repetitivos ou restritivos de pensamento e comportamento. Os quatro outros transtornos ou condições são autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e PDD não especificado (PDD-NOS - transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação).

O diagnóstico da Síndrome de Asperger é complexo em virtude de que mesmo através do uso de vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a detecte. Os critérios de diagnóstico do Diagnostic and Statistical Manual norte-americano são criticados por serem vagos e subjetivos. Outros conjuntos de critérios de diagnóstico para a Síndrome de Asperger são o CID 10 da OMS, o de Szatmari, o de Gillberg, e Critério de Descoberta de Attwood & Gray. A definição CID-10 tem critérios semelhantes aos da versão DSM-IV A Sindróme de Asperger foi em tempos chamada Psicopatia Autista e Transtorno Esquizóide da Infância, apesar de tais termos serem atualmente entendidos como arcaicos e imprecisos, e portanto não mais aceitos no uso médico.

Um diagnóstico válido?
Há grande controvérsia se a Síndrome de Asperger é um transtorno distinto e separado ou se é equivalente ao Autismo de alta funcionalidade, ou mesmo a outras condições (como o Transtorno de personalidade esquizoide).

O diagnóstico da Síndrome de Asperger em indivíduos adultos é uma tarefa difícil e imprecisa, uma vez que indivíduos adultos com Síndrome de Asperger ou AAF já aprenderam de forma racional a mascarar os seus erros sociais. Quando distraídos demonstram os sintomas da Síndrome de Asperger, mas se concentrados em uma interação social específica, como o relacionamento com o psicanalista no momento do teste, podem se comportar de forma aparentemente normal.

Além disso, há pouco acordo entre os vários critérios de diagnóstico da síndrome. Um estudo realizado em 2008 comparando quatro conjuntos de critérios (DSM, CID, Gillberg e Szatmari) concluiu que o diagnóstico apenas coincidia em 39% dos casos.

Os diagnósticos de Síndrome de Asperger e AAF são usados indistintamente, complicando as estimativas de prevalência: a mesma criança pode receber diferentes diagnósticos, dependendo do método aplicado pelo médico, e vários estudos indicam que quase todas as crianças diagnosticadas com "Síndrome de Asperger" têm na realidade autismo, e não Síndrome de Asperger tal como é definida pelo DSM-IV.

Por outro lado, também tem sido argumentado que o diagnóstico de Síndrome de Asperger tornou mais confusa a fronteira entre o autismo e a simples excentricidade, e que, sobretudo quanto o diagnóstico é feito por profissionais pouco preparados, haverá vários casos de falsos positivos.

Em 2010, a American Psychiatric Association divulgou a proposta para o DSM-V, onde a Síndrome de Asperger desaparece como diagnóstico distinto, passando a estar incluída no autismo.

Características
A Síndrome de Asperger é caracterizada por:

Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;Rituais ou comportamentos repetitivos.
Peculiaridades na fala e na linguagem;
Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo;
Comportamento social e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;
Problemas com comunicação;
Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;
Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.
Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em fatos reais
Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal.


As características mais comuns e importantes da Síndrome de Asperger podem ser divididas em várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras características são comumente associadas com essa síndrome, mas nem sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico. Esta seção reflete principalmente as visões de Attwood, Gillberg e Wing sobre as características mais importantes da Síndrome de Asperger; os critérios DSM-IV representam uma visão ligeiramente distinta. Diferentemente da maioria dos tipos de TDI, a Síndrome de Asperger é geralmente camuflada, e muitas pessoas com o transtorno convivem perfeitamente com os que não têm. Os efeitos da Síndrome de Asperger dependem de como o indivíduo afetado responde à própria síndrome.


Diferenças Sociais

Apesar de não haver uma única distinção comum a todos os portadores da Síndrome de Asperger, as dificuldades com o convívio social são praticamente universais, e portanto também são um dos critérios definidores mais relevantes. As pessoas com Síndrome de Asperger não têm a habilidade natural de enxergar os subtextos da interação social, e podem não ter capacidade de expressar seu próprio estado emocional, resultando em observações e comentários que podem soar ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável". As regras informais do convívio social que angustiam os portadores da Síndrome de Asperger são descritas como "o currículo oculto". Os Aspergers precisam aprender estas aptidões sociais intelectualmente de maneira clara, seca, lógica como matemática, em vez de intuitivamente por meio da interação emocional normal.

Os não-autistas são capazes de captar informação sobre os estados cognitivos e emocionais de outras pessoas baseadas em "pistas" deixadas no ambiente social e em traços como a expressão facial, linguagem corporal, humor e ironia. Já os portadores da Síndrome de Asperger não têm essa capacidade, o que é às vezes chamado de "cegueira emocional". Este fenômeno também é considerado uma carência de teoria da mente. Sem isso, os indivíduos com Síndrome de Asperger não conseguem reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais. Desprovidos dessa informação intuitiva, não podem interpretar nem compreender os desejos ou intenções dos outros e, portanto, são incapazes de prever o que se pode esperar dos demais ou o que estes podem esperar deles. Isso geralmente leva a comportamentos impróprios e anti-sociais. No texto Asperger's Syndrome, Intervening in Schools, Clinics, and Communities, Tony Attwood categoriza as várias maneiras que a carência de "teoria mental" ou abstração podem afetar negativamente as interações sociais de portadores de Asperger:

1- Dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal - pessoas com Síndrome de Asperger geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não conseguem "ler".

2- Interpretar as palavras sempre em sentido denotativo - indivíduos com Síndrome de Asperger têm dificuldade em identificar o uso de coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

3- Ser considerado grosso, rude e ofensivo - propensos a comportamento egocêntrico, Aspergers não captam indiretas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

4- Aperceber-se de erros sociais - à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua "cegueira emocional", começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar fobia.

5- Paranóia - por causa da "cegueira emocional", pessoas com Síndrome de Asperger têm problemas para distinguir a diferença entre atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

6- Lidar com conflitos - ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

7- Consciência de magoar os outros - uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

8- Consolar os outros - como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com Síndrome de Asperger têm pouca compreensão sobre como consolar alguém ou fazê-los se sentirem melhor.

9- Reconhecer sinais de enfado - a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem incompreensíveis ou desatentos. Na mão inversa, pessoas com Síndrome de Asperger geralmente não percebem quando o interlocutor está entediado ou desinteressado.

10- Introspecção e autoconsciência - indivíduos com Síndrome de Asperger têm dificuldade de entender seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

11- Vestimenta e higiene pessoal - pessoas com Síndrome de Asperger tendem a ser menos afetadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos cuidados com a própria aparência.

12- Amor e rancor recíproco - como Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de afeto e rancor são em geral curtas e fracas.

13- Compreensão de embaraço e passo em falso - apesar do fato de pessoas com Síndrome de Asperger terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

14- Lidar com críticas - pessoas com Síndrome de Asperger sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.

15- Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais - como respondem às interações sociais com a razão e não intuição, portadores da Síndrome de Asperger tendem a processar informações de relacionamentos muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incômodas.

16- Exaustão - quando um indivíduo com Síndrome de Asperger começa a entender o processo de abstração, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito frequentemente leva a exaustão mental.

Uma pessoa com Síndrome de Asperger pode ter problemas em compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão facial, olhares e gestual tem um impacto baixo, mas não nulo (como no caso dos psicopatas). Eles também podem ter dificuldades em demonstrar empatia. Assim, Aspergers podem parecer egoístas, egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são injustas porque os portadores da Síndrome são neurologicamente incapazes de entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. Eles geralmente ficam chocados, irritados e magoados quando lhes dizem que suas ações são ofensivas ou impróprias.

É evidente que pessoas com Síndrome de Asperger têm emoções. Mas a natureza concreta dos laços emocionais que venham a ter (ou seja, com objetos em vez de pessoas) pode parecer curiosa ou até ser uma causa de preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva.

O problema pode ser exacerbado pelas respostas daqueles neurotípicos que interagem com portadores da Síndrome de Asperger. O aparente desapego emocional de um paciente Asperger pode confundir e aborrecer uma pessoa neurotípica, que por sua vez pode reagir ilógica e emocionalmente — reações que vários Aspergers especialmente não toleram. Isto pode gerar um círculo vicioso e às vezes desequilibram particularmente famílias de pessoas Aspergers.

O fato de não conseguir demonstrar afeto — pelo menos de modo convencional — não significa necessariamente que pessoas com Síndrome de Asperger não sintam afeto. A compreensão disto pode ajudar parceiros ou convíveres a se sentir menos rejeitados e mais compreensivos. O aumento da compreensão também pode resultar de leitura e pesquisa sobre a Síndrome e outros transtornos comórbidos. Às vezes, ocorre o problema oposto: a pessoa com Síndrome de Asperger é anormalmente afeiçoada a alguém e não consegue captar ou interpretar sinais daquela pessoa, causando aborrecimento.

Outro aspecto importante das diferenças sociais encontradas em aspergers é uma fraqueza na coerência central do indivíduo. Pessoas com esta deficiência podem ser tão focadas em detalhes que não conseguem compreender o conjunto. Uma pessoa com coerência central fraca pode lembrar de uma história minuciosamente mas ser incapaz de fazer um juízo de valor sobre a narrativa. Ou pode entender um conjunto de regras detalhadamente mas ter dúvidas de como aplicá-las. Frith e Happe exploram a possibilidade de que a atenção a detalhes seja uma abordagem em vez de deficiência.

Certamente parece haver várias vantagens em orientar-se por detalhes,particularmente em atividades e profissões que requeiram alto nível de meticulosidade. Também pode-se entender que isto cause problemas se a maior parte dos não-autistas for capaz de transitar fluidamente entre a abordagem detalhista e a generalista.

Diferenças de fala e linguagem

Pessoas com Síndrome de Asperger tipicamente tem um modo de falar altamente "pedante", usando um registro formal muitas vezes impróprio para o contexto. Uma criança de cinco anos de idade com essa condição pode falar regularmente como se desse uma palestra universitária, especialmente quando discorrer sobre seu(s) assunto(s) de interesse.

A interpretação literal é outro traço comum, embora não universal, da Síndrome de Asperger. Attwood dá o exemplo de uma menina com Síndrome de Asperger que um dia atendeu ao telefone e perguntaram “O Paul está aí?”. Embora o Paul em questão estivesse em casa, não estava no mesmo cômodo que ela. Assim, após olhar em volta para se certificar disso, a menina simplesmente respondeu "Não" e desligou. A pessoa do outro lado da linha teve de ligar novamente e explicar a ela que queria que a menina encontrasse o Paul e passasse o telefone a ele.

Indivíduos com Síndrome de Asperger podem usar palavras idiossincráticas, incluindo neologismos e justaposições incomuns. Isto pode tornar-se um raro dom para humor (especialmente trocadilhos, jogos de palavras e sátiras). Uma fonte potencial de humor é a percepção eventual de que suas interpretações literais podem ser usadas para divertir os outros. Alguns são tão apurados no domínio da língua escrita que podem ser considerados hiperléxicos. Tony Attwood cita a habilidade de uma criança em particular de inventar expressões, por exemplo, “tirar o pingo dos is” (o oposto de botar o pingo nos is) ou dizer que seu irmão bebê está “escangalhado” por não poder andar nem falar. Outros comportamentos típicos são ecolalia (repetição ou eco da fala do interlocutor) e palilalia (repetição de suas próprias palavras).

Um estudo de 2003 investigou a linguagem escrita de crianças e adolescentes com Síndrome de Asperger. As amostras foram comparadas aos seus pares neurotípicos num teste padronizado de escrita e legibilidade da caligrafia. Nas técnicas de escrita, não foram encontradas diferenças significativas entre os padrões de ambos os grupos; entretanto, na caligrafia, os participantes com Síndrome de Asperger produziram letras e palavras consideravelmente menos legíveis do que as do grupo neurotípico. Outra análise de exemplos de texto escrito constatou que pessoas com Asperger produzem quantidade de texto similar às dos neurotípicos, mas têm dificuldade em produzir escrita de qualidade.

Tony Attwood afirma que um professor pode gastar tempo considerável interpretando e corrigindo o garrancho indecifrável de uma criança com Asperger. A criança também é ciente da qualidade inferior de sua caligrafia e pode relutar em participar de atividades que envolvam trabalho manuscrito extensivo. Infelizmente para alguns adultos e crianças, os professores colegiais e os potenciais empregadores podem considerar a precisão da caligrafia como medida da inteligência e personalidade. A criança pode requerer assistência de terapia ocupacional e exercícios corretivos, mas a tecnologia moderna pode ajudar minimizar este problema. O pai ou monitor pode também atuar como redator ou revisor da criança para assegurar a legibilidade das respostas nos deveres de casa.

Interesses específicos e intensos

A Síndrome de Asperger na criança pode se desenvolver como um nível de foco intenso e obsessivo em assuntos de interesse, muitos dos quais são os mesmos de crianças normais. A diferença de crianças com Síndrome de Asperger é a intensidade incomum desse interesse. Alguns pesquisadores sugeriram que essas "obsessões" são essencialmente arbitrárias e carecem de qualquer significado ou contexto real. No entanto, uma pesquisa de 1999 sugere que geralmente não é esse o caso.

Algumas vezes, os interesses são vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de cada vez. Ao perseguir estes interesses, portadores da Síndrome de Asperger frequentemente manifestam argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo e uma memória impressionantemente boa para dados factuais (ocasionalmente, até memória eidética). Hans Asperger chamava seus jovens pacientes de "pequenos professores" por que ele achava que seus pacientes tinham como compreensão um entendimento de seus campos de interesse assim como os professores universitários.

Pessoas com Síndrome de Asperger podem ter pouca paciência com coisas fora destes campos de interesse específico. Na escola, podem ser considerados inaptos ou superdotados altamente inteligentes, claramente capazes de superar seus colegas em seu campo do interesse, e ainda assim constantemente desmotivados para fazer deveres de casa comuns (às vezes até mesmo em suas próprias áreas de interesse).

Outros podem ser hipermotivados para superar os colegas de escola. A combinação de problemas sociais e de interesses específicos intensos pode conduzir ao comportamento incomum, tal como abordar um desconhecido e iniciar um longo monológo sobre um assunto de interesse especial em vez de se apresentar antes da maneira socialmente aceita. Entretanto, em muitos casos os adultos podem superar estas impaciências e falta de motivação e desenvolver mais tolerância às novas atividades e a conhecer pessoas. (fonte: pt.wikipedia.org)