A queda de braço do "Brasil de Todos" contra o "Brazil de poucos"
Autoria: Rafael Patto
42,42% do Orçamento da União está reservado para o grupo de pessoas (físicas ou jurídicas) que lucram com a dívida pública brasileira. Quase metade de toda a riqueza que é produzida neste país vai parar nos bolsos de um pequeno grupo (em grande parte estrangeiro) que, apesar de toda precedência que tem sobre TUDO O MAIS, nunca se dá por satisfeito e chora cada centavinho furado que é destinado a outras áreas.
Quando a gente vê a monstruosa "partilha" da riqueza nacional, a gente fica sem entender por que tanto chororô desse segmento tão privilegiado, que tem na imprensa golpista e no psdb seus mais obstinados porta-vozes. Imprensa e psdb vivem alardeando o "colapso das finanças públicas", o que não deixa de ser curioso, uma vez que o psdb deixou o país com a dívida externa batendo nos 212 bilhões de reais, e hoje não só a dívida externa está quitada como também já conseguimos acumular reservas de quase 400 bilhões de reais!!! Mas para essa gente sem caráter, a verdade dos números importa menos que o blefe.
Normalmente, imprensa e psdb elegem como culpados do "desastre fiscal" brasileiro o setor público e os programas sociais do governo. O fanatismo neoliberal tem como projeto o sucateamento do setor público e a privatização de qualquer prestação de serviço. Tudo para que os parcos recursos que são destinados ao financiamento da saúde, educação, cultura, segurança etc. sejam também absorvidos pela já gigantesca fatia de reservas do serviço da dívida. A glutonice dos especuladores não conhece qualquer limite.
Mas quem são eles? Quantos são? O que fazem e onde vivem? Sabe-se muito pouco dessa gente. Eles não aparecem. São sabidos os nomes de apenas alguns poucos. Eles têm mil e um representantes que agem por eles (laranjas, empresas de fachada e também partidos políticos e a imprensa golpista brasileira). Com tantos "despachantes", parece até que nem têm existência material. Pairam como espectros sobre todas as decisões que são tomadas nos bastidores do poder. Eles são os verdadeiros "donos do Brasil". As "forças ocultas" da nossa História, que já "suicidaram" e depuseram presidentes, financiaram golpes e ditaduras.
E quantas são as pessoas - essas, sim, naturais, reais, de carne e osso - que contam com os serviços públicos do nosso país? Quantas são em comparação com o número absoluto de credores do Tesouro Nacional? É assombroso que um número tão ínfimo de titulares da Dívida Pública brasileira detenha um poder de lobby tão forte. Todas as demais áreas do governo somadas, incluídas as ditas "essenciais", não alcançam o percentual do Orçamento Geral da União que é reservado exclusivamente para a rubrica "Juros e Amortização da Dívida".
Mas, quando querem falar em desperdício de dinheiro, imprensa e psdb sequer mencionam essas "forças ocultas". Para eles os culpados são o setor público e os programas sociais. A ideia do "Estado inchado" é repetida como um estribilho pelos agentes do "saneamento fiscal".
Algumas perguntinhas (im)pertinentes: o que quer essa gente, quando fala em "reduzir o tamanho do Estado", ou quando se refere a um suposto "excesso de Ministérios"? Ora, como vemos no fatiamento da receita da União, para a Administração está reservado 1,15% de todo o dinheiro que se pretende arrecadar no exercício financeiro de 2014. 1,15% para tudo o que se refira às despesas com a Administração Pública, incluindo pagamento de pessoal, custeio operacional etc. Em outras palavras: tudo o que se refira ao auto-custeio do Estado. 1,15%!!!!
Quando falam em "cortar Ministérios", a gente sabe muito bem para onde eles apontam. Existem órgãos da Presidência da República que foram criados pelo Presidente Lula e pela Presidenta Dilma que são considerados absolutamente inúteis para os que pensam a Administração Pública em função apenas dos rentistas e especuladores e se esquecem dos seres humanos reais: Secretaria de Políticas para as Mulheres, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Direitos Humanos, por exemplo, que desenvolvem programas importantíssimos para os públicos-alvos que atendem, seriam as primeiras vítimas dos "cortes de gastos". O que seria um crime porque os projetos sociais empreendidos no âmbito de cada um desses órgãos citados são de vital importância para as pessoas que são contempladas por eles. E, no entanto, o impacto orçamentário dessas Secretarias para a União é praticamente irrisório. Imagine a participação total dessas secretarias dentro daquela finíssima fatia de 1,15% das despesas gerais. Que economia concreta poderia representar a extinção desses órgãos? Nenhuma! E é fundamental que se diga: pela importância dos projetos que desenvolvem, esses órgãos são extremamente "baratos" para a sociedade, o custo que eles representam não faz nem cosquinha no Orçamento Geral da União!!! Fechá-los seria uma economia porca e burra.
Propagandear o fim de Ministérios ou Secretarias da Presidência é uma forma populista de enganar a opinião pública. Pessoas ligadas ao psdb costumam apresentar o "corte de Ministérios" como se fosse a solução mágica para todos os nossos problemas. Isso é uma falácia! Na verdade, esse discurso serve de fachada para segundas intenções. Quando a imprensa e o psdb dizem que o governo precisa gastar menos, eles não propõem essa economia para que sobrem mais recursos para serem investidos no SUS, nas universidades públicas, no Ciência Sem Fronteiras ou no ProUni. Eles querem é que cada fatiazinha daquela seja englobada pela fatiazona da "Amortização da Dívida".
Isso vale evidentemente para os 2,88% destinados à Assistência Social. 2,88% para os programas de transferência de renda que estão transformando a vida de milhões de famílias brasileiras. Esses valores chegam a ser irrisórios diante do que é entregue de mão beijada aos "donos do Brasil", mas mesmo sendo pouco no cômputo geral, é uma enormidade quando consideramos o microcosmo daqueles que são beneficiados por esses recursos. São só 2,88% e isso representa o sopro de esperança de uma nova vida para milhões de brasileiros. São só 2,88% e até pouco tempo atrás não se tinha nem isso. Apenas 2,88% e é preciso matar um leão por dia para se manter e ampliar os programas sociais nesse país. Lula e Dilma compraram brigas feias com os segmentos mais tinhosos da nossa sociedade para conseguirem "desviar" essa mísera porcentagem para os brasileiros mais necessitados. É por isso que programas como o Bolsa Família sofrem tantas tentativas de sabotagem, tantas campanhas conspiratórias, tanta propaganda negativa. As "forças ocultas" queriam esses 2,88% para si. Os "donos do Brasil" querem cada centavinho para si.
É por isso que imprensa e psdb tratam os servidores públicos e as famílias pobres como culpados pelo "desastre das contas públicas" ou, como eles gostam de dizer, pela "tragédia fiscal" brasileira, que não existe e que os números negam, mas que eles precisam alardear para pressionar psicologicamente o mercado e, quem sabe, conseguir alguma resposta do governo para "economizar" com o povo e "amortizar" mais e mais a "bendita" dívida pública.
Fonte:https://www.facebook.com/photo.php?fbid=529078930523414&set=a.222579191173391.45804.100002639352550&type=1&theater
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