terça-feira, 28 de junho de 2011

A política


A política

É preciso pensar na política; se não pensarmos o bastante, seremos cruelmente punidos. (Alain)

O homem é um animal sociável: só pode viver e se desenvolver entre seus semelhantes.

Mas também é um animal egoísta. Sua “insociável sociabilidade”, como diz Kant, faz que ele não possa prescindir dos outros nem renunciar, por eles, à satisfação dos seus próprios desejos.

É por isso que necessitamos da política. Para que os conflitos de interesses se resolvam sem recurso à violência. Para que nossas forças se somem em vez de se oporem. Para escapar da guerra, do medo, da barbárie.

É por isso que precisamos de um Estado. Não porque os homens são bons ou justos, mas porque não são. Não porque são solidários, mas para que tenham uma oportunidade de, talvez, vir a sê-lo. Não “por natureza”, não obstante o que diz Aristóteles, mas por cultura, por história, e é isso a própria política: a história em via de se fazer, de se desfazer, de se refazer, de continuar, a história no presente, e é nossa história, e é a única história. Como não se interessar pela política? Seria não se interessar por nada, pois que tudo depende dela.

O que é a política? É a gestão não guerreira dos conflitos, das alianças e das relações de força - não entre indivíduos apenas (como podemos ver na família ou num grupo qualquer) mas na escala de toda uma sociedade. É portanto a arte de viver juntos, num mesmo Estado ou numa mesma Cidade (pólis, em grego), com pessoas que não escolhemos, pelas quais não temos nenhum sentimento particular e que são, sob muitos aspectos, nossas rivais, tanto quanto ou mais até que aliadas. Isso supõe um poder comum e uma luta pelo poder. Isso supõe um governo, e mudanças de governo. Isso supõe choques, mas sujeitos a regras, compromissos, mas provisórios, um acordo enfim sobre a maneira de solucionar os desacordos. Fora disso, só haveria a violência, e é isso que a política, para existir, deve impedir antes de mais nada. Ela começa onde a guerra acaba.

Trata-se de saber quem manda e quem obedece, quem faz a lei, como se diz, e é isso que se chama de soberano. Pode ser um rei ou um déspota (numa monarquia absoluta), pode ser o povo (numa democracia), pode ser um grupo de indivíduos (uma classe social, um partido, uma elite de verdade ou que assim se pretende: uma aristocracia)... Pode ser, e é o que acontece com freqüência, uma mistura singular desses três tipos de regime ou de governo. O caso é que não haveria política sem esse poder, que é o maior de todos, pelo menos nesta terra, e a garantia de todos os outros. Porque “o poder está em toda parte”, como diz Foucault, ou antes, os poderes são incontáveis; mas só podem coexistir sob a autoridade reconhecida ou imposta do mais poderoso dentre eles. Multiplicidade de poderes, unicidade do soberano ou do Estado: toda a política se joga aí, e é por isso que ela é necessária. Vamos nos submeter ao primeiro bruto que aparecer? Ao primeiro liderzinho que se apresentar? Claro que não! Sabemos perfeitamente que é necessário um poder, ou vários, sabemos que é preciso obedecer. Mas não a qualquer um, mas não a qualquer preço. Queremos obedecer livremente: queremos que o poder a que nos submetemos, em vez de abolir o nosso, o fortaleça ou o garanta. Nunca conseguimos isso plenamente. Nunca renunciamos inteiramente a isso. E é por isso que fazemos política. É por isso que continuaremos a fazer. Para sermos mais livres. Para sermos mais felizes. Para sermos mais fortes. Não separadamente ou uns contra os outros, mas “todos juntos”, como diziam os manifestantes do outono de 1995, ou antes, ao mesmo tempo juntos e opostos, já que é preciso, já que, não fosse assim, não precisaríamos de política.

A política supõe a discordância, o conflito, a contradição. Quando todo o mundo está de acordo (por exemplo, para dizer que é melhor a saúde que a doença, ou que a felicidade é preferível à infelicidade...), não é política. E, quando cada um fica no seu canto ou só trata dos seus assuntos pessoais, também não é política. A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir! Isso não tem fim. Engana-se quem anuncia o fim da política: seria o fim da humanidade, o fim da liberdade, o fim da história, que, ao contrário, só podem - e devem - continuar no conflito aceito e superado. A política, como o mar não pára de recomeçar. Porque ela é um combate, e a única paz possível. É o contrário da guerra, repitamos, o que fala o bastante da sua grandeza. É o contrário do estado natural, e isso fala o bastante da sua necessidade. Quem gostaria de viver inteiramente só? Quem gostaria de viver contra todos os outros? O estado natural, mostra Hobbes, é “a guerra de todos contra todos”: a vida dos homens é, então, “solitária, necessitosa, penosa, quase animal, e breve”. Melhor um poder comum, melhor uma lei comum, melhor um Estado comum - melhor a política!

Como viver juntos e para quê? São esses os dois problemas que é preciso resolver, e logo depois tornar a levantar (pois temos o direito de mudar de opinião, de lado, de maioria...). Cabe a cada um refletir sobre eles; cabe a todos debatê-los.

O que é a política? É a vida comum e conflituosa, sob o domínio do Estado e por seu controle; é a arte de tomar, de conservar e de utilizar o poder. É também a arte de compartilhá-lo, mas porque, na verdade, não há outra maneira de tomá-lo.

Seria um erro considerar a política uma atividade unicamente subalterna ou desprezível. O contrário é que é verdade, claro: ocupar-se da vida comum, do destino comum, dos confrontos comuns é uma tarefa essencial, para todo ser humano, e ninguém poderia esquivar-se dela. Você vai deixar o caminho livre para os racistas, os fascistas, os demagogos? Vai deixar uns burocratas decidirem por você? Vai deixar uns tecnocratas ou uns carreiristas imporem a você uma sociedade que seja a cara deles? Com que direito, então, você poderia se queixar de que as coisas vão mal? Como não ser cúmplice do medíocre ou do pior, se você nada faz para impedi-los? A inação não é uma desculpa. A incompetência não é uma desculpa. Não fazer política é renunciar a uma parte do seu poder, o que é sempre perigoso, mas também a uma parte das suas responsabilidades, o que é sempre condenável. O apoliticismo é ao mesmo tempo um erro e uma culpa: é ir contra seus interesses e seus deveres.

Mas também seria um equívoco querer reduzir a política à moral como se ela só se ocupasse do bem, da virtude, do desinteresse. Mais uma vez, o contrário é que é verdade. Se a moral reinasse, não precisaríamos de polícia, de leis, de tribunais, de forças armadas: não precisaríamos de Estado, nem portanto de política! Contar com a moral para vencer a miséria ou a exclusão é, evidentemente, conversa fiada. Contar com o humanitarismo para fazer as vezes de política externa, com a caridade para fazer as vezes de política social e até mesmo com o anti-racismo para fazer as vezes de política de imigração, é evidentemente conversa fiada. Não, claro, que o humanitarismo, a caridade ou o anti-racismo não sejam moralmente necessários; mas porque não poderiam bastar politicamente (se bastassem, não precisaríamos mais de política) nem resolver sozinhos um problema social qualquer.

A moral não tem fronteiras; a política tem. A moral não tem pátria; a política tem. Nem uma nem outra, é claro, poderiam dar à noção de raça qualquer pertinência: a cor da pele não faz nem a humanidade nem a cidadania. Mas a moral não tem nada a ver tampouco com os interesses da França ou dos franceses, da Europa ou dos europeus... Para a moral só existem indivíduos: para a moral só existe a humanidade. Ao passo que qualquer política francesa ou européia, de direita ou de esquerda, só existe, ao contrário, para defender um povo, ou povos, em particular - não, é claro, contra a humanidade, o que seria imoral e suicida, mas prioritariamente, o que a moral não poderia nem impor nem proibir em absoluto.

Você poderia preferir que a moral bastasse, que a humanidade bastasse: você poderia preferir que a política não fosse necessária. Mas estaria se enganando sobre a história e se mentindo sobre nós mesmos.

A política não é o contrário do egoísmo (o que a moral é), mas sua expressão coletiva e conflituosa: trata-se de sermos egoístas juntos, já que essa é a nossa sina, e da maneira mais eficaz possível. Como? Organizando convergências de interesses, e é isso que se chama solidariedade (diferenciando-se da generosidade, que supõe, ao contrário, o desinteresse).

É comum desconhecer essa diferença, razão a mais para insistirmos nela. Ser solidário é defender os interesses do outro, sem dúvida, mas porque eles também são - direta ou indiretamente - os meus. Agindo por ele, também ajo por mim: porque temos os mesmos inimigos ou os mesmos interesses, porque estamos expostos aos mesmos perigos ou aos mesmos ataques. É o caso do sindicalismo, da Seguridade Social ou dos impostos. Quem se consideraria generoso por contribuir para a Seguridade Social, sindicalizar-se ou pagar seus impostos? A generosidade é outra coisa: é defender os interesses do outro, mas não por também serem os meus é defendê-los mesmo que não compartilhe deles - não porque eu ganhe alguma coisa com isso, mas porque ele, o outro, ganha. Agindo por ele, não ajo por mim - pode ser que eu até perca alguma coisa, aliás é o que costuma acontecer. Como conservar o que se dá? Como dar o que se conserva? Não seria mais doação, e sim troca; não seria mais generosidade, e sim solidariedade.

A solidariedade é uma maneira de se defender coletivamente; a generosidade, no limite, é uma maneira de se sacrificar pelos outros. É por isso que a generosidade, moralmente falando, é superior; e é por isso que a solidariedade, social e politicamente, é mais urgente, mais realista, mais eficaz. Ninguém paga a Seguridade Social por generosidade. Ninguém paga seus impostos por generosidade. E que estranho sindicalista o que se associaria a um sindicato unicamente por generosidade! No entanto a Seguridade Social, o sistema tributário e os sindicatos fizeram mais pela justiça - muito mais! - do que o pouco de generosidade de que este ou aquele soube, vez ou outra, dar prova. A mesma coisa vale para a política. Ninguém respeita a lei por generosidade. Ninguém é cidadão por generosidade. Mas o direito e o Estado fizeram muito mais, para a justiça ou para a liberdade, do que os bons sentimentos.

Solidariedade e generosidade nem por isso são incompatíveis: ser generoso não impede de ser solidário; ser solidário não impede de ser generoso. Mas tampouco são equivalentes, e é por isso que nenhuma das duas poderia bastar ou fazer as vezes da outra. Ou melhor, a generosidade talvez bastasse, se fôssemos suficientemente generosos. Mas o somos tão pouco, tão raramente, tão pequenamente... Só precisamos de solidariedade porque carecemos de generosidade, e é por isso que precisamos tanto de solidariedade!

Generosidade: virtude moral. Solidariedade: virtude política. O grande problema do Estado é a regulação e a socialização dos egoísmos. É por isso que ele é necessário. É por isso que é insubstituível. A política não é o reino da moral, do dever, do amor... É o reino das relações de forças e de opiniões, dos interesses e dos conflitos de interesses. Vejam Maquiavel ou Marx. Vejam Hobhes ou Spinoza. A política não é uma forma do altruísmo: é um egoísmo inteligente e socializado. Isso não apenas não a condena mas a justifica: já que todos nós somos uns egoístas, vamos sê-los juntos e inteligentemente! Quem não percebe que a busca paciente e organizada do interesse comum, ou do que se imagina ser tal, é melhor, para quase todos, do que o confronto ou a desordem generalizados? Quem não percebe que a justiça é melhor, para quase todos, que a injustiça? Que isso também é moralmente justificado, é mais que evidente, o que mostra que moral e política, em seu objetivo, não se opõem. Mas que a moral não basta para alcançá-lo, é igualmente evidente, e mostra que moral e política também não poderiam se confundir.

A moral, em seu princípio, é desinteressada; nenhuma política o é.

A moral é universal, ou assim se pretende; toda política é particular.

A moral é solitária (ela só vale na primeira pessoa); toda política é coletiva.

É por isso que a moral não poderia fazer as vezes de política, do mesmo modo que a política não poderia fazer as vezes de moral: precisamos das duas, e da diferença entre as duas!

Uma eleição, salvo excepcionalmente, não opõe bons e maus, mas opõe campos, grupos sociais ou ideológicos, partidos, alianças, interesses, opiniões, prioridades, opções, programas... Que a moral também tenha urna palavra a dizer, é bom lembrar (há votos moralmente condenáveis). Mas isso não nos poderia fazer esquecer que ela não faz as vezes nem de projeto nem de estratégia. O que a moral propõe contra o desemprego, contra a guerra, contra a barbárie? Ela nos diz que é preciso combatê-los, claro, mas não como temos maiores oportunidades de derrotá-los. Ora, politicamente, é o como que importa. Você é a favor da justiça e da liberdade? Moralmente falando, é o mínimo que se espera de você. Mas politicamente, isso não lhe diz nem como defendê-las nem como conciliá-las. Você deseja que israelenses e palestinos tenham uma pátria segura e reconhecida, que todos os habitantes de Kosovo possam viver em paz, que a globalização econômica não se produza em detrimento dos povos e dos indivíduos, que todos os idosos possam ter uma aposentadoria decente, todos os jovens uma educação digna desse nome? A moral aplaude, mas não lhe diz como aumentar nossas possibilidades de, juntos, alcançar esses objetivos. E quem pode acreditar que a economia e o livre jogo do mercado bastam para tanto? O mercado só vale para as mercadorias.

Ora, o mundo não é uma. Ora, a justiça não é uma. Ora, a liberdade não é uma. Que loucura seria confiar ao mercado o que não é para se comercializar! Quanto às empresas, elas tendem antes de mais nada ao lucro. Não as critico por isso: é a função delas, e desse lucro todos nós necessitamos. Mas quem pode acreditar que o lucro baste para fazer que uma sociedade seja humana? A economia produz riquezas, e riquezas são necessárias, e nunca serão demais. Mas também precisamos de justiça, de liberdade, de segurança, de paz, de fraternidade, de projetos, de ideais... Não há mercado que os forneça. É por isso que é preciso fazer política: porque a moral não basta, porque a economia não basta e, portanto, porque seria moralmente condenável e economicamente desastroso pretender contentar-se com uma e outra.

Por que a política? Porque não somos nem santos nem apenas consumidores, porque somos cidadãos, porque devemos ser cidadãos e para que possamos permanecer cidadãos.

Quanto aos que fazem da política sua profissão, temos de lhes ser gratos pelos esforços que consagram ao bem comum, sem no entanto nos iludirmos muito sobre a sua competência nem sobre a sua virtude: a vigilância faz parte dos direitos humanos e dos deveres do cidadão.

Não se deve confundir essa vigilância republicana com a ridicularização, que torna tudo ridículo, nem com o desprezo, que torna tudo desprezível. Ser vigilante é não crer cegamente nas palavras dos políticos, mas não é condená-los ou denegri-los por princípio. Não conseguiremos reabilitar a política, como é urgente hoje em dia, cuspindo perpetuamente em quem faz política. No Estado democrático, temos os homens políticos que merecemos. Razão a mais para preferir esse regime a todos os outros: só tem moralmente direito de se queixar dele - e, é claro, motivos é que não faltam! - quem age, com outros, para transformá-lo.

Não basta esperar a justiça, a paz, a liberdade, a prosperidade... É preciso agir para defendê-las, para aprimorá-las, o que só se pode fazer eficazmente de forma coletiva e que, por isso, passa necessariamente pela política. Que esta não se reduza nem à moral nem à economia, já insisti o bastante. O que não significa, lembremos para terminar, que ela seja moralmente indiferente ou economicamente sem alcance. Para todo indivíduo apegado aos direitos humanos e ao seu próprio bem-estar, interessar-se pela política não é apenas seu direito, é também seu dever e seu interesse - é a única maneira, sem dúvida, de conciliá-los mais ou menos. Entre a lei da selva e a lei do amor, há a lei pura e simples. Entre o angelismo e a barbárie, há a política. Anjos poderiam prescindir dela. Animais poderiam prescindir dela. Homens, não. É por isso que Aristóteles tinha razão, pelo menos nesse sentido, quando escrevia que “o homem é um animal político”: porque, sem a política, ele não poderia assumir inteiramente sua humanidade.

“Fazer bem o homem” (a moral) não basta. É necessário também fazer uma sociedade que seja humana (já que é a sociedade, sob muitos aspectos, que faz o homem), e por isso é necessário refazê-la sempre, pelo menos em parte. O mundo não pára de mudar; uma sociedade que não mudasse estaria fadada à ruína. Portanto é preciso agir, lutar, resistir, inventar, salvaguardar, transformar... É para isso que serve a política. Há tarefas mais interessantes? Pode ser. Mas não há, na escala da sociedade, tarefas mais urgentes. A história não espera; não fique bobamente esperando-a!

A história não é um destino, nem somente o que nos faz: ela é o que fazemos, juntos, do que nos faz, e isso é a própria política.André Comte-Sponville

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Juiz condena 114 e vive preso no Fórum


Juiz condena 114 e vive preso no Fórum

De Ponta Porã, no Mato Grosso do sul, fronteira com o Paraguai, me chega a história do juiz federal Odilon de Oliveira que, depois de condenar 114 traficantes, foi ameaçado de morte e agora vive preso

Ricardo Kotscho
O prestígio do Judiciário brasileiro anda meio abalado nos últimos tempos, com a profusão de habeas corpus, suspensões de julgamentos e manobras protelatórias em geral, que levam à impunidade e ao descrédito nas instituições.

Mas há exceções, exemplos dignificantes de magistrados que cumprem sua obrigação e pagam por isso, arriscando a própria vida em nome da lei.

De Ponta Porã, no Mato Grosso do sul, fronteira com o Paraguai, me chega a história do juiz federal Odilon de Oliveira que, depois de condenar 114 traficantes, foi ameaçado de morte e agora vive preso, morando no Fórum, sem poder sair às ruas. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta.

Quem me mandou o relato sobre a saga do juiz Oliveira foi meu irmão Ronaldo Kotscho, também jornalista, que agora mora em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, onde encontrou tempo para fazer o que mais gosta: lutar contra as injustiças e tudo o que acha errado.

Ele recebeu o texto em e-mail enviado por outro juiz, primo de sua mulher - coisas da internet. Por confiar nas fontes, reproduzo abaixo a história do juiz que perdeu a liberdade:

"Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o ededron e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados.

Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas que, somadas, chegam a 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs trás das grades, ele perdeu a liberdade.

"A única diferença é que tenho a chave da minha prisão", diz, conformado.

Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do país, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.

Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no Brasil. Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões _ 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas.

Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar a sua morte.

"Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com uma oferta de US$ 100 mil. No dia 26 de junho, o jornal paraguaio La Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado tinha subido para US$ 300 mil.

"Estou valorizado", brincou o juiz. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado. Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e, em seguida, para um hotel. Há duas semanas, decidiu transforar o próprio prédio da Justiça Federal em moradia.

"No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a Polícia Federal", explica. É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou também quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro.

A família - mulher, filho e duas filhas -, que ia mudar para Ponta Porã, teve que continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças.

Oliveira teve de abrir mão de restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado também de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco e come uma fruta. "Sozinho, não arrisco a sair nem na calçada."

Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. "Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade". Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Um agente teve que intervir.

Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu "bunker", auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças.

Já condenou, entre outros, o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão. Doze réus foram extraditados do Paraguai, a pedido do juiz, inclusive o "rei da soja" do país vizinho, Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da costa, o Fernandinho Beira-Mar.

O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende aos apelos da família que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha dever de ofício enfrentar o narcotráfico".

A mensagem que recebi veio com um apelo no final:

"Este merece nossos aplausos! Por acaso a mídia noticiou essa bravura que o Brasil precisa conhecer? Por favor, faça a sua parte! Divulgue o máximo que puder!!!"

O grande problema é que a mesma Justiça que condena e coloca os criminosos atrás das grades, baseada na lei, é a Justiça que muitas vezes manda soltar, baseada na mesma lei

Hoje é dia das irmãs, mande isso prá todas suas irmãs de caminhada.


Às Queridas Amigas e Irmãs:


Ah... Uma tarde com uma amiga.... Tem coisa melhor??????????
Quando eu era pequena, acreditava no conceito de uma melhor amiga. Depois,
como mulher, descobri que se você permitir que seu coração se abra você
encontrará o melhor em muitas amigas.

É preciso uma amiga quando você está com problemas com seu homem.
É preciso outra amiga quando você está com problemas com sua mãe.
Outra quando você quer fazer compras, compartilhar, curar, ferir, brincar ou
apenas ser.
Uma amiga dirá: 'vamos orar', uma outra 'vamos chorar', outra 'vamos lutar' outra 'vamos fugir'.

Uma amiga atenderá às suas necessidades espirituais, uma outra à sua loucura
por sapatos, uma outra à sua paixão por filmes, outra estará com você em
seus períodos confusos, outra será a luz e uma outra será o vento sob suas
asas.

Mas onde quer que ela se encaixe em sua vida, independente da ocasião, do
dia ou de quando você precisa, seja com seus tênis e cabelos presos, ou para
impedir que você faça uma loucura. todas essas são suas melhores amigas.
Elas podem ser concentradas em uma única mulher ou em várias.

Uma do ginásio,uma do colegial, várias dos anos de faculdade, algumas de antigos empregos,algumas da igreja, outras do grupo de canto coral, em alguns dias sua mãe, em alguns dias sua vizinha, em outros suas irmãs, e em outros suas filhas.

Assim, podem ter sido 20 minutos ou 20 anos o tempo que essas mulheres
passaram e fizeram a diferença em sua vida.
Obrigada a todas que fazem parte do meu círculo de mulheres maravilhosas que
fizeram e ainda fazem a diferença em minha vida!!!

Irmã
Deus nunca disse que a vida seria fácil.
Ele simplesmente prometeu,
que valeria a pena.

Hoje é dia das irmãs, mande isso prá todas suas irmãs de caminhada.

Eu sou tão forte quanto
o chocolate que como,
o xampu que uso
e as amigas que tenho.
Para as maravilhosas mulheres que tocaram minha vida...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Metade (Oswaldo Montenegro)


Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
Fernando Pessoa

sábado, 18 de junho de 2011

Viver, não é doar um pouco


"Viver, não é doar um pouco...
É doar sempre.
Não é apenas suportar a ofensa...
É esquecê-la.
Não é compadecer...
É ajudar, mesmo que isso se torne incômodo.

Viver, não é simplesmente sorrir...
É mais do que isso, é fazer alguém sorrir.
Viver, não é medir sua ajuda...
É ajudar sem medir.
Não é ajudar somente quem está perto, mas estar sempre perto para ajudar.

Viver é sempre dizer aos outros que eles são importantes.
Que nós os amamos, porque um dia eles se vão e ficamos com
a nítida impressão de que não os amamos o suficiente.

Quem realmente vive e ama,
Não faz o que pode...
Faz o impossivel...
Tenha um fim de semana de luz."
Autor desconhecido

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Há Momentos


Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector

quinta-feira, 9 de junho de 2011

EU ENVELHECI?



EU ENVELHECI?

Um dia desses uma jovem me perguntou como eu me sentia sobre ser velha.
Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha.

Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito e depois voltaria a falar com ela.

Pensei e concluí: a velhice é um presente. Eu sou agora, provavelmente pela
primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.

Oh, não meu corpo! Fico incrédula muitas vezes ao me examinar, ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdome, através das grossas lentes dos meus óculos, o traseiro rotundo e os seios já caídos. E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho (e que se parece demais com minha mãe), mas não sofro muito com isso.

Não trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família por menos cabelo branco , uma barriga mais lisa ou um bumbum mais durinho.

Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais condescendente comigo mesma, menos crítica das minhas atitudes. Tornei-me amiga de mim mesma. Não fico me censurando se quero comer um bolinho-de-chuva a mais, ou se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um anãozinho de cimento que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu jardim. Conquistei o direito de matar minhas vontades, de ser bagunceira, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar paciência no computador até às 4 da manhã e depois só acordar ao meio-dia?

Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos das décadas de 50, 60, 70 e se, de repente, chorar lembrando de alguma paixão daquela época, posso
chorar mesmo!

Andarei pela praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulharei nas ondas e darei pulinhos se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles, também, se conseguirem, envelhecerão.

Sei que ando esquecendo muita coisa, o que é bom para se poder perdoar.
Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos. E das coisas importantes, eu me recordo freqüentemente.
Certo, ao longo dos anos meu coração sofreu muito.

Como não sofrer se você perde um grande amor, ou quando uma criança sofre, ou quando um animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão a força, a compreensão e nos ensinam a compaixão.
Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser forte, apesar de imperfeito.

Sou abençoada por ter vivido o suficiente para ver meu cabelo embranquecer e ainda querer tingi-los a meu bel prazer, e por ter os risos da juventude e da maturidade gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.

Conforme envelhecemos, fica mais fácil ser positivo. E ligar menos para o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações.
Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa, posso afirmar: "Eu gosto de ser velha". Libertei-me!

Gosto da pessoa que me tornei. Não vou viver para sempre, mas enquanto estiver por aqui, não desperdiçarei meu tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupando com o que virá. E comerei sobremesa todos os dias e repetirei, se assim me aprouver...

E penso que nunca me sentirei só. Sou receptiva e carinhosa, e se amizades antigas teimam em partir antes de mim, outras novas, assim como você, vêm a mim buscar o que terei sempre para dar enquanto viver:
EXPERIÊNCIA E MUITO AMOR!
(Desconheço a Autoriação!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uma revolução ainda por fazer


Uma revolução ainda por fazer

Toda mudança de paradigma civilizatório é precedido por uma revolução na cosmologia (visão do universo e da vida).

O mundo atual surgiu com a extraordinária revolução que Copérnico e Galileo Galilei introduziram ao comprovarem que a Terra não era um centro estável mas que girava ao redor do sol.

Isso gerou enorme crise nas mentes e na Igreja, pois parecia que tudo perdia centralidade e valor. Mas lentamente impô-se a nova cosmologia que fundamentalmente perdura até hoje nas escolas, nos negócios e na leitura do curso geral das coisas. Manteve-se, porém, o antropocentrismo, a idéia de que o ser humano continua sendo o centro de tudo e as coisas são destinadas ao seu bel-prazer.

Se a Terra não é estável –pensava-se – o universo, pelo menos, é estável. Seria como uma incomensurável bolha dentro da qual se moveriam os astros celestes e todas as demais coisas.

Eis que esta cosmologia começou a ser superada quando em 1924 um astrônomo amador Edwin Hubble comprovou que o universo não é estável. Constatou que todas as galáxias bem como todos os corpos celestes estão se afastando uns dos outros. O universo, portanto, não é estacionário como ainda acreditava Einstein. Está se expandindo em todas as direções. Seu estado natural é a evolução e não a estabilidade.

Esta constatação sugere que tudo tenha começado a partir de um ponto extremamente denso de matéria e energia que, de repente, explodiu (big bang) dando origem ao atual universo em expansão. Isso foi proposto em 1927 pelo padre belga, o astrônomo George Lemaître o que foi considerado esclarecedor por Einstein e assumido como teoria comum.

Em 1965 Arno Penzias e Robert Wilson demonstraram que, de todas as partes do universo, nos chega uma radiação mínima, três graus Kelvin, que seria o derradeiro eco da explosão inicial.

Analisando o espectro da luz das estrelas mais distantes, a comunidade científica concluiu que esta explosão teria ocorrido há 13,7 bilhões de anos. Eis a idade do universo e a nossa própria, pois um dia estávamos, virtualmente, todos juntos lá naquele ínfimo ponto flamejante.

Ao expandir-se, o universo se auto-organiza, se auto-cria e gera complexidades cada vez maiores e ordens cada vez mais altas. É convicção de notáveis dos cientistas que, alcançado certo grau de complexidade, em qualquer parte, a vida emerge como imperativo cósmico. Assim também a consciência e a inteligência. Todos nós, nossa capacidade de amar e de inventar, não estamos fora da dinâmica geral do universo em cosmogênese. Somos partes deste imenso todo.

Uma energia de fundo insondável e sem margens – abismo alimentador de tudo - sustenta e perpassa todas as coisas ativando as energias fundamentais sem as quais nada existe do que existe.

A partir desta nova cosmologia, nossa vida, a Terra e todos os seres, nossas instituições, a ciência, a técnica, a educação, as artes, as filosofias e as religiões devem ser resignificadas. Tudo e tudo são emergências deste universo em evolução, dependem de suas condições iniciais e devem ser compreendidas no interior deste universo vivo, inteligente, auto-organizativo e ascendente rumo a ordens ainda mais altas.

Esta revolução não provocou ainda uma crise semelhante a do século XVI, pois não penetrou suficientemente nas mentes da maioria da humanidade, nem da inteligentzia, muito menos nos empresários e nos governantes. Mas ela está presente no pensamento ecológico, sistêmico, holístico e em muitos educadores, fundando o paradigma da nova era, o ecozóico.

Por que é urgente que se incorpore esta revolução paradigmática? Porque é ela que nos fornecerá a base teórica necessária para resolvemos os atuais problemas do sistema-Terra em processo acelerado de degradação. Ela nos permite ver nossa interdependência e mutualidade com todos os seres.

Formamos junto com a Terra viva a grande comunidade cósmica e vital. Somos a expressão consciente do processo cósmico e responsáveis por esta porção dele, a Terra, sem a qual tudo o que estamos dizendo seria impossível. Porque não nos sentimos parte da Terra, a estamos destruindo. O futuro do século XXI e de todas as COPs dependerá da assunção ou não desta nova cosmologia. Na verdade só ela nos poderá salvar.

Leonardo Boff